Mato Grosso do Sul, 22 de abril de 2025
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Multa milionária esquecida: Consórcio Guaicurus enrola a Justiça e ignora contrato bilionário

Mesmo com lucros altos e isenção de impostos, empresa que comanda transporte coletivo em Campo Grande não paga multa de R$ 12,2 milhões e ainda pode sair ilesa
Município vai avaliar quais providências adotará para empresas de ônibus cumprirem cláusula do contrato
Município vai avaliar quais providências adotará para empresas de ônibus cumprirem cláusula do contrato

Mais um capítulo de descaso e impunidade vem à tona em Campo Grande, dessa vez envolvendo o transporte coletivo. O Consórcio Guaicurus, responsável por operar o sistema de ônibus na capital sul-mato-grossense, vai a julgamento por não pagar uma multa de R$ 12.238.353,86 aplicada em 2020. A penalidade, determinada pela Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), teve como motivo o não cumprimento de cláusulas contratuais, entre elas a obrigação de contratar seguro de responsabilidade civil, geral e de veículos.

Mas, mesmo com esse valor milionário em aberto, passados cinco anos, o consórcio segue sem arcar com a multa. A desculpa? O processo está em “análise para julgamento”. Enquanto isso, a frota segue nas ruas, a empresa continua lucrando alto e o município vai engolindo mais esse sapo.

O contrato original foi assinado em 2012 e tem valor estimado em R$ 3,4 bilhões. Uma das obrigações mais básicas era a contratação de seguro, que o Consórcio deixou de cumprir desde setembro de 2016, segundo dados da própria Agereg. A multa aplicada foi calculada com base em 5% da receita diária da empresa por cada dia de descumprimento. O valor acumulado, portanto, é resultado de anos de irregularidade.

O mais impressionante é que, mesmo inadimplente e descumprindo contrato, o Consórcio Guaicurus teve uma receita bruta de R$ 1,2 bilhão entre 2012 e 2019. E não foi só isso: o patrimônio líquido da empresa praticamente triplicou no mesmo período, saltando de R$ 17 milhões para quase R$ 56 milhões. Tudo isso operando um serviço que a população critica diariamente por ser caro, lotado, mal gerenciado e inseguro.

A farra não para por aí. Além de todo esse lucro, o Consórcio ainda recebe subsídios da Prefeitura e é isento de pagar o ISS (Imposto Sobre Serviços), o que representa uma renúncia fiscal de R$ 31,7 milhões até 2027. Em outras palavras, a empresa fatura alto, não cumpre regras, não paga multa, ganha ajuda financeira e ainda deixa de pagar imposto. Um verdadeiro privilégio financiado com o dinheiro do povo.

Enquanto isso, o campo-grandense vive o caos dentro dos ônibus. Ar-condicionado que não funciona, horários furados, superlotação, falta de segurança e, como revelado recentemente, casos absurdos como o de um homem que se masturba quase diariamente dentro dos coletivos. A sensação é de abandono completo por parte do poder público.

Agora, resta saber se a Justiça vai finalmente dar uma resposta firme e se a Prefeitura de Campo Grande vai agir para garantir que o contrato bilionário seja respeitado. Ou se tudo vai continuar como está: com a população pagando caro por um serviço ruim e o Consórcio Guaicurus nadando em dinheiro sem prestar contas.

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