O pai do menino de 5 anos, vítima de mutilação genital pelo padrasto em Canindé, Ceará, alega ter denunciado maus-tratos à criança anteriormente, sem que as autoridades tomassem providências. Em meio à disputa pela guarda do filho, ele soube do incidente quando o menino estava hospitalizado. A mãe, que apresentou versões diferentes sobre o ocorrido, responde em liberdade por omissão, enquanto o agressor está preso.
A mãe prestou depoimentos com versões diferentes e contraditórias à polícia e às equipes hospitalares que atenderam a criança.
A mãe inicialmente alegou que a mutilação ocorreu após uma picada de inseto. Em outra ocasião, contudo, afirmou que o menino se machucou ao sentar em um arame de caderno.
O pai, cuja identidade foi preservada, declarou que sempre manteve contato com a mãe para saber do bem-estar do filho, mas enfrentava resistência ao tentar vê-lo pessoalmente. Ao descobrir que o menino era maltratado pelo padrasto, denunciou à polícia, mas alega que nada foi feito. Após a violência, obteve a guarda unilateral na Justiça, e a mãe terá que pagar pensão alimentícia e só poderá visitar o filho sob monitoramento.
Com receio, o homem mudou-se de cidade com sua família por questões de segurança. O padrasto, suspeito do crime, foi preso em flagrante e indiciado por lesão corporal grave, com sua prisão convertida em preventiva. A mãe foi autuada por omissão, mas está em liberdade. Ambos estão proibidos de manter qualquer contato com a criança.
O caso veio à tona em dezembro quando o menino foi internado no Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, com mutilação genital. A equipe médica realizou o reimplante no mesmo dia, mas o garoto ainda necessita de uma cirurgia completa para evitar sequelas. A polícia foi acionada pelos funcionários do hospital, que suspeitaram das versões contraditórias fornecidas pela mãe sobre o incidente.