Uma sequência de relatos revoltantes tem vindo à tona envolvendo um homem que estaria se masturbando de forma recorrente dentro dos ônibus das linhas 061 Moreninha/Shopping e 506, em Campo Grande. Passageiras denunciam que os atos acontecem quase diariamente, e mesmo após flagras em vídeo, nenhuma providência concreta foi tomada até o momento.
O caso mais recente aconteceu na manhã desta terça-feira (8), quando um estudante flagrou o suspeito cometendo o ato dentro do ônibus da linha 061. A denúncia repercutiu após ser divulgada pelo Jornal Midiamax e acabou encorajando outras mulheres a relatarem episódios semelhantes. Elas apontam que o homem também costuma agir na linha 506, que liga o Terminal Morenão ao bairro Roselândia.
Uma passageira, que pediu anonimato, contou que viu o suspeito pela primeira vez em dezembro de 2024 e desde então ele é visto frequentemente nos mesmos horários e linhas. Segundo ela, o homem sempre desce próximo de uma unidade de saúde. Ela gravou vídeos em diversas ocasiões, que mostram o suspeito se masturbando mesmo com outros passageiros por perto.
A vítima relata que apresentou os vídeos ao motorista do ônibus, esperando algum tipo de ação. No entanto, segundo ela, o condutor minimizou a gravidade do ocorrido e disse que os vídeos não eram suficientes como prova. “Ele me falou para denunciar direto para o Consórcio Guaicurus. Eu ainda não fiz isso, mas eles têm câmeras nos ônibus e podem verificar se funcionam. O problema é: alguém está mesmo olhando essas imagens?”, desabafa a passageira.
De acordo com os relatos, o homem tem um modo de operação bem definido. Usa sempre óculos escuros, carrega uma mochila preta e senta no último banco do ônibus. Ele evita que outros passageiros se sentem atrás dele e, durante o trajeto, manuseia o celular enquanto comete os atos obscenos, demonstrando não se importar em ser flagrado.
Uma outra passageira afirmou que em uma das vezes em que o filmou, o suspeito percebeu que estava sendo gravado e a encarou de forma ameaçadora. “Ele me olhou com raiva, como se estivesse me intimidando. Fiquei apavorada. Entrei em desespero e deixei de usar aquele ônibus por três dias seguidos”, relatou.
Informações de passageiros que acompanham os trajetos indicam o seguinte padrão de movimentação do suspeito:
- Ele entra no ônibus da linha 061 Moreninha/Shopping;
- Segue até o Terminal Guaicurus;
- Em seguida, continua em direção ao Terminal Morenão;
- Por fim, pega a linha 5606 até o ponto final, sempre repetindo os mesmos horários e comportamento.
Mesmo diante da gravidade das denúncias, até o momento o Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do transporte coletivo de Campo Grande, não se manifestou oficialmente. A omissão das autoridades e da gestão do transporte público deixa as vítimas desamparadas e reforça o sentimento de impunidade.
Importunação sexual é crime
De acordo com a Lei nº 13.718/18, o crime de importunação sexual é definido como qualquer ato libidinoso realizado na presença de alguém sem o seu consentimento. A pena varia de 1 a 5 anos de detenção.
Conforme aponta o portal Não Se Cale, do Governo Federal, os casos mais comuns de importunação acontecem justamente em ambientes de transporte público, onde as vítimas, em sua maioria mulheres, ficam vulneráveis diante de atitudes covardes e repetidas.
É fundamental que vítimas e testemunhas denunciem imediatamente. A Guarda Civil Metropolitana pode ser acionada pelo telefone 153 e a Polícia Militar pelo número 190. As denúncias são fundamentais para que esses casos deixem de ser silenciados e ganhem a atenção necessária das autoridades.
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