O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta segunda-feira (24) em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, para a assinatura do contrato do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro. A iniciativa marca um novo capítulo na retomada da indústria naval brasileira, impulsionando a construção de quatro navios petroleiros do tipo Handy, embarcações de médio porte essenciais para o transporte de petróleo bruto e derivados. Cada navio terá um custo estimado de US$ 69,5 milhões.
Rio Grande, que abriga o quarto terminal portuário mais movimentado do país e a Refinaria Riograndense, a primeira do Brasil, torna-se um ponto estratégico para a reativação do setor naval. O objetivo do governo é fortalecer a frota de transporte marítimo nacional, reduzindo a dependência de embarcações estrangeiras e fomentando a economia local com a geração de milhares de empregos.
“Eu quero recuperar a indústria naval porque um país que tem uma indústria naval forte se torna mais competitivo no comércio internacional. Hoje, 90% desse comércio é realizado por transporte marítimo, e o Brasil, com seus 8 mil quilômetros de costa, não pode ficar para trás”, afirmou Lula durante o evento. O presidente destacou que a assinatura do contrato representa apenas o início de um amplo projeto que prevê a construção de 44 navios no país.
Indústria naval e desenvolvimento econômico
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, acompanhou a cerimônia e reforçou a importância do setor naval para a soberania e o crescimento econômico do país. “A indústria naval é sinônimo de tecnologia, inovação e logística. Além disso, gera milhares de empregos e fortalece a economia brasileira”, declarou. Alckmin encerrou sua fala citando o filósofo Michel Foucault: “Em civilizações sem barcos, os sonhos secam. Parabéns, presidente Lula, por transformar o sonho em realidade”.
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, também destacou os impactos positivos do programa. Segundo ele, a construção dos quatro petroleiros deve gerar cerca de 3,6 mil empregos diretos e indiretos, movimentando a economia regional e consolidando o setor naval como peça-chave no desenvolvimento do país. O investimento total nesta etapa inicial é de aproximadamente R$ 1,6 bilhão.
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, lembrou que o governo tem direcionado recursos significativos para a indústria naval. Em 2023, o setor recebeu R$ 30,8 bilhões do Fundo da Marinha Mercante (FMM), possibilitando a realização de mais de 430 projetos voltados à construção e modernização de embarcações, ampliação de estaleiros e melhoria da infraestrutura portuária.

Lula, ministros e trabalhadores do estaleiro Rio Grande posam para foto
Programa de Renovação e Ampliação da Frota
O contrato firmado nesta segunda-feira foi assinado entre a Transpetro, subsidiária da Petrobras, e o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren. Os novos navios serão utilizados para o transporte de derivados de petróleo na costa brasileira, reforçando a frota nacional e reduzindo custos operacionais da Petrobras.
A aquisição das embarcações faz parte do Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Petrobras, que prevê um total de 44 novos navios, com investimentos estimados em R$ 23 bilhões e a criação de cerca de 44 mil empregos. O programa também está alinhado com a Nova Indústria Brasil, que tem entre seus objetivos a inovação, a descarbonização e a ampliação da competitividade nacional no setor naval.
Segundo a Petrobras, os quatro navios contratados atenderão a rigorosos padrões de eficiência energética e sustentabilidade. Equipadas com tecnologia avançada, as embarcações poderão ser abastecidas tanto com óleo combustível marítimo (bunker) quanto com biocombustíveis, reduzindo em até 30% as emissões de gases de efeito estufa em comparação com os navios atuais. As mudanças seguem as diretrizes da Organização Marítima Internacional (IMO).
Além do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin e de ministros, o evento contou com a presença da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci. Essa foi a primeira contratação oficial dentro do Programa de Renovação da Frota da Petrobras. Na semana passada, a Transpetro já havia lançado uma licitação para aquisição de oito navios gaseiros.
Frota própria e menos dependência externa
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou a importância do programa para fortalecer a logística de transporte da estatal. “Ampliar nossa frota própria é fundamental para reduzir custos com afretamentos, pois nossa produção e capacidade de refino crescerão nos próximos anos. Os investimentos de R$ 23 bilhões trarão um grande impulso para a indústria naval brasileira”, explicou.
O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, ressaltou que a contratação dos quatro petroleiros é apenas o começo. “Lançamos a licitação para oito gaseiros e planejamos contratar pelo menos mais 13 embarcações até 2026, ampliando a capacidade logística da Transpetro em até 25%”, afirmou.
A renovação da frota foi viabilizada pela Lei nº 15.075/2024 e pelo Decreto nº 12.242/2024, que estabeleceram incentivos fiscais para a construção de navios no Brasil. Com a depreciação acelerada de navios-tanque novos, empresas do setor podem deduzir rapidamente os custos de aquisição e manutenção dessas embarcações, tornando o investimento mais atrativo e minimizando a dependência de importações.
O programa reforça o compromisso do governo Lula com a recuperação da indústria naval, a geração de empregos e a soberania nacional. O avanço do projeto pode colocar o Brasil em posição de destaque no setor marítimo global, impulsionando o desenvolvimento industrial e tecnológico do país.
#Lula #IndustriaNaval #Petrobras #Transpetro #Empregos #Economia #NaviosPetroleiros #GovernoFederal #Desenvolvimento #Brasil #Infraestrutura #SoberaniaNacional