Mato Grosso do Sul, 11 de maio de 2025
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Mercado financeiro reduz projeção para o crescimento da economia em 2025

Previsão para o PIB tem nova queda, enquanto inflação segue acima da meta e juros continuam elevados

A economia brasileira tem apresentado oscilações em suas previsões de crescimento, e o mais recente levantamento do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (31), reforça um cenário de cautela. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 foi revisada para baixo, passando de 1,98% para 1,97%. O estudo, que reúne estimativas de diversas instituições financeiras, reflete as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos do país.

Apesar do ajuste sutil, o recuo na previsão sinaliza uma visão mais conservadora sobre o ritmo da atividade econômica nos próximos anos. Para 2026, a projeção de crescimento permanece em 1,6%, enquanto para 2027 e 2028, a expectativa se mantém em 2% ao ano.

Em 2024, o Brasil registrou um crescimento de 3,4% no PIB, marcando o quarto ano consecutivo de expansão. Esse desempenho, no entanto, ainda não garante um cenário otimista para os próximos anos, dado o impacto de fatores como a inflação persistente e a taxa de juros elevada.

Inflação e cotação do dólar

Outro dado relevante divulgado no Boletim Focus diz respeito à inflação. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 foi mantida em 5,65%. Para 2026, o mercado prevê um índice de 4,5%, e para 2027 e 2028, as estimativas são de 4% e 3,78%, respectivamente.

Esses números ainda preocupam, pois a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, o limite superior da meta é 4,5%, e a previsão do mercado para 2025 já ultrapassa esse patamar.

Outro fator de atenção é a cotação do dólar, cuja projeção para o fim de 2025 está em R$ 5,92. Para o fim de 2026, o mercado prevê que a moeda norte-americana chegue a R$ 6, o que pode impactar ainda mais os preços de bens e serviços, principalmente aqueles com componentes importados.

Taxa Selic e controle da inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central tem adotado uma postura conservadora em relação à taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), foi decidido um novo aumento de um ponto percentual, marcando o quinto ajuste consecutivo da taxa de juros.

Segundo o comunicado do Copom, a economia brasileira segue aquecida, mas há sinais de desaceleração. O órgão também destacou que a inflação segue elevada e alertou para os riscos de que os preços dos serviços continuem pressionando o índice geral. O BC reforçou que seguirá monitorando os desdobramentos da política econômica para avaliar os próximos passos.

A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic suba para 15% ao ano até o final de 2025, com uma redução gradual nos anos seguintes. Para 2026, a previsão é de 12,5% ao ano, para 2027, 10,5%, e para 2028, 10% ao ano.

Impacto na economia e no consumo

O aumento da taxa de juros tem como principal objetivo conter o consumo e, consequentemente, a inflação. Juros elevados encarecem o crédito, o que desestimula o consumo das famílias e os investimentos das empresas. No entanto, essa política também pode frear a atividade econômica, tornando o crescimento mais lento.

Com a Selic elevada, o custo do dinheiro sobe e impacta diretamente o acesso ao crédito para empresas e consumidores. Isso pode resultar em menor geração de empregos e desaquecimento do comércio e da indústria, fatores essenciais para a expansão do PIB.

Por outro lado, uma redução brusca da Selic poderia comprometer o controle da inflação, levando a uma nova escalada de preços. O Banco Central tem buscado equilibrar esses fatores para garantir estabilidade econômica e previsibilidade para investidores e consumidores.

Perspectivas para os próximos anos

Diante do cenário de juros elevados, inflação resistente e incertezas sobre o crescimento global, a economia brasileira enfrenta desafios para manter um ritmo sustentável de crescimento. O governo e o Banco Central devem continuar monitorando os desdobramentos econômicos e ajustando suas políticas conforme necessário para garantir que o Brasil mantenha uma trajetória de expansão, mesmo que em ritmo mais moderado.

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