A luta contra as arboviroses, como a dengue, Zika e Chikungunya, exige mais do que apenas ações de saúde visíveis, como mutirões e campanhas educativas. Para ser eficaz, essa batalha precisa ser travada com base em informações precisas e atualizadas. É aí que entram os sistemas de informação, como o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), que desempenham papel essencial no enfrentamento das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Mato Grosso do Sul.
O Papel dos Dados na Estratégia de Combate às Arboviroses
Em Mato Grosso do Sul, a coleta de dados é mais do que um simples formalismo: ela é a chave para planejar ações rápidas e direcionadas. Segundo a gerente de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Jéssica Klener, a notificação dos casos suspeitos nos sistemas de informação permite que as autoridades mapeiem áreas críticas e identifiquem surtos no estágio inicial.
“É fundamental que todos os municípios notifiquem os casos suspeitos de arboviroses. Isso é crucial para a gestão local compreender o cenário real e redirecionar os esforços para reduzir o número de infecções. Estamos constantemente em contato com os municípios, ajudando a melhorar os processos de vigilância”, explica Jéssica.
Os dados alimentados nos sistemas de informação são mais do que números: eles orientam ações de bloqueio do vetor e campanhas educativas, além de permitir uma gestão mais eficaz dos recursos públicos. Porém, a subnotificação continua sendo um grande desafio, especialmente em regiões com poucos recursos ou onde a conscientização ainda precisa ser ampliada.
Desafios e Soluções para a Subnotificação
O coordenador de Tecnologia de Informática e Informação da SES, Marcos Espíndola Freitas, destaca que o sistema de saúde do estado depende de informações de diversas fontes, que incluem sistemas federais, estaduais, municipais e até privados. “Esses sistemas precisam ser constantemente alimentados com dados precisos e completos. Sem essas informações, fica difícil identificar as necessidades da população e fornecer os serviços adequados”, afirma.
A falta de dados precisos pode resultar em falhas no direcionamento de recursos, o que atrasa as ações de controle e permite que as doenças se espalhem. Em contrapartida, a boa utilização desses dados permite uma resposta mais rápida e eficaz, além de facilitar o planejamento de longo prazo para prevenir novos surtos.
Marcos explica que, com base nas informações fornecidas, são criados indicadores que ajudam a monitorar a assistência à saúde e a vigilância sanitária. Esses indicadores servem para entender o comportamento das doenças e identificar as áreas mais vulneráveis. “Com esses dados em mãos, podemos criar políticas públicas mais eficientes, melhorar o atendimento na rede de saúde e garantir que os insumos necessários cheguem onde mais são necessários”, completa.
Tecnologia a Serviço da Saúde Pública: e-VISIT@ Endemias
Uma das principais ferramentas tecnológicas utilizadas no estado para combater as arboviroses é a plataforma e-VISIT@ Endemias. Desenvolvida pela SES, essa plataforma substitui os antigos registros manuais e permite que os agentes de saúde registrem, em tempo real, informações sobre focos do mosquito transmissor, diretamente de seus smartphones.
Implantada em todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul e utilizada por cerca de 2.000 agentes, a plataforma facilita a resposta rápida e melhora a eficiência no controle das doenças. Ao conectar as informações registradas diretamente às centrais de monitoramento, o sistema otimiza ações como mutirões de limpeza e eliminção de focos do mosquito.
“Com a plataforma, conseguimos ter um controle mais preciso e rápido dos focos do mosquito. Isso nos ajuda a agir de maneira mais eficiente, direcionando nossos esforços para onde realmente há risco de surto”, explica Marcos Espíndola. Além disso, a plataforma e-VISIT@ também permite um acompanhamento em tempo real, reduzindo custos e melhorando a coordenação entre os diferentes níveis de gestão.
Reconhecimento e Expansão da Inovação
A plataforma e-VISIT@ Endemias é um exemplo de inovação na saúde pública que já foi premiada em nível nacional e está sendo implantada em outros estados como Pernambuco, Mato Grosso, Piauí e Paraíba. Em Mato Grosso do Sul, ela se consolidou como um modelo de sucesso, inspirando outras regiões a adotar tecnologias semelhantes no combate às arboviroses.
Além de ser um exemplo de inovação tecnológica, a plataforma reflete o compromisso do estado com a saúde pública e o protagonismo no enfrentamento das endemias. “O uso de tecnologia, aliada a uma gestão eficiente e ao trabalho de conscientização da população, é a fórmula para controlar as doenças transmitidas pelo mosquito e proteger nossas comunidades”, conclui Jéssica Klener.
Conclusão: A Força da Informação para Salvar Vidas
Em Mato Grosso do Sul, a guerra contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti não se dá apenas no campo da saúde, mas também na forma como as informações são coletadas, analisadas e aplicadas. Quando bem alimentados com dados de qualidade, os sistemas de informação se tornam uma poderosa ferramenta para planejar ações eficazes, alocar recursos de maneira inteligente e salvar vidas.
A boa gestão da informação, o uso de tecnologias inovadoras e a conscientização da população são essenciais para reduzir os impactos das arboviroses. Ao investir nessas estratégias, o estado mostra que é possível enfrentar com mais eficiência e menos custos as epidemias que ameaçam a saúde pública, proporcionando uma vida mais segura para todos os cidadãos.
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