Mato Grosso do Sul, 15 de maio de 2025
Campo Grande/MS
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Mato Grosso corre o risco de perder janela ideal para plantio de milho

De acordo com o dirigente, o retorno das chuvas, que beneficiou recentemente o avanço do plantio no Estado, ainda não é suficiente para uma proporcionar boas condições de solo
Atraso no plantio de soja no Estado pode prejudicar implementação das lavouras do cereal
Atraso no plantio de soja no Estado pode prejudicar implementação das lavouras do cereal

O atraso no plantio de soja em Mato Grosso, impactado por temperaturas normais para esta safra, o que não aconteceu em 2023 quando as temperaturas estavam elevadas, encurtando o ciclo da soja, representam um grande desafio para a produção de milho, que deve entrar em uma janela de risco. A avaliação é do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber.

“No ano passado, nós tínhamos 60% de área plantada de soja, esse ano, no mesmo período, só temos 25%. Isso impacta diretamente na segunda safra do milho, ou seja, o milho será semeado fora da janela de segurança, dentro da janela de risco, e parte da safrinha vai ser plantada fora da janela” afirmou, em comunicado.

De acordo com o dirigente, o retorno das chuvas, que beneficiou recentemente o avanço do plantio no Estado, ainda não é suficiente para uma proporcionar boas condições de solo.

“Segundo fonte do Agritempo e da Rural Business, em um relatório de pluviosidade do Brasil, mostrava uma média entre 30mm a 90mm de chuva, ou seja, grande parte do território está com pouca reserva de umidade no solo. A safra de soja no Brasil e a safra de milho já estão comprometidas”, ressaltou Lucas.

O presidente da Aprosoja ainda destacou sobre o cenário instável nos preços dos fertilizantes. No caso dos nitrogenados, a relação de troca desfavorável com o milho, somada ao atraso na semeadura da soja, tem levado os agricultores a adiarem suas compras. Essa postura cautelosa é justificada pelos altos custos, pelo cenário internacional incerto e pelo ritmo mais lento do plantio.

“A guerra no Oriente Médio tem prejudicado, já que Irã, Israel e outros países daquela região são exportadores de nitrogênio, inclusive o Brasil importa grande parte de nitrogênio para a produção de milho”, ressaltou o presidente.

Outra preocupação é que todos esses fatores juntos podem impactar no futuro, quando a produção de milho pode não ser suficiente para a importação e consumo interno.

“Mesmo se no ano que vem nós tivermos uma safra normal, há um cenário positivo para o mercado de milho. Porém, se tivermos uma quebra de safra de milho, o problema se agrava e o Brasil poderá importar mais milho para atender o mercado, porque a demanda tem aumentado interna e externamente por milho no mundo inteiro” finalizou Lucas Costa Beber.

Segundo estimativa mais recente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Mato Grosso deverá semear 6,79 milhões de hectares em 2024/25, redução de 0,14% se comparado com a área de cultivo do ciclo passado.

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