A morte trágica da jovem publicitária Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia, comoveu o Brasil e mobilizou autoridades de diferentes esferas do poder público. O episódio, inicialmente marcado pela recusa do Itamaraty em custear o translado do corpo da brasileira, ganhou desdobramentos significativos nesta quinta-feira, 26 de junho, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, em pronunciamento público, a revogação do decreto que impedia o uso de recursos federais para essa finalidade.
Juliana, natural de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, estava na Ásia desde fevereiro em uma jornada de autoconhecimento e aventura. No entanto, sua trajetória foi brutalmente interrompida após cair em uma encosta do monte Rinjani, um dos mais altos e desafiadores vulcões da Indonésia, com 3.726 metros de altitude. Ela ficou desaparecida por quatro dias, até que equipes de resgate localizaram seu corpo na última quarta-feira, 24 de junho.
A repercussão do caso nas redes sociais foi imediata. A ausência de uma resposta efetiva por parte do governo brasileiro gerou críticas intensas, inclusive de parlamentares. O deputado federal Filipe Barros, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, criticou duramente o Itamaraty por, segundo ele, “se recusar a ajudar a família da vítima enquanto no passado usou avião da FAB para resgatar políticos condenados”. Como resposta, designou a deputada Carla Dickson para relatar projeto de lei que propõe tornar gratuito o translado de corpos de brasileiros falecidos no exterior.
Na tentativa de contornar a situação e prestar apoio efetivo, o presidente Lula telefonou ao pai da jovem, Manoel Marins, na manhã de quinta-feira. Na conversa, prestou solidariedade à família e informou que havia determinado ao Ministério das Relações Exteriores o suporte completo para o retorno do corpo ao Brasil, incluindo o custeio total do translado.
Horas depois, durante evento em São Paulo, Lula foi além. Diante da imprensa e do público presente, anunciou que revogaria imediatamente o decreto 9.199/2017, que restringia o uso de verbas públicas para o traslado de restos mortais de brasileiros no exterior. “Quando chegar a Brasília, vou revogar esse decreto e fazer um novo. O governo brasileiro vai assumir a responsabilidade de trazer essa jovem de volta para casa e prestar o mínimo de consolo à sua família”, afirmou o presidente, visivelmente comovido.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, também teve papel importante na assistência à família da vítima. Em contato com Mariana Marins, irmã de Juliana, comprometeu-se a arcar com os custos do traslado caso não houvesse resposta do governo federal. A solidariedade institucional e popular foi fundamental para pressionar mudanças, inclusive na legislação e nos protocolos consulares.
Enquanto o Itamaraty informava que, segundo a norma anterior, seu papel era limitado a apoio documental e orientação às famílias, a comoção pública revelava a insatisfação diante da frieza burocrática com que muitas tragédias no exterior são tratadas. A morte de Juliana Marins, no entanto, tornou-se um divisor de águas, ao provocar uma reavaliação urgente das políticas consulares brasileiras.
O corpo da jovem será transportado ainda nesta semana para Bali, onde passará por autópsia oficial. Após a liberação, seguirá para o Brasil, onde será sepultado em Niterói, sua cidade natal. A Santa Casa local já se prepara para receber a família e prestar a devida assistência.
Juliana era uma jovem cheia de sonhos, com uma vida ativa nas redes sociais e engajada em causas ambientais e culturais. Formada em Publicidade e Propaganda, planejava transformar sua vivência pela Ásia em uma série de relatos, vídeos e projetos sociais. Sua história agora passa a simbolizar não apenas o drama de uma vida interrompida, mas também um apelo por humanidade nas relações institucionais.
A morte de Juliana Marins e o impacto nacional que provocou escancararam uma lacuna há muito ignorada no atendimento a brasileiros em situação de vulnerabilidade no exterior. O gesto do presidente Lula, ao revogar o decreto e oferecer apoio integral à família, representa não apenas uma resposta pontual, mas a promessa de um novo paradigma nas políticas públicas de assistência consular.
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