Mato Grosso do Sul, 18 de junho de 2025
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Lula reforça na Interpol a necessidade de união internacional contra o crime organizado

Presidente brasileiro defende ações coordenadas, modernização institucional e combate à criminalidade transnacional como prioridades globais para garantir segurança, justiça e proteção dos direitos humanos
Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)
Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Em uma visita marcada por simbolismo e estratégia diplomática, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve nesta segunda-feira, 9 de junho, na sede da Interpol, em Lyon, na França, onde defendeu a união internacional como resposta urgente à expansão global do crime organizado. A ocasião foi marcada pela assinatura de uma Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol, com o objetivo de fortalecer o combate à criminalidade transnacional, desarticular suas redes de apoio e promover a modernização dos sistemas de segurança pública em território brasileiro e latino-americano.

A visita presidencial à organização internacional de polícia criminal ocorre em um contexto de crescente preocupação com a sofisticação das ações criminosas, impulsionadas pela tecnologia digital e pela fluidez das fronteiras econômicas e territoriais no mundo globalizado. Ao lado de representantes da instituição e do brasileiro Valdecy Urquiza, atual diretor executivo da Interpol e primeiro latino-americano a ocupar o posto, Lula fez um discurso contundente, enfatizando que o enfrentamento à criminalidade exige cooperação, inteligência e firmeza.

“Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais. A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais urgentes e coordenadas”, declarou o presidente, chamando atenção para a escalada de crimes como lavagem de dinheiro, tráfico de armas, fraudes digitais e abuso sexual de crianças na internet.

A criação da Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos, durante sua gestão, foi citada como um exemplo da resposta brasileira ao novo perfil do crime. Segundo Lula, essa estrutura foi concebida para tratar com prioridade delitos de alta tecnologia, fraudes bancárias eletrônicas e, principalmente, crimes sexuais praticados contra crianças e adolescentes por meio da internet. “É preciso asfixiar os mecanismos de financiamento do crime, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”, pontuou.

Lula comparou a complexidade das organizações criminosas atuais à de grandes corporações empresariais, argumentando que o crime já não se restringe a grupos isolados, mas opera como redes multifacetadas infiltradas em diversas esferas da vida pública e privada. “O crime organizado não se enfrenta como uma simples quadrilha. São verdadeiras empresas multinacionais. Estão infiltradas nas empresas, na política, no judiciário, no futebol e em várias manifestações culturais”, alertou o presidente.

A assinatura da Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol formaliza o desejo mútuo de intensificar a cooperação internacional por meio de quatro eixos fundamentais: o reforço da articulação global para o enfrentamento do crime organizado, a desarticulação de organizações criminosas transnacionais e de suas redes de apoio, o apoio à modernização tecnológica e institucional dos órgãos de segurança pública e, por fim, a promoção dos direitos humanos e da proteção de grupos vulneráveis nas práticas policiais.

Além da segurança, o discurso presidencial também traçou uma interseção direta entre criminalidade e meio ambiente. Lula destacou que zerar o desmatamento ilegal até 2030 é uma de suas principais metas e que combater crimes ambientais é parte fundamental dessa jornada. “Fortalecer a segurança pública também significa proteger a natureza. No ano passado, a polícia brasileira apreendeu mais de 250 milhões de dólares em bens de acusados de praticar crimes ambientais. A repressão a ilícitos ambientais precisa ser tratada com o mesmo rigor que se aplica ao tráfico ou à corrupção”, afirmou.

A presença do brasileiro Valdecy Urquiza no comando da Interpol foi celebrada como um marco histórico e simbólico para o Brasil e os países do Sul Global. Lula não escondeu o orgulho ao saudar a liderança do delegado da Polícia Federal, ressaltando que sua nomeação representa o reconhecimento da capacidade técnica e da competência brasileira no campo da segurança internacional.

A visita de Lula à sede da Interpol reafirma o posicionamento do governo brasileiro em favor do multilateralismo, da diplomacia policial e da integração entre nações para enfrentar ameaças comuns. Ao unir segurança, tecnologia, cooperação internacional e defesa dos direitos humanos, o presidente reforça o compromisso de inserir o Brasil em um novo ciclo global de combate à criminalidade, com responsabilidade, inovação e solidariedade.

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