Mato Grosso do Sul, 17 de março de 2025
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Lutador de Muay Thai espanca e mata homem em Dourados e diz que foi legítima defesa

Crime brutal gera revolta e questionamentos sobre o uso da violência em conflitos cotidianos
Autor do crime é colocado na viatura (Foto: Leandro Holsbach)
Autor do crime é colocado na viatura (Foto: Leandro Holsbach)

A cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, foi palco de mais um crime brutal que chocou a população. Na noite da última terça-feira (4), Carlos Roberto Marani, de 61 anos, foi espancado até a morte pelo lutador de muay thai Maycon Almeida de Oliveira, de 21 anos. O autor do crime foi preso em flagrante pela Polícia Militar, confessou o homicídio e alegou que agiu em legítima defesa. O caso gerou indignação e levantou debates sobre a banalização da violência e o uso desproporcional da força.

O crime ocorreu em uma quitinete nos fundos de uma residência localizada na Rua Monte Castelo, entre João Pessoa e Clóvis Beviláqua, no bairro Jardim Maringá. Segundo as investigações preliminares, Maycon teria ido até a casa da vítima depois de saber que sua namorada estava lá. Ao chegar, confrontou Carlos e, segundo sua versão, foi atacado com uma faca. O lutador então utilizou suas habilidades marciais para golpear brutalmente a vítima com cotoveladas e joelhadas, resultando em sua morte. “Eu não queria matar ele”, disse Maycon ao ser detido.

No entanto, a versão apresentada pelo agressor levanta questionamentos. Testemunhas relataram que a briga poderia ter sido evitada e que a reação de Maycon foi desproporcional. Além disso, a perícia da Polícia Civil encontrou múltiplas lesões no corpo de Carlos, o que pode indicar que ele foi golpeado diversas vezes, mesmo já estando imobilizado. O laudo final ainda deve determinar se a vítima também foi esfaqueada ou se as agressões foram exclusivamente com golpes do muay thai.

Após o crime, Maycon tentou fugir e foi localizado com sua namorada em um acampamento de moradores de rua no prolongamento da Rua Castro Alves, que dá acesso ao Residencial Estrela Guassu. Durante a abordagem, ele resistiu à prisão e chegou a entrar em luta corporal com um dos policiais. Os moradores do acampamento afirmaram não conhecer o jovem.

O crime reacende o debate sobre o uso da força por praticantes de artes marciais. Muitos argumentam que atletas treinados possuem uma responsabilidade maior no controle de sua força e devem utilizar suas habilidades apenas em situações extremas e de forma proporcional. Além disso, questiona-se até que ponto a alegação de legítima defesa pode ser sustentada quando a vítima apresenta sinais de espancamento intenso.

A população de Dourados demonstrou indignação com o caso, que se soma a outros episódios recentes de violência extrema. Moradores da região onde ocorreu o crime relatam que a insegurança tem aumentado e cobram ações mais efetivas das autoridades. Muitos temem que a impunidade possa gerar novos casos de agressões fatais.

Maycon foi encaminhado à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), onde foi autuado em flagrante. O caso segue sob investigação e a Justiça deverá decidir se o jovem responderá pelo crime em liberdade ou se permanecerá preso até o julgamento.

O episódio reforça a necessidade de medidas para conter a violência e promover a resolução de conflitos de forma pacífica. Especialistas defendem que praticantes de artes marciais devem ser orientados sobre o uso responsável de suas habilidades e que a sociedade, como um todo, precisa repensar a forma como lida com desentendimentos e confrontos pessoais.

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