Mato Grosso do Sul, 15 de junho de 2025
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Klara Castanho move nova ação contra Antônia Fontenelle e retoma luta por dignidade após trauma

Atriz aprofunda medidas judiciais para remover publicações ofensivas sobre adoção legal de seu filho, fruto de violência sexual, e cobra indenização de cinco milhões de reais pelo descumprimento de ordens judiciais
Klara Castanho (Foto: Reprodução/Instagram)
Klara Castanho (Foto: Reprodução/Instagram)

A atriz Klara Castanho, marcada por um dos episódios mais dolorosos e públicos de sua trajetória pessoal, decidiu retomar juridicamente a defesa de sua honra e dignidade. Três anos após ter sido vítima de violência sexual e, em decorrência do estupro, optar pela adoção legal do bebê gerado a partir dessa tragédia, Klara agora ingressa com uma nova ação contra a influenciadora digital Antônia Fontenelle. A iniciativa, revelada pelo jornalista Ricardo Feltrin, surge como um desdobramento dos já existentes embates judiciais entre ambas e representa um novo capítulo de enfrentamento à exposição indevida e à disseminação de conteúdos considerados ofensivos e violadores de sua privacidade.

A nova ação movida por Klara Castanho exige a exclusão de todas as postagens feitas por Antônia Fontenelle nas redes sociais, nas quais a atriz é mencionada direta ou indiretamente, especialmente quando o conteúdo envolve a violência sexual sofrida e a decisão pela entrega legal do bebê à adoção. Além disso, Klara pede à Justiça que seja aplicada uma multa retroativa no valor estimado de cinco milhões de reais. O montante diz respeito ao descumprimento contínuo de determinações judiciais anteriores que proibiam tais publicações.

Essa medida vem na esteira de decisões já proferidas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que, em maio deste ano, manteve a condenação de Antônia Fontenelle ao pagamento de uma indenização por danos morais no valor de cinquenta mil reais à atriz. Na mesma ocasião, os desembargadores também rejeitaram um recurso da influenciadora que buscava anular uma multa de 1,6 milhão de reais, imposta pelo não cumprimento da ordem de remoção de conteúdos que atacavam diretamente Klara Castanho.

As manifestações de Antônia, publicadas em redes sociais e vídeos, foram apontadas por juristas e pelo público como cruéis, invasivas e desinformadas. Em determinado momento, a influenciadora chegou a sugerir que a atriz havia “abandonado” o próprio filho e questionou sua decisão de não criar a criança, além de insinuar que Klara teria se omitido após a violência sofrida. Em uma das falas mais duras, Antônia chegou a afirmar: “A religião dela não permite que aborte. Mas permite ela parir uma criança e falar: não quero saber, não quero ver, tira de mim. Ai, a coisa que mais me doeu, eu falei: cadê essa criança? Se for o caso, eu crio. Essa criança não pode ser jogada fora.”

A repercussão de tais declarações, aliadas à ausência de empatia diante do contexto de estupro e de um processo de adoção legal conduzido com amparo jurídico, provocou forte reação social e jurídica. Klara Castanho, por sua vez, respondeu publicamente à exposição de sua história através de uma carta aberta. Nela, revelou que se calou por vergonha, medo e pela tentativa de esquecer o trauma. Explicou que tomou a pílula do dia seguinte, mas o método falhou. Disse também que não registrou boletim de ocorrência porque não conseguiu lidar emocionalmente com a situação na época.

“Eu tive a ilusão de que, se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu. As únicas coisas que tive força para fazer foram: tomar a pílula do dia seguinte e fazer alguns exames. E tentei, na medida do possível e da minha frágil capacidade emocional, seguir adiante, me manter focada na minha família e no meu trabalho”, escreveu Klara na carta.

O relato também detalha como a gravidez só foi descoberta tardiamente, meses após o abuso. A atriz contou que buscou atendimento médico por mal-estar, foi submetida a exames e, apenas durante uma tomografia, foi interrompida com a informação de que estava grávida – já nos estágios finais da gestação. “Foi um choque, meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga”, relatou.

Em relação à decisão pela adoção, Klara descreveu a escolha como difícil, mas feita com plena consciência e respeito à criança. Ela procurou auxílio jurídico, seguiu todos os trâmites legais e entregou o bebê a uma nova família ainda na maternidade, conforme a legislação brasileira permite, quando há justificativa emocional legítima e apoio técnico especializado. “Eu não tinha, e não tenho, condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo que ela merece ter. Era demais para processar, para aceitar. Tomei uma atitude que considero mais digna e humana”, concluiu.

O novo processo judicial, que agora corre contra Antônia Fontenelle, evidencia o desejo de Klara Castanho de encerrar um ciclo de violência secundária, frequentemente caracterizada pela revitimização pública de mulheres que sofreram abusos. Ao buscar a retirada definitiva dos conteúdos ofensivos e exigir sanções mais severas pelo descumprimento das ordens judiciais, Klara não apenas reivindica justiça para si, mas também envia uma mensagem poderosa sobre a importância do respeito, da empatia e da responsabilidade nas redes sociais.

A história de Klara Castanho transcende o caso individual. Ecoa as dores de muitas mulheres silenciadas e lembra que, mesmo quando a justiça se manifesta, a exposição contínua e o julgamento público podem ser formas sutis, mas devastadoras, de perpetuar o trauma.

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