Mato Grosso do Sul, 25 de junho de 2025
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Nova estrutura de cuidados ginecológicos e oncologia no SUS avança com investimentos inéditos

Mais de 95 milhões de brasileiras serão beneficiadas por atendimento ginecológico integrado, enquanto modernização da radioterapia busca ampliar cobertura oncológica nacional
Imagem - Patrícia Varella
Imagem - Patrícia Varella

O Ministério da Saúde anunciou a implementação de uma das maiores políticas públicas da atualidade voltadas à saúde feminina no país, com a instituição da nova Oferta de Cuidados Integrados (OCI) em ginecologia e o lançamento da segunda fase do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (Persus II). Com aporte conjunto de R$ 700 milhões, a estratégia visa fortalecer a linha de cuidados ginecológicos e ampliar a capacidade terapêutica para o tratamento do câncer em território nacional.

A OCI tem como objetivo modernizar e integrar o atendimento ginecológico prestado no SUS. Com investimento anual de R$ 300 milhões, a proposta é reorganizar o fluxo assistencial para mulheres em idade fértil – estimadas em mais de 95 milhões em todo o país com foco em doenças de alta incidência, como endometriose e sangramentos uterinos anormais. O modelo inclui acesso simplificado a consultas especializadas, biópsias, exames de imagem e consultas de retorno, com possibilidade de realização de telemedicina.

A operacionalização desse novo modelo será feita a partir do encaminhamento por equipes de atenção primária à saúde. O atendimento ginecológico passará a contar com um pacote de serviços padronizado, que reúne, em uma única referência, ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética de pelve, histeroscopia com biópsia e sedação, além de exames laboratoriais e de imagem adicionais, conforme avaliação médica. A iniciativa deve impactar diretamente o tempo de espera por diagnóstico e tratamento, reduzindo filas e garantindo maior resolutividade.

O governo federal destaca que a proposta busca enfrentar a fragmentação no atendimento às mulheres, ainda agravada por desigualdades regionais e socioeconômicas. A integração de serviços, com protocolos clínicos definidos, também deve melhorar a rastreabilidade dos casos e possibilitar uma avaliação mais precisa dos desfechos clínicos, além de qualificar a vigilância epidemiológica sobre condições ginecológicas crônicas.

Paralelamente, foi anunciado o lançamento do Persus II um plano estratégico para modernizar o parque tecnológico de radioterapia no país. Com orçamento de R$ 400 milhões, a medida prevê a substituição de aceleradores lineares obsoletos por novos equipamentos de alta precisão, capazes de oferecer tratamentos mais eficazes e menos agressivos aos pacientes oncológicos.

O programa também vai permitir a ativação de serviços de radioterapia em hospitais que, embora habilitados, ainda não operavam por falta de equipamentos adequados ou casamatas (estruturas de proteção radiológica) em condições de uso. A expectativa é de que 121 novos aceleradores entrem em funcionamento até o final de 2026, com capacidade para ampliar o atendimento a mais de 72 mil pacientes por ano.

Além disso, o Ministério da Saúde anunciou a criação de uma rede nacional de apoio ao diagnóstico oncológico, por meio do Super Centro Brasil para Diagnóstico de Câncer. Com parcerias firmadas com instituições de excelência, o centro será responsável por emitir laudos de imagem, telepatologia e oferecer teleconsultoria a profissionais do SUS em todo o país. A previsão inicial é de que a estrutura seja capaz de emitir cerca de mil laudos diários, otimizando o tempo de confirmação diagnóstica e o início do tratamento para os casos de câncer.

A conjugação dos dois eixos ginecologia e oncologia demonstra a diretriz do Ministério da Saúde em promover ações estruturantes, com vistas à organização racional da assistência em saúde no Brasil. No caso específico da saúde da mulher, a iniciativa responde não apenas à maior demanda por serviços ginecológicos, mas também à prevalência de doenças que afetam diretamente a qualidade de vida, a fertilidade e a saúde reprodutiva da população feminina.

Já no campo da oncologia, o investimento representa um dos maiores aportes federais na área em décadas, com potencial de modificar o panorama de acesso à radioterapia no SUS. Ao substituir equipamentos antigos, o governo também pretende reduzir as desigualdades regionais que ainda persistem no tratamento oncológico, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde há menor oferta de serviços especializados.

As ações integram o programa Agora Tem Especialistas, que busca a consolidação de uma rede pública de alta complexidade com capilaridade nacional, modernização tecnológica e foco em resultados clínicos. O programa também atua na ampliação da oferta de consultas com especialistas, capacitação de equipes e reestruturação da tabela de procedimentos do SUS.

A estratégia representa, portanto, um marco na política pública de saúde, ao colocar a mulher como eixo prioritário de atenção e ao enfrentar com inovação e planejamento os gargalos históricos da oncologia no Brasil. A meta é garantir cuidado integral, acessível e de qualidade para milhões de brasileiros e brasileiras que dependem exclusivamente do sistema público para diagnóstico e tratamento.

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