Na tarde deste sábado (8), uma tragédia marcou o bairro Jardim Aeroporto, em Campo Grande. Um homem de 29 anos, identificado como Adailton Cabreira Santana, foi morto com uma facada no pescoço pela sua companheira, Andreia Cristina Santiago, de 45 anos. O crime aconteceu por volta das 14h50, e a mulher foi presa em flagrante, logo após a chegada da Polícia Militar (PM) ao local.
De acordo com relatos de vizinhos, o casal, que estava junto há cerca de dois anos, tinha um histórico de brigas constantes. Ruty Maciel, de 48 anos, vizinha do casal, afirmou que as discussões eram frequentes e que, muitas vezes, Andreia pedia para Adailton ir embora, mas os dois sempre se reconciliavam e voltavam à rotina. “Brigavam, ela mandava ele ir embora e eles sempre voltavam”, contou.
Os relatos de violência por parte de Adailton não são novos. A filha de Andreia, Carolyne Duarte, de 26 anos, afirmou que a mãe já havia buscado proteção legal contra o companheiro, pois ele a agredia regularmente. “Ele batia muito nela. Eu acredito que ela foi se defender. Provavelmente, ele foi bater nela. Eu sempre falava: ‘Se ele bater em você, liga para a PM’”, relatou Carolyne, visivelmente abalada e revoltada com a situação. Segundo ela, o comportamento agressivo de Adailton já havia sido observado por várias pessoas da comunidade, mas Andreia temia não ser ouvida pelas autoridades.
A tragédia deste sábado veio como um desfecho doloroso para uma relação marcada por episódios de abuso. A falta de recursos para a proteção de mulheres em situações de risco, bem como o medo e a dependência emocional, são fatores frequentemente citados por especialistas em violência doméstica. No caso de Andreia, o histórico de agressões físicas e verbais e as medidas protetivas que ela buscou, mas que aparentemente não foram suficientes para evitar a tragédia, evidenciam uma realidade de insegurança constante para muitas mulheres vítimas de violência doméstica.
O momento exato do crime ainda está sendo investigado, mas a suspeita é de que o desfecho fatal tenha ocorrido durante mais uma briga entre o casal, possivelmente quando Adailton tentou agredir Andreia fisicamente. A facada no pescoço de Adailton foi fatal, e ele não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Militar foi acionada logo após o ocorrido e, ao chegarem ao local, encontraram Andreia no imóvel, visivelmente nervosa. A perícia foi rapidamente ao local para analisar as evidências e, após o levantamento inicial, a mulher foi encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol, onde o caso está sendo investigado. O delegado Felipe Rossato, que estava de plantão, se recusou a fornecer declarações à imprensa sobre os detalhes do caso, que segue sob sigilo.

A morte de Adailton e a prisão de Andreia trazem à tona questões sobre o ciclo de violência doméstica que muitas mulheres enfrentam, mesmo com medidas legais e sociais criadas para proteger as vítimas. Especialistas apontam que, embora as leis e as campanhas contra a violência doméstica tenham avançado nos últimos anos, a mudança cultural e a criação de ambientes de apoio real para mulheres que sofrem abusos ainda são passos necessários para a prevenção de tragédias como essa.
Este caso reforça a urgência de políticas públicas mais eficazes no combate à violência doméstica e no apoio a mulheres em situação de risco, além da importância de reforçar a rede de apoio emocional e psicológico para quem vive sob o medo constante de agressões. A sociedade, por sua vez, precisa trabalhar para romper o silêncio e oferecer acolhimento e denúncia para evitar que tragédias como esta se repitam.
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