Mato Grosso do Sul enfrenta um preocupante cenário epidemiológico em 2025, com a confirmação de 4.796 casos de dengue e um total de 12.250 registros considerados prováveis da doença, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta sexta-feira, 23 de maio. O documento, referente à 20ª semana epidemiológica, aponta ainda que 12 mortes foram oficialmente atribuídas à dengue, enquanto outros 9 óbitos seguem sob investigação.
A disseminação do vírus tem alcançado diversas regiões do Estado, embora, nos últimos 14 dias, os municípios de Itaquiraí, Caarapó, Laguna Carapã, Maracaju, Japorã, Anastácio, Paranhos, Nioaque, Deodápolis, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Sidrolândia, Cassilândia, Aquidauana, Ribas do Rio Pardo, Amambai, Dourados, Nova Andradina e Naviraí tenham registrado uma incidência considerada baixa de casos confirmados.
Apesar disso, a gravidade da situação se expressa nas mortes que ocorreram nos municípios de Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Iguatemi, Paranhos, Itaquiraí, Naviraí e Água Clara. Entre as vítimas fatais, quatro apresentavam algum tipo de comorbidade, fator que potencializa o risco de complicações associadas à infecção pelo vírus da dengue.
Vacinação avança como estratégia central de combate à dengue
Diante da elevação do número de casos e óbitos, o governo estadual, em parceria com o Ministério da Saúde, tem reforçado a campanha de vacinação contra a dengue. Até o momento, Mato Grosso do Sul recebeu um total de 241.030 doses do imunizante, das quais 167.101 já foram aplicadas na população-alvo.
O esquema vacinal preconiza a administração de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, como medida eficaz para a proteção contra a doença. A vacinação é recomendada para crianças e adolescentes com idade entre 10 anos completos e 14 anos, 11 meses e 29 dias, faixa etária que, historicamente, concentra a maior proporção de hospitalizações por complicações decorrentes da dengue, dentro do grupo etário de 6 a 16 anos.
A escolha deste público prioritário leva em conta critérios epidemiológicos e visa reduzir, sobretudo, a ocorrência de formas graves da doença, que demandam atendimento hospitalar e podem resultar em desfechos fatais.
Chikungunya também preocupa e já provocou seis mortes no Estado
Além do aumento expressivo de casos de dengue, Mato Grosso do Sul também lida com a circulação intensa do vírus da chikungunya. Conforme o mesmo boletim da SES, foram registrados 10.194 casos prováveis da enfermidade, dos quais 2.701 foram confirmados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
O documento revela ainda a notificação de 28 casos de chikungunya em gestantes, grupo considerado de risco elevado para complicações, tanto maternas quanto fetais. A infecção pelo vírus é particularmente preocupante durante a gravidez, podendo desencadear partos prematuros ou outras complicações obstétricas.
Até o momento, seis óbitos foram confirmados em decorrência da chikungunya, ocorridos nos municípios de Dois Irmãos do Buriti, Vicentina, Naviraí, Terenos e Fátima do Sul. Assim como nas mortes por dengue, quatro das vítimas fatais possuíam comorbidades, elemento que contribuiu para o agravamento do quadro clínico.
Orientações reforçam importância da prevenção e do atendimento médico precoce
Em meio ao avanço das arboviroses no Estado, a Secretaria de Estado de Saúde alerta a população sobre a importância de adotar medidas preventivas, evitando a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor tanto da dengue quanto da chikungunya. A eliminação de focos de água parada, locais propícios para o desenvolvimento das larvas do mosquito, permanece como a principal estratégia de prevenção.
A SES também reforça a necessidade de que, ao surgirem sintomas compatíveis com dengue ou chikungunya, como febre alta, dores musculares, articulares e manchas na pele, as pessoas evitem a automedicação e procurem imediatamente uma unidade de saúde. O tratamento sintomático e a hidratação são fundamentais para a evolução favorável do quadro clínico, evitando complicações e mortes.
A automedicação, especialmente com anti-inflamatórios ou medicamentos que interferem na coagulação sanguínea, pode agravar o estado do paciente e levar a quadros hemorrágicos, que são potencialmente fatais.
Enfrentamento das arboviroses depende de mobilização coletiva
O atual cenário epidemiológico reforça a necessidade de uma ação integrada entre poder público e sociedade. O controle da dengue e da chikungunya não depende apenas das autoridades sanitárias, mas exige a participação ativa de toda a população na eliminação de criadouros e na busca precoce por atendimento médico.
Mato Grosso do Sul tem se destacado nacionalmente pela rapidez na adesão à campanha de vacinação contra a dengue, resultado de uma política pública comprometida com a proteção da saúde da população. Entretanto, os números evidenciam que a batalha contra as arboviroses continua, sendo imprescindível manter a vigilância, a prevenção e a assistência qualificada.
As autoridades sanitárias seguem monitorando de forma permanente os indicadores epidemiológicos e reiteram a importância do envolvimento de todos para conter o avanço dessas doenças que, historicamente, impactam a saúde pública e a economia da região.
Confira os boletins:
Boletim Epidemiológico Dengue SE 20- 2025 (1)
Boletim Epidemiológico Chikungunya SE 20 – 2025 (1)
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