A quarta-feira, 18 de junho, foi marcada por cautela e pouca movimentação no mercado de câmbio brasileiro. O dólar comercial encerrou o dia praticamente estável, cotado a R$ 5,5012 na venda, com leve variação positiva de 0,07%. A aparente tranquilidade esconde, no entanto, a tensão nos bastidores do mercado financeiro, que aguardava com atenção dois eventos de grande relevância para a política monetária global: as decisões de juros do Federal Reserve, nos Estados Unidos, e do Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil.
O dia começou com um viés altista para a moeda norte-americana, impulsionado pelas incertezas geopolíticas no Oriente Médio, especialmente o conflito entre Israel e Irã, que segue gerando apreensão nos mercados. No entanto, o impacto desses fatores foi pontual, e o dólar logo voltou a oscilar dentro de uma faixa estreita de preços, dando sinais claros de que os investidores estavam relutantes em tomar posições relevantes antes do desfecho da chamada “superquarta” de juros.
Ao longo do dia, a cotação do dólar variou entre a máxima de R$ 5,5123, registrada às 9h50, e a mínima de R$ 5,4756, às 11h09, o que representou uma variação intradiária de apenas 0,67%. Esse estreitamento da volatilidade revela a postura de prudência adotada por operadores e gestores de fundos, que preferiram aguardar os sinais vindos das autoridades monetárias antes de realizar ajustes mais expressivos em suas carteiras.
No meio da tarde, o Federal Reserve anunciou a manutenção da taxa básica de juros dos Estados Unidos no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano, decisão que já era amplamente esperada pelos agentes financeiros. O comunicado da autoridade monetária, porém, trouxe indícios de que dois cortes na taxa podem ocorrer ainda em 2025, conforme as projeções econômicas mais recentes. Apesar disso, o mercado global de câmbio teve reação contida, e o impacto da decisão do Fed sobre o real foi praticamente nulo.
No cenário doméstico, a atenção se voltava para a reunião do Copom, que só anunciaria sua decisão após o fechamento dos mercados, por volta das 18h30. Com a Selic atualmente em 14,75% ao ano, o mercado estava dividido entre a possibilidade de manutenção do patamar atual ou um novo aumento de 0,25 ponto percentual, levando a taxa a 15% ao ano. Estimativas da curva de juros apontavam para uma probabilidade de cerca de 60% de elevação e 40% de manutenção, o que reforçava o sentimento de incerteza entre os operadores.
Nos contratos futuros de câmbio negociados na B3, o dólar para julho, que é o mais líquido no momento, também operava com leve alta, subindo 0,10%, aos R$ 5,5125, no fim da tarde. Já no mercado de turismo, a moeda era negociada a R$ 5,518 na compra e R$ 5,698 na venda, refletindo as taxas adicionais cobradas por instituições financeiras.
Ainda pela manhã, o Banco Central do Brasil atuou no mercado por meio de sua operação rotineira de rolagem de contratos de swap cambial tradicional, vendendo todos os 35 mil contratos ofertados. A atuação, embora esperada, serviu como reforço da intenção da autoridade monetária de manter liquidez e estabilidade no mercado de câmbio.
No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda dos Estados Unidos frente a uma cesta de seis divisas relevantes, avançava 0,07%, aos 98,906 pontos às 17h12, também mostrando comportamento morno, com variações sutis em relação às moedas fortes, como euro, iene e libra.
A expectativa em torno da decisão do Copom domina as projeções para o câmbio nas próximas sessões. A depender do tom do comunicado e do posicionamento dos membros do colegiado em relação à inflação e à trajetória fiscal do país, o mercado poderá reagir com maior intensidade, ajustando os preços da moeda norte-americana nos dias subsequentes.
Apesar da estabilidade no fechamento desta quarta-feira, o dólar acumula queda de 10,97% em 2025, refletindo fatores como o fluxo de capitais estrangeiros para o Brasil, o diferencial de juros entre o país e outras economias e o desempenho das contas externas. A evolução do cenário fiscal brasileiro e as movimentações no exterior continuarão sendo os principais vetores para a trajetória da moeda norte-americana nos próximos meses.
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