O caso que chocou a cidade de Amambai, distante 351 quilômetros de Campo Grande, envolve um enredo de traição, vingança e uma execução planejada com frieza. Emerson Medeiros Ribeiro, de 48 anos, e sua esposa, Mara Isabel de Almeida Lara Medeiros, de 49, pagaram a quantia de R$ 30 mil para mandar matar Valdinei Marcos da Silva, um motorista de van, após uma disputa comercial entre eles. O assassinato foi o desfecho de meses de ameaças e tensão, que, segundo as investigações, culminaram em um crime brutal executado por dois homens contratados para a missão: o ex-policial José Adão Correa e o empresário Alexandre Lanzoni, Mister MS.
Nesta terça-feira (11), a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra o casal. Eles foram localizados em sua residência em Amambai e imediatamente levados para a delegacia. Além da prisão dos dois, as autoridades realizaram buscas em dois outros endereços ligados ao casal, incluindo uma outra residência e uma empresa, onde foram encontradas armas de fogo e munições, revelando ainda mais o envolvimento do casal no crime.
A investigação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Jardim, revela que o motivo do assassinato foi a separação de uma sociedade comercial entre Valdinei e Emerson, que, até então, trabalhavam juntos no transporte de turistas. Em novembro de 2024, Valdinei decidiu romper a sociedade, alegando que estava sendo prejudicado financeiramente. Segundo relatos de testemunhas, Valdinei vinha recebendo valores menores do que o combinado para seu trabalho como motorista, o que gerou uma série de desentendimentos entre os sócios.
A separação da sociedade acirrou a disputa pela clientela, e uma verdadeira guerra de bastidores começou a ser travada entre as empresas. Em relatos à polícia, testemunhas afirmaram que Emerson, sentindo-se traído, passou a fazer ameaças públicas contra Valdinei, dizendo que ele não deveria “se intrometer” mais na região. Mas, conforme as investigações foram avançando, ficou claro que as ameaças de Emerson não se limitaram às palavras. A esposa de Emerson, Mara, foi apontada como responsável por contratar os executores do crime. Rumores de que ela havia pago para matar Valdinei começaram a circular pela cidade, levando a polícia a investigar o casal com maior profundidade.
O plano de assassinato foi cuidadosamente arquitetado. No dia 6 de janeiro de 2025, Valdinei seguia pela rodovia, dirigindo sua van, quando foi abordado por um veículo Fiat Toro. Ele estava acompanhado apenas de uma idosa de 77 anos. Segundo uma testemunha, Valdinei chegou a tentar reagir ao ataque, mas não teve tempo. Foi baleado com quatro disparos fatais na cabeça enquanto ainda dirigia a van. Os disparos ocorreram a curta distância, e cartuchos deflagrados de calibre 12 foram encontrados próximos ao local do crime, indicando que a execução foi bem planejada e executada com precisão.

A polícia prendeu os dois executores do crime, Alexandre Lanzoni e José Adão Correa, que, durante os depoimentos, se acusaram mutuamente pelos disparos. No entanto, ambos relataram o mesmo fato: Valdinei foi baleado enquanto ainda dirigia sua van em movimento. Esse detalhe foi confirmado pela testemunha que sobreviveu ao ataque. Durante as diligências, a polícia encontrou, na casa de Alexandre Lanzoni, uma pistola 9mm, duas carabinas e diversas munições, sugerindo que os envolvidos estavam bem armados e preparados para realizar o crime.
A prisão do casal e dos executores, além das buscas realizadas em seus endereços, levantam uma série de questões sobre o grau de envolvimento de Emerson e Mara na execução do assassinato. A polícia já sabe que o casal estava não apenas com raiva pela separação da sociedade, mas também dispostos a tudo para evitar que Valdinei continuasse sendo um concorrente nas suas atividades comerciais. As investigações estão em andamento, e novos detalhes sobre o caso ainda podem ser revelados, como os motivos que levaram Mara a se envolver no crime e como ela conseguiu contratar os assassinos.
O caso também levanta questões sobre a influência do dinheiro e o poder nas relações comerciais. A disputa entre Emerson e Valdinei, que começou como uma simples desacordo financeiro, rapidamente escalou para uma trama de traição e assassinato. A sensação de impunidade que muitos empresários podem sentir ao lidar com questões financeiras pode ser um combustível perigoso para ações violentas como esta.
Para a comunidade de Amambai, a notícia da prisão do casal trouxe um choque, mas também uma sensação de alívio. O caso ainda está sendo investigado pela polícia, e a justiça, para os familiares de Valdinei, já começou a ser feita. No entanto, as consequências de um crime como esse vão além do julgamento dos culpados. A história de Valdinei, que pagou com a vida por disputas comerciais, serve como um alerta sobre os limites que as disputas financeiras podem alcançar quando envolvem rancores pessoais.
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