Mato Grosso do Sul, 14 de maio de 2025
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Líderes da Câmara freiam PL da Anistia mesmo com pressão de Bolsonaro na Paulista

Deputados dizem que clima político não favorece avanço do projeto e reagem a críticas feitas no ato liderado por Jair Bolsonaro e Silas Malafaia
Povo na rua, horas antes do início do ato pela anistia | Foto: Thiago Vieira
Povo na rua, horas antes do início do ato pela anistia | Foto: Thiago Vieira

O projeto de lei que tenta anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro parece longe de ganhar força no Congresso Nacional. Mesmo após o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados realizarem um grande ato na Avenida Paulista no último domingo, deputados afirmam que o ambiente político dentro da Câmara dos Deputados não está propício para dar seguimento à proposta.

No evento em São Paulo, Bolsonaro pediu apoio popular ao projeto, que busca perdoar os acusados pelos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes em Brasília. O movimento contou com discursos inflamados, principalmente do pastor Silas Malafaia, que fez críticas diretas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, por não dar prioridade ao tema.

“É uma tática de desespero. Se acham que o Hugo vai pautar alguma coisa essa semana depois de tentarem emparedar ele, estão errados”, disse o deputado Lindbergh Farias, do PT, ao comentar a pressão pública sofrida por Motta.

Mário Heringer, do PDT, também reagiu de forma crítica ao ato e defendeu a autonomia da Câmara. “Atacar Hugo Motta é um desserviço institucional. Isso reforça uma atitude transgressora contra as instituições e contra a Constituição. O movimento pode até ser legítimo no ponto de vista democrático, mas mais uma vez é errático”, afirmou.

No palco montado na Avenida Paulista, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido seguirá em busca de assinaturas suficientes para acelerar o trâmite do projeto. Atualmente, são necessários 257 votos para levar o tema ao plenário, mas até agora a proposta conta com apenas 165 apoios. Cavalcante também prometeu divulgar os nomes dos deputados que ainda não tomaram posição sobre a proposta de anistia.

Já o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes, procurou aliviar a pressão sobre Hugo Motta, afirmando que ele apenas seguirá a vontade da maioria da Casa. Apesar disso, vários líderes partidários sinalizaram que não veem sentido em discutir o tema neste momento, especialmente diante da polarização política e das críticas sobre tentativa de interferência institucional.

A ministra Gleisi Hoffmann, que também participou das conversas com líderes da Câmara, foi dura ao condenar os ataques feitos durante o evento. “Na boca dos golpistas, a palavra anistia se reduz a uma farsa. Um projeto que busca impunidade para réus que nem sequer foram julgados. Eles querem apagar os fatos que aterrorizaram o país, mas não conseguem esconder a violência e o ódio que continuam guiando suas ações”, declarou.

O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, classificou a manifestação como uma tentativa da extrema direita de manipular a opinião pública. Ele também ironizou o número de participantes e disse que o evento careceu de propostas reais e concretas para o país.

Apesar da pressão nas ruas, os bastidores da Câmara mostram que o projeto da anistia está travado. E mesmo com o apoio de alguns governadores e parlamentares da base de Bolsonaro, a falta de apoio suficiente deixa claro que o Congresso, ao menos por enquanto, não vai se render à pressão pública.

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