O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o presidente do Paraguai, Santiago Peña, para visitar, ao lado dele, as obras da ponte de integração binacional entre os dois países, em Porto Murtinho.
A obra do lado brasileiro, que ligará Porto Murtinho à cidade paraguaia Carmelo Peralta, foi retomada no final do ano passado, com prazo de 26 meses para a conclusão com investimento de R$ 472,4 milhões. Do lado brasileiro, ainda será construído um centro aduaneiro.
De acordo com o deputado federal Vander Loubet (PT), o tema central do encontro com o presidente paraguaio foi o preço da energia vendida por Itaipu, entretanto outras questões relevantes foram discutidas.
“Para nós, do Mato Grosso do Sul, é muito importante que o Brasil mantenha boas relações com o Paraguai, afinal, estamos em um momento que preza pela integração dos nossos países através da Rota Bioceânica, com a ponte em Porto Murtinho”, disse Vander.
Vander revelou que acredita que este ano o presidente faça uma visita nas obras da Bioceânica e que a vinda de Lula já está sendo articulada.
O convite de Lula a Penã aconteceu durante uma reunião entre os chefes de Estado no Palácio do Itamaraty, em Brasília, para tratar do impasse sobre o valor da tarifa da usina hidrelétrica de Itaipu, que é uma empresa binacional gerida pelos dois países.
“Convidei o companheiro Santiago Peña para que a gente possa fazer conjuntamente uma visita em Porto Murtinho, para que a gente possa visitar a chamada ponte da integração”, afirmou Lula.
Rota Bioceânica
A Rota Bioceânica encurtará a distância para as exportações e importações brasileiras entre mercados potenciais na Ásia, Oceania e Costa Oeste dos Estados Unidos. Também integrará a América do Sul e transformará Mato Grosso do Sul em um hub logístico, um centro de distribuição de mercadorias.
Mato Grosso do Sul é o coração da rota, que vai seguir pela cidade de Porto Murtinho; cruzará o território paraguaio por Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo.
Depois irá atravessar por território argentino as cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta; ingressando no Chile pelo Passo de Jama, até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique.
Do lado brasileiro, a obra foi retomada no fim do ano passado, pela União, com investimento de R$ 472,4 milhões e prazo de 26 meses para sua conclusão. Será pavimentado um trecho de 13 quilômetros ligando a BR-267 ao acesso à ponte, em um contorno rodoviário em Porto Murtinho até a cidade de paraguaia de Carmelo Peralta, onde está sendo erguida a parte da obra sob responsabilidade do país vizinho. Ainda está prevista, do lado brasileiro, a construção de um centro aduaneiro.
Após a reunião, Lula afirmou que ainda existe divergência, mas que o tema seguirá sendo tratado pelas equipes de ambos os governos para que se chegue a uma solução, e que a celeridade de resolução desse impasse é uma prioridade.
“Nós estamos dispostos a encontrar uma solução, agora é o Brasil que tem que ir a Assunção para que a gente possa continuar as tratativas para encontrar uma solução definitiva, eu tenho interesse que isso seja feito o mais rápido possível e que a gente possa trabalhar para apresentar uma solução definitiva de novas relações entre Paraguai e Brasil na gestão da nossa importante Itaipu”, afirmou Lula.
O Paraguai bloqueou o orçamento da Itaipu Binacional para 2024, com o objetivo de pressionar o aumento da tarifa. A medida fez com que prestadores de serviços e fornecedores deixassem de receber o salário dos dois lados, 70 funcionários foram afetados somente no Brasil. Todos os municípios de Mato Grosso do Sul recebem energia gerada pela Itaipu.