Mato Grosso do Sul, 5 de junho de 2025
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Membro de facção é esfaqueado em Dourados e luta pela vida após acerto de contas

Lucas Paulino Costa Gonçalves, que está foragido; crime expõe rivalidade e clima de tensão entre facções na região do Jóquei Clube
O autor das facadas, identificado como Lucas Paulino Costa Gonçalves, 30, fugiu e está sendo procurado
O autor das facadas, identificado como Lucas Paulino Costa Gonçalves, 30, fugiu e está sendo procurado

João Batista Aguiar Galdino, de 30 anos, figura conhecida nos meios policiais de Mato Grosso do Sul e apontado como integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), está internado em estado gravíssimo após ser esfaqueado durante uma discussão no início da tarde desta terça-feira, 3 de junho de 2025. O crime ocorreu no residencial Parque Rincão I, localizado na região do Jóquei Clube, em Dourados, cidade que nos últimos anos tem sido marcada por episódios de violência e disputas territoriais associadas ao tráfico de drogas.

De acordo com as informações apuradas pela Polícia Militar, Galdino foi atingido por pelo menos sete facadas que perfuraram seu peito, barriga, braços e pernas. Mesmo diante da gravidade dos ferimentos, ele permaneceu consciente no momento do socorro, sendo inicialmente encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, transferido para a ala vermelha do Hospital da Vida, onde aguarda procedimento cirúrgico. Seu estado de saúde é considerado crítico e inspira cuidados extremos por parte da equipe médica.

O autor do ataque, identificado como Lucas Paulino Costa Gonçalves, também de 30 anos, fugiu do local e, até o momento, não foi localizado pelas autoridades. A Polícia Civil e a Polícia Militar realizam buscas na tentativa de prendê-lo, diante da gravidade do crime e do risco de novos confrontos.

Histórico criminal de João Batista Aguiar Galdino e o envolvimento com a facção criminosa

João Batista Aguiar Galdino tem uma longa trajetória de envolvimento com o crime. Sua ficha criminal inclui condenações por assalto e, mais recentemente, por integrar organização criminosa. Em 2014, Galdino teve a prisão preventiva decretada pela Vara de Execução Penal de Dourados, acusado de assalto à mão armada, um dos crimes mais violentos e recorrentes praticados por facções na região.

No dia 19 de maio de 2025, ele voltou a ser condenado pela Justiça. O juiz Marcio Alexandre Wust, titular da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, sentenciou Galdino a seis anos, dez meses e quatorze dias de reclusão em regime fechado, por associação criminosa. Na mesma sentença, outros oito acusados também foram condenados, todos vinculados às atividades ilícitas da facção PCC, que há anos atua na região Centro-Oeste e exerce forte influência sobre o tráfico de drogas, roubos e homicídios.

O processo judicial apontou que Galdino exercia funções estratégicas dentro da facção, especialmente no apoio logístico a ações criminosas e na articulação entre membros de diferentes cidades, inclusive promovendo a coação de testemunhas e o planejamento de roubos a estabelecimentos comerciais. Sua presença na cena criminal de Dourados é, portanto, notória e associada a episódios de extrema violência.

As circunstâncias do crime e a motivação do esfaqueamento

O esfaqueamento de João Batista Aguiar Galdino ocorreu após uma discussão violenta com Lucas Paulino Costa Gonçalves. Conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, Lucas estava em sua residência cortando carne para preparar o almoço, quando Galdino chegou ao local. A presença do membro da facção desencadeou uma discussão acalorada entre os dois homens.

Ainda segundo o relato, Galdino teria proferido ameaças contra Lucas, possivelmente relacionadas a desentendimentos anteriores ou a pendências vinculadas ao ambiente de criminalidade que permeia o bairro. Temendo por sua integridade física, Lucas reagiu de forma impulsiva, utilizando a faca que manuseava no momento para desferir vários golpes contra Galdino.

Após o ataque, Lucas fugiu do local e permanece foragido, enquanto sua esposa, testemunha direta dos fatos, procurou a Polícia Militar para relatar o ocorrido. A versão apresentada pela mulher indica que o crime não foi premeditado, mas sim resultado de um desentendimento que escalou rapidamente para a violência, contexto típico de comunidades marcadas pela tensão entre criminosos e pela ausência de mecanismos eficazes de resolução de conflitos.

A retaliação e a escalada da violência

Logo após o esfaqueamento, familiares e aliados de João Batista Aguiar Galdino se dirigiram à residência onde o crime ocorreu e promoveram atos de vandalismo em represália. A casa foi depredada, com portas, janelas e todos os móveis destruídos. O episódio evidencia o clima de vingança e a cultura de retaliação enraizada nos ambientes de atuação de facções criminosas, onde a resposta à agressão é quase sempre imediata e brutal.

Temendo por sua segurança e pela de seus filhos, a esposa de Lucas Paulino buscou abrigo na casa de amigos, em um bairro vizinho. Sob escolta da Polícia Militar, ela retornou brevemente à residência apenas para retirar pertences pessoais, sendo novamente conduzida ao local onde permanece escondida, aguardando a evolução das investigações e a eventual captura de seu marido.

O contexto de violência e a atuação policial em Dourados

O caso envolvendo João Batista Aguiar Galdino e Lucas Paulino Costa Gonçalves escancara mais uma vez a delicada situação de segurança pública em Dourados, município que há anos enfrenta o avanço de organizações criminosas e o aumento dos índices de homicídios, tráfico de drogas e crimes patrimoniais.

As autoridades policiais intensificaram as diligências para localizar e prender Lucas, ao mesmo tempo em que monitoram possíveis desdobramentos do crime, que pode desencadear novos episódios de violência entre grupos rivais. O receio de represálias e ajustes de contas paira sobre a região do Jóquei Clube, onde a disputa por território e o domínio do tráfico se impõem como fatores permanentes de instabilidade.

João Batista Aguiar Galdino, por sua vez, luta pela vida na ala vermelha do Hospital da Vida. O desfecho deste episódio permanece incerto, mas a trajetória marcada pelo crime, o ambiente de violência e a lógica implacável das facções criminosas seguem ditando o ritmo das tragédias que, lamentavelmente, se repetem nas periferias de Dourados e em tantas outras cidades brasileiras.

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