Em pleno coração do Brasil, Mato Grosso do Sul vem mostrando que dá pra crescer gerando energia sem agredir o meio ambiente. O estado acaba de assumir o posto de segundo maior produtor de bioenergia do país, ficando atrás apenas de São Paulo. A virada veio com a entrada em operação de duas grandes usinas térmicas de biomassa: uma da Inpasa em Sidrolândia e outra da gigante Suzano em Ribas do Rio Pardo.
Segundo dados divulgados no início de abril pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o estado agora tem 2.439 megawatts (MW) de capacidade instalada para geração de energia elétrica a partir de biomassa. Isso significa que Mato Grosso do Sul passou Minas Gerais, que tem 2.186 MW, e só perde para São Paulo, com 6.995 MW.
Mas afinal, o que é bioenergia? Bioenergia é um tipo de energia que vem de fontes biológicas renováveis. Isso inclui restos de madeira, palha, bagaço da cana, milho, lixo orgânico e até mesmo resíduos industriais, como o licor negro da produção de celulose. Ao invés de jogar esse material fora, ele é aproveitado para gerar calor, vapor ou eletricidade. Em usinas térmicas, por exemplo, esses resíduos são queimados para aquecer água e produzir vapor, que gira turbinas e gera energia elétrica. Ou seja, é transformar o que seria lixo em algo que move cidades.
O salto sul-mato-grossense é resultado direto de grandes investimentos e do bom uso desses resíduos florestais e industriais. Em Sidrolândia, a usina da Inpasa vai gerar 53,1 MW aproveitando restos de madeira. Já em Ribas do Rio Pardo, a Suzano vai usar o licor negro – um líquido escuro e espesso que sobra do cozimento da madeira na produção de celulose – para produzir 384 MW de energia limpa.
Para a coordenadora de Energias Renováveis da Semadesc, Mamiule de Siqueira, essa transformação tem sido acelerada pelas políticas do Governo do Estado. “Esses investimentos mostram que Mato Grosso do Sul está no caminho certo. Temos grandes empresas apostando no nosso potencial, como as do setor de celulose e etanol, e políticas que incentivam essa transição energética”, explica ela.
A estratégia do governo estadual tem sido clara: abrir portas para o setor renovável com benefícios reais. Entre as ações, estão a isenção de ICMS para microgeradores de energia e a dispensa da compensação ambiental para projetos limpos. A ideia é simples: tornar o estado mais competitivo e atrativo para quem quer investir em energia do bem.
O secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc, reforça que essa mudança não é por acaso. “Temos uma abundância de matéria-prima. Biomassa da cana-de-açúcar, madeira, restos agrícolas… Tudo isso pode virar energia. Com as políticas públicas certas, estamos liderando a transição energética no país e ainda gerando desenvolvimento sustentável para a nossa população.”
A força dos números só comprova o avanço. Em 2024, o estado atingiu 9.843 MW de capacidade instalada de energia, um crescimento de 11% em comparação ao ano anterior. O mais impressionante? Quase toda essa energia – cerca de 94,1% – vem de fontes renováveis. É um resultado que poucos estados conseguem alcançar.
Verruck ainda destaca o papel da Coordenadoria de Transição Energética da Semadesc na organização desses dados e no planejamento de políticas públicas. “É um trabalho técnico, de bastidor, que está fazendo toda a diferença. Estamos cada vez mais perto de uma matriz energética limpa, diversa e resiliente.”
Mato Grosso do Sul, portanto, mostra que é possível se desenvolver apostando na sustentabilidade. Com investimentos, planejamento e uso inteligente dos recursos naturais, o estado se consolida como referência em bioenergia e aponta o caminho para um Brasil mais verde e moderno.
Confira aqui a publicação da Aneel.
#EnergiaRenovavel #Bioenergia #MatoGrossoDoSul #TransicaoEnergetica #Suzano #Inpasa #Biomassa #Sustentabilidade #EnergiaLimpa #AgroEnergia #EnergiaDoFuturo #MeioAmbiente