Mato Grosso do Sul, 6 de junho de 2025
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Motorista embriagado atropela e mata trabalhador na MS-379 em Laguna Carapã

Acidente fatal evidencia os riscos de dirigir sob efeito de álcool e reforça a necessidade de conscientização e fiscalização nas rodovias de Mato Grosso do Sul

Um trágico acidente ocorrido na tarde desta terça-feira, 3 de junho, na rodovia MS-379, no município de Laguna Carapã, expôs novamente os riscos e as consequências devastadoras do ato irresponsável de dirigir sob efeito de álcool. Por volta das 16h40, Ricardo Aparecido Pires, de 44 anos, que trabalhava na manutenção da via à margem da estrada, foi atropelado e morto por Adilson de Souza Guilherme, de 36 anos, motorista de um veículo Fiat Palio.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelas autoridades, Adilson trafegava pela rodovia no sentido Amambai quando perdeu o controle da direção e atingiu violentamente Ricardo, que ainda foi socorrido por uma ambulância do distrito de Bocajá e encaminhado ao Hospital Municipal de Laguna Carapã. Contudo, devido à gravidade dos ferimentos, a vítima não resistiu e faleceu pouco depois de dar entrada na unidade de saúde.

As equipes da Polícia Militar que atenderam a ocorrência encontraram no interior do carro do motorista uma garrafa vazia de bebida alcoólica e várias latas de cerveja, o que confirmou o estado de embriaguez de Adilson no momento do acidente. A testemunha que acompanhava Ricardo nos serviços de manutenção à beira da rodovia relatou que o veículo se aproximava em alta velocidade antes de atropelar a vítima.

Após receber atendimento médico no hospital, Adilson foi detido e encaminhado pela Polícia Civil à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), onde o caso foi registrado como homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar, mas que não exclui a responsabilidade penal pelo resultado fatal.

O perigo real e recorrente da combinação álcool e direção

O trágico episódio ocorrido na MS-379 não é um caso isolado. Infelizmente, acidentes envolvendo motoristas alcoolizados continuam sendo uma das principais causas de mortes no trânsito brasileiro. Segundo dados recentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), milhares de vidas são ceifadas anualmente em decorrência da imprudência associada ao consumo de álcool ao volante.

A ingestão de bebidas alcoólicas reduz a capacidade de reação, altera a percepção de velocidade e distância, prejudica o raciocínio e diminui a coordenação motora, fatores que elevam exponencialmente o risco de acidentes graves e fatais. Ainda que as campanhas de conscientização sejam constantes e a legislação brasileira seja considerada uma das mais rígidas do mundo com a vigência da chamada “Lei Seca” desde 2008, que proíbe qualquer concentração de álcool no sangue de motoristas, episódios como o de Laguna Carapã mostram que a cultura da imprudência ainda persiste em alguns segmentos da sociedade.

Além disso, a fiscalização precisa ser contínua e efetiva, especialmente em rodovias estaduais e federais de grande fluxo, como a MS-379, que conecta importantes municípios do interior sul-mato-grossense e é frequentemente utilizada por trabalhadores, produtores rurais e moradores locais. A presença ostensiva das forças de segurança, com operações de blitz e uso de etilômetros (bafômetros), é imprescindível para coibir a prática criminosa de dirigir alcoolizado.

Vidas interrompidas pela irresponsabilidade

O caso de Ricardo Aparecido Pires é emblemático por se tratar de um trabalhador que, exercendo sua função de manutenção viária, foi vítima direta da irresponsabilidade alheia. Aos 44 anos, teve sua vida abruptamente interrompida por um motorista que, ao optar por consumir bebida alcoólica e dirigir, assumiu o risco de provocar uma tragédia.

Do outro lado, Adilson de Souza Guilherme, agora sob investigação e possivelmente submetido a um processo criminal, deverá responder pelos seus atos perante a Justiça. Embora o crime tenha sido tipificado como homicídio culposo, a jurisprudência brasileira cada vez mais tem adotado posicionamentos mais rigorosos em casos de mortes no trânsito provocadas por motoristas alcoolizados, muitas vezes reclassificando a conduta como homicídio doloso, quando há o chamado dolo eventual ou seja, quando o autor, embora não deseje o resultado, assume o risco de provocá-lo.

O papel da sociedade e das autoridades

É imprescindível que a sociedade se mobilize para reforçar a cultura de responsabilidade no trânsito, valorizando a vida e repudiando comportamentos de risco como o de dirigir após a ingestão de álcool. Além das campanhas educativas promovidas pelos órgãos de trânsito, é necessário que familiares, amigos e colegas de trabalho também atuem de maneira preventiva, desencorajando quem consome bebida alcoólica de assumir a direção de um veículo.

Para as autoridades, o desafio é duplo: manter a fiscalização ativa e garantir que as punições aplicadas aos infratores sejam adequadas e exemplares, de modo a inibir novas condutas semelhantes. A impunidade, em casos como o de Laguna Carapã, apenas alimenta o ciclo de violência no trânsito.

Uma reflexão necessária

O trágico acidente ocorrido em Laguna Carapã deve servir como mais um alerta sobre a necessidade de mudanças comportamentais profundas. A escolha individual de consumir álcool e dirigir ultrapassa o campo da liberdade pessoal e se insere na esfera coletiva, com consequências que, como neste caso, podem ser irreparáveis.

A perda de Ricardo Aparecido Pires deixa uma lacuna irreparável para seus familiares e amigos e representa mais um número nas estatísticas frias de mortes no trânsito. Contudo, cada vida perdida precisa ser lembrada como um apelo para que todos assumam a responsabilidade de transformar as estradas em espaços mais seguros, solidários e respeitosos.

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