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Mato Grosso do Sul, 2 de maio de 2024
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Médicos em Gaza acusam Exército de Israel de destruir corpos e atirar em civis

Forças israelenses, que realizam ação militar dentro e ao redor dos hospitais, enfrentam alegações de que os ataques põem em perigo os pacientes e deixam os centros de saúde inoperantes
Hospital atacado em Gaza
Reprodução
Hospital atacado em Gaza Reprodução

Soldados israelenses que invadiram um hospital no norte de Gaza destruíram os corpos de pacientes mortos com escavadeiras, deixaram um cão militar atacar um homem em uma cadeira de rodas e atiraram em vários médicos, mesmo depois de verificarem se eles tinham ligações terroristas, de acordo com alegações de funcionários e pacientes.

As alegações referem-se a uma operação de oito dias feita pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) no Hospital Kamal Adwan na semana passada, que os militares alegam estar sendo usado como centro de comando e controle do Hamas. Dois funcionários médicos seniores, outro médico e um paciente do hospital, que forneceram depoimentos que corroboram com o ocorrido.

Eles pintam um quadro perturbador de como as FDI realizaram a operação, enquanto os médicos eram interrogados por suas conexões com o Hamas e a equipe lutava para tratar os pacientes presos lá dentro.

As FDI afirmam que o Hamas esconde infraestruturas terroristas dentro e em volta de instituições civis em Gaza, tais como hospitais, e que atingi-las é essencial, uma vez que trabalha para eliminar o Hamas da Faixa de Gaza. Mas as suas operações são controversas, com organizações humanitárias dizendo que as instalações médicas em Gaza estão incapacitadas de fornecer serviços básicos.

Entre as alegações mais graves relacionadas com as operações das FDI em Kamal Adwan está a de que, quando as tropas saíam do complexo hospitalar, usaram escavadoras para desenterrar corpos que tinham sido recentemente enterrados em cemitérios improvisados no pátio do hospital.

“Os soldados desenterraram as sepulturas esta manhã e arrastaram os corpos com escavadoras, depois esmagaram os corpos com as escavadoras”, disse o chefe dos serviços pediátricos do hospital, Hossam Abu Safiya, em entrevista por telefone no sábado (23). “Eu nunca vi tal coisa antes.”

Vídeos e imagens que ele compartilhou  mostram restos humanos em decomposição espalhados pelas dependências do hospital.

A alegação foi apoiada pelo chefe de enfermagem do hospital, Eid Sabbah, e outra enfermeira, Asmaa Tanteesh. “Os corpos lá fora, no pátio, foram arados diante dos nossos olhos”, disse Tanteesh. “O tempo todo, estávamos gritando e berrando com eles, mas nossos gritos chegavam em ouvidos surdos.”

Imagens de satélite tiradas em 15 de dezembro – pouco antes da retirada das FDI da área hospitalar – mostram terrenos arrasados fora do complexo hospitalar.

As FDI não abordaram as alegações diretamente, quando procuradas para comentar, mas reconheceram que havia realizado uma operação no hospital. “As tropas detiveram 80 terroristas, alguns dos quais participaram do atroz massacre de 7 de outubro”, afirmaram em nota.

No início desta semana, as FDI divulgaram um vídeo do interrogatório do diretor do hospital e publicaram uma declaração anexa dizendo que ele admitiu que o local estava sendo usado para fins militares. Não ficou claro se a declaração foi obtida sob coação.

Abu Safiya, o diretor de pediatria, e Sabbah, a enfermeira-chefe, responderam que o hospital apenas fornecia serviços médicos e que os presos eram civis e profissionais da área médica.

O que sabemos sobre a operação em Kamal Adwan

O foco dos militares israelenses no Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, parece ter começado há mais de uma semana, com ataques e bombardeios na área do hospital, cuja página no Facebook diz estar sob a administração do Ministério do Interior, que em Gaza é dirigido pelo Hamas.

Desde o início da guerra Israel-Hamas, o hospital também abrigou e tratou civis feridos e deslocados de Gaza, de acordo com suas páginas nas redes sociais e testemunhas oculares.

A operação intensificou-se na segunda-feira, 11 de dezembro, no mesmo dia em que o diretor do hospital, Dr. Ahmed Al Kahlot, disse que o hospital havia sido cercado pelas forças israelenses.

No dia seguinte, as forças israelenses demoliram o muro ocidental do complexo hospitalar, segundo Abu Safiya, que disse que os soldados se dirigiram ao hospital com alto-falantes, instruindo todos os homens que se abrigavam no interior a saírem.

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