Mato Grosso do Sul, 14 de fevereiro de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Mesmo sem a China no mercado, vendas de soja no Brasil seguem forte: Como o câmbio ajudou acelerar as negociações

Os produtores de soja estão atentos ao mercado e a qualquer sinal de mudança no cenário político e econômico global
O Brasil segue sendo o principal fornecedor de soja para o mercado chinês
O Brasil segue sendo o principal fornecedor de soja para o mercado chinês

A soja brasileira, um dos principais produtos agrícolas do país, tem mostrado sua força no mercado internacional, mesmo sem a presença da China, o maior comprador mundial do grão, neste início de 2025. A situação é atípica, mas os produtores brasileiros estão aproveitando a boa fase do câmbio, que tem ajudado a turbinar as vendas do grão. Em um cenário de incertezas econômicas, com os Estados Unidos se preparando para o segundo mandato de Donald Trump, a soja brasileira segue com vendas mais aceleradas que no ano passado, embora ainda não tenha alcançado o ritmo dos últimos cinco anos.

Comercialização da safra de soja: números que falam mais alto

Até o momento, 35% da safra de soja 2024/25 já foi comercializada, o que corresponde a 60,83 milhões de toneladas. Esse número é superior aos 29,1% registrados em igual período do ano passado. No entanto, ainda está abaixo da média dos últimos cinco anos, que era de cerca de 39%. Mesmo assim, é um desempenho positivo para o início do ano, e tudo isso sem o gigante chinês comprando grandes volumes do grão, como se esperava.

A China, que no ano passado importou uma quantidade recorde de soja brasileira para se antecipar a possíveis tarifas impostas pelos EUA, agora está fora do mercado. Em 2024, o país asiático optou por antecipar suas compras de soja dos Estados Unidos, o que gerou um impacto direto na demanda pela soja brasileira. Mesmo assim, analistas apontam que a situação é temporária, e a China deve retomar as compras de soja do Brasil mais adiante, conforme a colheita brasileira vai ganhando mais força.

O câmbio como aliado nas vendas

Para Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, o câmbio tem sido um dos principais responsáveis pelo aumento das vendas antecipadas de soja. O dólar forte tem incentivado os produtores brasileiros a fecharem negócios mais rapidamente, aproveitando o preço mais vantajoso. “O câmbio ajuda muito, ainda mais no início da colheita. Cada dez centavos de valorização do dólar significa um aumento de R$ 5 na saca de soja”, explica Anderson Galvão, CEO da Céleres. Esse fortalecimento do dólar fez os preços da soja no Brasil se manterem atrativos para os compradores, mesmo sem a presença da China nesse momento.

Expectativa de aumento nas exportações para a China

Embora a China tenha reduzido suas compras no início do ano, a expectativa é que o país retorne às compras mais pesadas ao longo da colheita. O Brasil segue sendo o principal fornecedor de soja para o mercado chinês, que deve importar entre 80 e 81 milhões de toneladas da safra 2024/25. No ano passado, esse volume foi de 77,5 milhões de toneladas, e a grande safra esperada para 2025 deve impulsionar ainda mais as exportações brasileiras para o país asiático.

Plínio Nastari, presidente da Datagro, também acredita que a China vai acabar retornando ao mercado em breve. “A China depende da soja brasileira, e, por mais que tenha antecipado compras nos EUA, não vai conseguir ficar muito tempo sem comprar o grão do Brasil”, afirma.

O cenário de incerteza geopolítica e seus reflexos no mercado

A possibilidade de uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China é uma das grandes incertezas que pairam sobre o mercado de soja neste início de ano. O medo de que os EUA voltem a taxar a China leva alguns produtores a segurar as vendas, esperando um possível aumento na demanda pela soja brasileira, caso o conflito comercial seja reeditado. Leandro Guerra, da LC Guerra Corretora de Cereais, afirma que muitos produtores têm se lembrado do impacto que a guerra comercial de 2018 teve na soja brasileira, quando os prêmios (diferenciais de preço) dispararam e o Brasil se beneficiou com uma demanda agressiva de soja.

“O que a gente viu em 2018 foi uma virada de chave muito rápida. Os prêmios subiram até 200 pontos, e os produtores ficaram com boas margens de lucro. Muitos acreditam que isso pode acontecer novamente, caso uma nova guerra comercial entre os EUA e a China seja desencadeada”, observa Guerra.

O impacto do dólar e as expectativas para o próximo ciclo

Tiago Medeiros, diretor da Czarnikow, também vê as especulações sobre uma nova guerra comercial como um fator relevante para o mercado de soja no futuro, mas não vê reflexos imediatos para as vendas brasileiras. “O impacto das sanções do primeiro governo Trump será mais sentido no próximo ciclo da soja, e não tanto no atual”, analisa Medeiros.

Atualmente, as vendas de soja estão em 35% da safra 2024/25, um pouco abaixo dos 40% registrados no mesmo período do ano passado. Mas, de acordo com os analistas, com o avanço da colheita e o retorno da China às compras, esse número deve crescer rapidamente nos próximos meses, ajudado pelo bom desempenho do câmbio e pela grande safra prevista.

Conclusão: A soja brasileira segue firme, com desafios e oportunidades

Em resumo, o mercado de soja brasileiro vive um momento de desafios, mas também de muitas oportunidades. A saída da China do mercado no início de 2025 gerou um impacto, mas a forte demanda pela soja brasileira, o câmbio favorável e a expectativa de novos contratos com a China tornam o cenário otimista para o restante da colheita.

Os produtores de soja estão atentos ao mercado e a qualquer sinal de mudança no cenário político e econômico global. E, seja com a ajuda do câmbio ou com a retomada das compras da China, o Brasil segue mantendo sua posição de destaque como um dos maiores exportadores de soja do mundo.

#SojaBrasil #Agronegócio #ComercializaçãoDeSoja #Soja2024 #SojaNoBrasil #MercadoAgrícola #CâmbioFavorável #ProduçãoDeSoja #ExportaçãoDeSoja #SojaEconômica #AgronegócioForte #CâmbioFort e #BrasilExportador #SojaParaOExterior #SojaNoMundo

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.