Mato Grosso do Sul, 22 de abril de 2025
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Julgamento de homem que matou ex-companheira com fogo expõe dor, revolta e luta por justiça em Dourados

Crime cruel que tirou a vida de Valéria Carrilho da Silva será julgado nesta terça, meses após o feminicídio que chocou a cidade e reacendeu o debate sobre violência contra a mulher
Imagem - Osvaldo Duarte
Imagem - Osvaldo Duarte

Uma tragédia marcada por dor, brutalidade e silêncio rompido volta a ocupar o centro das atenções em Dourados nesta terça-feira, 15 de abril. Gilmar Alves Cotrin Junior, de 44 anos, será julgado pelo assassinato cruel da ex-companheira, Valéria Carrilho da Silva, de 35 anos. O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de julho de 2023 e deixou a cidade em choque pela frieza e premeditação com que tudo foi feito.

Naquela noite, Gilmar esperou Valéria chegar em casa para cometer um dos atos mais cruéis registrados nos últimos anos no município. Segundo as investigações, ele invadiu a residência localizada na Rua Garrincha, no Jardim Esplanada, retirou gasolina da motocicleta estacionada no quintal e se escondeu. Assim que Valéria entrou, foi surpreendida com o combustível sendo jogado sobre o seu corpo. Em seguida, Gilmar riscou o isqueiro e ateou fogo nela, sem hesitar.

As chamas se espalharam rapidamente, atingindo a moto, roupas e objetos da casa. Valéria tentou sobreviver, mas teve grande parte do corpo queimado. Ela foi socorrida em estado gravíssimo e levada ao Hospital da Vida, onde lutou por horas, mas não resistiu e morreu às 17h daquele domingo.

Gilmar fugiu após o crime, mas foi encontrado horas depois escondido em uma construção abandonada no Centro de Dourados. Desde então, está preso na Penitenciária Estadual de Dourados (PED), aguardando julgamento.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou Gilmar por homicídio qualificado por motivo fútil, uso de fogo e feminicídio. Também foi acrescentada uma causa de aumento de pena, já que o crime foi cometido durante o descumprimento de uma medida protetiva de urgência. A investigação foi conduzida pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Dourados, que apontou o planejamento meticuloso do crime.

Valéria já havia procurado ajuda da polícia em 2022, depois do fim do relacionamento, registrando boletim de ocorrência por ameaça e violência. Mesmo assim, a medida protetiva que deveria garantir sua segurança foi ignorada por Gilmar, que agiu com brutalidade extrema.

O julgamento, marcado para às 13h no Fórum de Dourados, deve reunir familiares, amigos e representantes de movimentos de defesa das mulheres. Eles pedem justiça e alertam para a importância de medidas mais eficazes na proteção de vítimas de violência doméstica.

O caso de Valéria não é isolado. Todos os dias, mulheres em todo o país sofrem ameaças, agressões e até mesmo perdem a vida nas mãos de companheiros ou ex-companheiros. O feminicídio ainda é uma ferida aberta na sociedade brasileira, que precisa ser tratada com seriedade, políticas públicas firmes e ações de prevenção.

A cidade de Dourados acompanha com expectativa o julgamento que, mais do que condenar o acusado, representa a voz de todas as mulheres que não podem mais gritar por socorro.

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