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Mato Grosso do Sul, 20 de maio de 2024
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Lula chama de volta embaixador do Brasil em Israel

Decisão foi tomada após petista ser declarado persona non grata por Tel Aviv e repreensão do chanceler israelense Israel Katz ao embaixador brasileiro, no Museu do Holocausto
Lula e o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer | Foto: Ricardo Stuckert/Geraldo Magela
Lula e o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer | Foto: Ricardo Stuckert/Geraldo Magela

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) chamou nesta segunda-feira (19) para consultas o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, ao mesmo tempo em que convocou o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, para dar explicações ao governo brasileiro. A decisão ocorre horas após o chanceler de Israel, Israel Katz, declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persona non grata no país.

Em nota, o Itamaraty disse que Zonshine foi convocado para se reunir ainda hoje com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro (o chanceler brasileiro está na cidade para um encontro dos chanceleres do G20 que acontecerá na cidade nesta semana). A pasta também informou que Meyer embarcará em direção ao Brasil amanhã, terça-feira (20).

O MRE disse ter tomado as medidas “diante da gravidade das declarações desta manhã do governo de Israel”.

Mais cedo, Katz convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para uma reprimenda no Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, e anunciou que Lula não é bem-vindo em Israel até que se retrate de comentários que fez, comparando a guerra realizada por Israel em Gaza ao Holocausto promovido pelo ditador alemão Adolf Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

Ao lado do embaixador brasileiro, o chanceler israelense disse que as declarações de Lula eram vergonhosas e antissemitas.

Guerra Israel-Hamas

Israel iniciou uma ampla ofensiva por terra e ar em Gaza, após o Hamas matar 1,2 mil pessoas e sequestrar outras 253, em território israelense, em 7 de outubro de 2023. Desde então, os ataques israelenses devastaram o enclave palestino, matando mais de 29 mil pessoas e forçando a maioria dos 2 milhões de habitantes de Gaza a deixarem suas casas.

Antes da reprimenda ao embaixador brasileiro e ao anúncio de Lula como persona non grata em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que a declaração de Lula buscava banalizar o Holocausto e cruzava uma “linha vermelha”. O Holocausto promovido pelo nazistas na Segunda Guerra Mundial matou 6 milhões de judeus.

Alckmin minimiza declarações de Lula sobre Israel: “Ele defende a paz”

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), minimizou, nesta segunda-feira (19), as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

No domingo (18), em viagem oficial à Etiópia, Lula comparou a resposta militar israelense em Gaza ao genocídio perpetrado pelo governo nazista de Adolf Hitler, na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em curta entrevista coletiva após participar da reunião de conselhos superiores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Alckmin afirmou que Lula defende uma solução pacífica para o conflito.

“Em relação a esse tema, o presidente Lula deixou claras duas coisas: a primeira é que o ato do Hamas foi um ato terrorista. E, segundo, que ele defende a paz. Que haja um cessar-fogo no sentido da busca pela paz. Esse é o seu entendimento”, disse Alckmin.

“É clara a posição [de Lula]. De um lado, deixou claro que a ação do Hamas foi uma ação terrorista. Isso eu ouvi dele em vários pronunciamentos. De outro lado, que nós precisamos de paz. O Brasil é um país que não tem litígio com ninguém e é promotor da paz”, concluiu o vice-presidente.

No fim de semana, em entrevista a jornalistas em Adis Abeba (Etiópia), Lula endureceu o discurso contra as ações militares de Israel em Gaza. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente brasileiro.

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