A tão aguardada edição inaugural do novo formato do Mundial de Clubes começa neste sábado, 14 de junho, nos Estados Unidos, marcando um capítulo inédito na história do futebol mundial. O pontapé inicial será dado com o duelo entre o Al Ahly, do Egito, e o Inter Miami, dos Estados Unidos, no Hard Rock Stadium, em Miami, em uma partida que carrega tanto expectativa esportiva quanto frustração comercial.
O grande atrativo da partida inaugural é a presença de Lionel Messi, um dos maiores nomes do futebol mundial, que lidera a equipe norte-americana ao lado de outras estrelas internacionais como Luis Suárez, Sergio Busquets e Jordi Alba. Sob o comando do argentino Javier Mascherano, o Inter Miami promete um futebol vistoso e competitivo, apesar das dúvidas que pairam sobre o real interesse do público norte-americano e internacional no torneio.
A despeito do brilho das estrelas em campo, o Mundial de Clubes começou cercado por um cenário desafiador fora das quatro linhas. A baixa procura por ingressos para o jogo de estreia obrigou a organização do evento a tomar medidas emergenciais. Os preços, inicialmente elevados, sofreram cortes significativos: entradas que antes custavam até US$ 359 (cerca de R$ 1.990) passaram a ser vendidas por apenas US$ 69 (cerca de R$ 382), uma tentativa clara de encher as arquibancadas. Além disso, campanhas promocionais foram ativadas, incluindo descontos para estudantes e até distribuição gratuita de ingressos em pontos estratégicos da cidade.
A fraca adesão do público levanta questões não apenas sobre a escolha dos Estados Unidos como sede, mas também sobre o próprio formato e o momento em que o torneio é realizado. Disputado ao final da longa temporada europeia, o Mundial de Clubes enfrenta ceticismo quanto ao real comprometimento das equipes do Velho Continente, que frequentemente priorizam a recuperação física de seus atletas neste período.
No entanto, apesar das incertezas, o torneio traz consigo um elevado nível técnico. Grandes clubes como Manchester City, Real Madrid, Bayern de Munique, Palmeiras, e outros representantes dos principais continentes do planeta confirmaram presença com seus elencos principais, prometendo confrontos de alto nível. A FIFA aposta no sucesso do novo modelo, que pretende tornar o Mundial de Clubes uma espécie de “Copa do Mundo de seleções” para clubes, elevando seu prestígio global.
Especialistas avaliam que, embora a adesão inicial do público esteja abaixo do esperado, a presença de jogadores consagrados como Messi pode catalisar o interesse popular à medida que os jogos se sucedam. Além disso, o torneio servirá como laboratório estratégico para avaliar a viabilidade de torneios de grande porte nos Estados Unidos antes da Copa do Mundo de 2026, que também será sediada em solo americano.
Outro ponto de atenção é a logística e o calendário, já que o modelo de disputa envolve deslocamentos entre cidades norte-americanas e compromissos apertados para os clubes. Ainda assim, há expectativa de que, com o desenrolar das fases eliminatórias, o apelo esportivo e o envolvimento do público aumentem consideravelmente.
O Mundial de Clubes de 2025, portanto, começa com uma combinação de brilho em campo, desafios de bastidores e uma promessa ambiciosa: tornar-se uma competição de elite no calendário global, capaz de reunir o que há de melhor no futebol de clubes. Se conseguirá cumprir tal missão, apenas os próximos jogos poderão dizer. Por ora, todas as atenções se voltam para Miami e para o chute inicial de uma história que começa com desconfiança, mas que tem potencial para conquistar o mundo.
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