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Mato Grosso do Sul, 26 de abril de 2024
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Navio que bloqueia o Canal de Suez pode levar ‘semanas’ para ser movido

Especialistas em transporte marítimo acreditam que pode levar dias ou até semanas para retirar o navio de 224 mil toneladas que está encalhado no Canal de Suez, bloqueando uma das vias de navegação mais movimentadas do mundo desde terça-feira (23).

O Ever Given, um navio porta-contêineres quase tão longo quanto a altura do Empire State Building, encalhou em 23 de março após ser atingido por ventos de 40 nós e por uma tempestade de areia que causou baixa visibilidade e navegação ruim, disse a Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) em um comunicado.

Retirar a embarcação pode levar “de dias a semanas, dependendo do que você encontrar”, de acordo com Peter Berdowski, CEO da Boskalis, cuja empresa irmã SMIT Salvage está agora trabalhando para desencalhar o navio.

Berdowski disse à TV holandesa na quarta-feira que sua empresa concluiu que era impossível retirar o navio com sua carga atual a bordo. “O navio com o peso [que tem] agora é impossível de puxar”, disse ele. “Você pode esquecer isso”.

O primeiro passo seria remover o combustível e a água de lastro do navio, acrescentou, e tentar movê-lo na maré alta. Se isso não funcionar, a equipe terá que remover os contêineres e tentar cavar ou limpar os bancos de areia nos quais o navio está alojado, disse Berdowski.

A SMIT já trabalhou em várias operações de resgate de alto nível no passado, incluindo o Costa Concordia, que encalhou na costa da Itália em 2012.

Um piloto sênior de canal da SCA disse na quarta-feira (24) que reflutuar o enorme navio é “tecnicamente muito complicado” e pode levar dias.

O funcionário  que falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a dar declarações aos meios de comunicação – disse que o equipamento para fazer o navio flutuar está disponível, mas depende da forma como é utilizado.

“Se o método não estiver correto, pode levar uma semana, e se for bem feito, pode levar dois dias”, disse ele.

A SCA suspendeu oficialmente o tráfego na hidrovia à medida que os trabalhos continuam para desencalhar a embarcação que obstrui uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo.

O navio, que mede 400 metros de comprimento e 59 metros de largura, continua a bloquear o trânsito em ambas as direções do principal canal de transporte marítimo. Dezenas de navios de carga transportando mercadorias vitais permanecem presos em ambas as extremidades do canal.

Congestionamento crescente

Dezenas de navios, incluindo outros grandes porta-contêineres, petroleiros transportando petróleo e gás e navios graneleiros recuaram nas duas extremidades do canal e criaram um dos piores engarrafamentos de navios visto em anos.

Aproximadamente 30% do volume mundial de contêineres de transporte transita diariamente pelos 193 quilômetros do Canal de Suez, cerca de 12% do comércio global de todas as mercadorias.

Algumas empresas de navegação podem ser forçadas a redirecionar os navios ao redor do extremo sul da África, o que aumentaria a viagem em cerca de uma semana.

A maior empresa de transporte de contêineres do mundo, a Maersk, disse na quarta-feira que sete de seus navios de contêineres foram afetados.

A empresa dinamarquesa disse em um comunicado que quatro dos navios estão presos no sistema de canais próximo, enquanto o restante está esperando para entrar na passagem.

“A Maersk monitora constantemente a situação atual no Canal de Suez e acompanha de perto os esforços de reflutuação da embarcação impactada. Svitzer, nosso fornecedor de serviços de reboque e segurança, está participando das operações em andamento, conforme solicitado pela Autoridade do Canal de Suez”, acrescentou a declaração.

A empresa de serviços marítimos GAC emitiu uma nota aos clientes durante a noite dizendo que os esforços para libertar o navio usando rebocadores continuam, mas que as condições de vento e o tamanho do navio “estavam atrapalhando a operação”.

O navio Ever Given é de propriedade da empresa de navegação japonesa Shoei Kisen KK, confirmou à CNN Toshiaki Fujiawara, diretor executivo sênior da empresa.

“Este acidente causou muitos problemas a várias partes e presumimos que haveria danos a serem reclamados”, disse Yumi Shinohara, vice-gerente de gerenciamento de navios.

“No entanto, neste momento estamos nos concentrando em desencalhar o navio, e ainda não sabemos os detalhes sobre quais partes, quanto dano, e quanta responsabilidade, e assim por diante”, acrescentou Shinohara.

De acordo com Fujiwara, a Autoridade do Canal de Suez está tentando mover a embarcação usando rebocadores e tentando remover a areia e a sujeira da proa aterrada do navio.

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