O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, anunciou, em audiência pública realizada nesta terça-feira (27) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, que o foco da gripe aviária identificado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, está oficialmente contido. A declaração reforça a confiança das autoridades sanitárias no sistema de controle brasileiro e sinaliza a retomada gradual da normalidade no setor avícola.
“Apesar de estarmos no quinto dia útil depois da desinfecção total da granja e 15 dias do aparecimento do foco, eu posso assegurar com muita tranquilidade que o foco de Montenegro está contido”, afirmou Carlos Fávaro, destacando a rápida e eficiente atuação das equipes de vigilância sanitária.
O ministro ressaltou ainda que o episódio serve como prova concreta da eficácia do sistema sanitário brasileiro, que foi capaz de conter o avanço da doença e evitar maiores prejuízos ao setor agropecuário e à saúde pública.
De acordo com informações do Ministério da Agricultura, no raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada, foram identificados 540 estabelecimentos rurais, todos já devidamente vistoriados. Além da granja onde foi detectado o foco, apenas outras duas operam com avicultura comercial na região, sendo que uma delas ainda se encontra em investigação.
“O principal ponto que temos que ressaltar foi a capacidade do bloqueio desse foco. Imediatamente foram instaladas sete barreiras sanitárias, com a adoção de medidas de proteção aos trabalhadores. Ontem, 21 casos estavam em investigação, e dez já foram descartados hoje. Tínhamos duas granjas e, agora, só uma permanece em investigação”, informou o ministro.
Segundo Carlos Fávaro, em pouco mais de 20 dias o Brasil deverá anunciar oficialmente que está livre da gripe aviária. O prazo obedece aos protocolos internacionais que exigem um período mínimo após a identificação do último caso para confirmar a erradicação do vírus.
“Passados 28 dias desse período, que corresponde ao tempo de incubação do vírus, nós vamos novamente anunciar que o Brasil está livre da gripe aviária, e a tendência, muito forte, é de que isso acontecerá nos próximos 23 dias”, declarou.
Após a confirmação do foco em Montenegro, 24 países decidiram suspender temporariamente a importação de carne e ovos do Brasil por precaução sanitária. Dentre esses, 13 restringiram a compra exclusivamente aos produtos originados no estado do Rio Grande do Sul.
Carlos Fávaro garantiu que, com o anúncio oficial do país livre da doença, o Brasil deverá avançar na repactuação das relações comerciais com os países que estabeleceram restrições. “Vamos avançar na repactuação com todos os países que restringiram a compra”, afirmou, confiante na força do setor produtivo nacional e na credibilidade do sistema sanitário brasileiro.
O ministro também comparou a resposta brasileira ao surto de gripe aviária com a situação enfrentada pelos Estados Unidos, que, poucos dias antes da confirmação do caso brasileiro, enfrentaram um foco que resultou no abate de 700 mil aves, enquanto no Brasil foram abatidas 17 mil aves para conter a disseminação do vírus.
“Se tivesse escapado esse foco em Montenegro para outras regiões do país, teríamos outros casos de mortalidade. Novos casos letais poderiam surgir em quatro ou cinco dias, mas isso não foi registrado. Ao não ter ocorrido novos casos, passados 15 dias, isso demonstra a capacidade do sistema de controle sanitário brasileiro e de como ele funcionou”, explicou.
Carlos Fávaro destacou ainda que o vírus da gripe aviária circula mundialmente há pelo menos 30 anos e que há 19 anos há registros da doença em granjas comerciais. Nesse contexto, o Brasil se consolidou como o único grande produtor mundial de carne e ovos que não possui o vírus em seus plantéis comerciais, resultado de um rigoroso trabalho de prevenção sanitária.
Entenda a doença e os cuidados necessários
A influenza aviária, popularmente conhecida como gripe aviária, é uma enfermidade que acomete principalmente as aves, mas que também já foi detectada em mamíferos, incluindo bovinos. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com aves doentes, além de possíveis contaminações por meio da água e de materiais infectados.
Embora a doença raramente afete seres humanos, as autoridades sanitárias orientam que a população se mantenha informada e adote as medidas preventivas recomendadas. O Ministério da Agricultura esclarece que o consumo de carnes e ovos é seguro, desde que os alimentos sejam devidamente preparados e cozidos, eliminando quaisquer riscos de transmissão.
O episódio em Montenegro reforça a importância de manter a vigilância ativa e o rigor sanitário como pilares fundamentais da agropecuária brasileira, garantindo a segurança alimentar, a saúde pública e a continuidade das exportações do setor avícola, um dos mais relevantes para a economia nacional.
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