Mato Grosso do Sul, 10 de julho de 2025
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Mercado da soja registra alta de preços em diversas regiões do Brasil mesmo com queda do dólar e recuo nos prêmios

Movimento é impulsionado por valorização internacional em Chicago e retração dos produtores no mercado interno, que mantém ritmo lento de vendas mesmo com ofertas pontuais mais atrativas
Mercado de soja teve leves avanços mesmo com dólar em queda e prêmios mais baixos
Mercado de soja teve leves avanços mesmo com dólar em queda e prêmios mais baixos

Em meio a um cenário de volatilidade cambial e pressões externas, o mercado brasileiro de soja registrou, nesta quarta-feira, uma leve valorização em várias praças comerciais do país. Os preços, ainda que não apresentem saltos expressivos, caminharam em direção à estabilidade com viés de alta, sustentados especialmente pelos ganhos expressivos na Bolsa de Chicago (CBOT). A movimentação ocorreu apesar do recuo do dólar frente ao real e da queda nos prêmios pagos nos portos, fatores que geralmente pressionam negativamente o mercado interno.

A análise foi divulgada pelo consultor Rafael Silveira, da Safras & Mercado, que destacou a postura cautelosa dos produtores brasileiros diante das atuais condições de mercado. Segundo ele, há forte retenção de oferta por parte dos agricultores, mesmo diante da valorização observada. “No Paraná, por exemplo, o basis está elevado, com valores entre R$ 4 a R$ 5 acima da conta portofrete, o que tem pressionado a indústria local. Poucos lotes foram efetivamente negociados”, afirmou Silveira.

Nas demais regiões, o cenário é semelhante. Os portos seguem operando normalmente, mas os volumes negociados continuam baixos. As ofertas mais vantajosas estão sendo direcionadas aos meses de agosto e setembro, enquanto no mercado spot, referente a julho, a movimentação permanece tímida.

Entre as cotações monitoradas nesta quarta-feira, destacam-se os avanços no Rio Grande do Sul, onde o preço em Passo Fundo subiu de R$ 130,00 para R$ 131,00 por saca, enquanto em Santa Rosa o valor passou de R$ 131,00 para R$ 132,00. No Porto de Rio Grande, a alta foi mais significativa, com os preços saltando de R$ 134,50 para R$ 137,00 por saca. No Paraná, Cascavel manteve a estabilidade em R$ 129,00, e no Porto de Paranaguá o preço aumentou de R$ 134,00 para R$ 136,00.

Em regiões produtoras do Centro-Oeste, o comportamento também refletiu ligeiras elevações. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, a soja subiu de R$ 117,50 para R$ 119,00. Em Rio Verde, Goiás, a valorização foi de R$ 119,00 para R$ 120,00. Já em Rondonópolis, Mato Grosso, os preços permaneceram estáveis em R$ 117,00 por saca.

No mercado internacional, o contrato da soja em grão com vencimento para agosto, negociado na Bolsa de Mercadorias de Chicago, fechou o dia com alta de 23,75 centavos, cotado a US$ 10,53 1/2 por bushel, um avanço de 2,30%. A posição de novembro também teve desempenho positivo, encerrando em US$ 10,48 por bushel, com valorização de 20,75 centavos (2,01%).

A forte elevação nos preços globais foi motivada por uma série de fatores. Entre os principais, destacam-se a cobertura de posições vendidas por parte dos investidores antes do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, o avanço dos preços do óleo de soja e a valorização das commodities energéticas, como o petróleo. A alta nos preços do milho e do trigo também influenciou o movimento.

Outro ponto relevante para o impulso do óleo de soja foi a recente aprovação, no Senado dos Estados Unidos, de um projeto que exclui produtos importados dos subsídios federais voltados à produção de biocombustíveis. A medida reforça a demanda interna por óleo de soja para o setor de biodiesel, elevando o valor do subproduto e contribuindo para a alta do grão.

No segmento de derivados, o farelo de soja com vencimento para dezembro subiu US$ 3,20 (1,11%), sendo cotado a US$ 290,80 por tonelada. Já o óleo de soja com vencimento para dezembro teve incremento de 1,39 centavo (2,58%), fechando a 52,07 centavos de dólar por libra-peso.

Apesar do cenário favorável nos contratos internacionais, o dólar comercial registrou queda de 0,75% no mercado doméstico, sendo cotado a R$ 5,4186 para venda e R$ 5,4166 para compra. A moeda norte-americana oscilou entre R$ 5,4156 e R$ 5,4807 durante o dia, o que, em termos práticos, reduziu parcialmente o impacto positivo da valorização externa sobre os preços internos.

Ainda assim, a movimentação nos bastidores do mercado indica que os produtores seguem atentos, mas sem pressa para negociar. A expectativa de que os preços possam melhorar nos próximos meses, associada à demanda internacional e à flutuação cambial, mantém muitos agricultores retraídos.

O cenário continua sendo de observação cautelosa, com fatores internos e externos pesando sobre as decisões dos agentes. A volatilidade do dólar, o comportamento da demanda internacional, a pressão da indústria e o ritmo das exportações devem continuar como elementos determinantes para os próximos movimentos do mercado da soja no Brasil.

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