Uma das maiores promessas de integração entre os países da América do Sul está mais perto de virar realidade. O governo do Chile apresentou oficialmente o plano do Corredor Bioceânico Rodoviário, uma megaestrutura que vai ligar o sul do Brasil aos portos do Oceano Pacífico no Chile. A rota, que atravessa ainda o Paraguai e a Argentina, vai impulsionar o comércio internacional, baratear custos logísticos e ainda atrair investimentos e turistas para o Mato Grosso do Sul, estado que será peça-chave nesse projeto.
O anúncio foi feito no Palácio de La Moneda, em Santiago, com a presença do presidente Gabriel Boric, que não escondeu o entusiasmo com a iniciativa. “É uma boa notícia, porque se trata de uma integração real e concreta entre nossos países”, afirmou. Ele destacou ainda que esse novo eixo de transporte vai fortalecer a união entre as nações vizinhas e colocar a América do Sul em uma posição de destaque no cenário global de exportações.
A estrada, com mais de 2.400 quilômetros de extensão, vai interligar o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, saindo dos portos brasileiros no sul, atravessando o Mato Grosso do Sul, passando pelo Chaco Paraguaio, as províncias argentinas de Salta e Jujuy, até chegar nos portos de Antofagasta, Iquique e Mejillones, no norte do Chile.
Com esse novo trajeto, os produtos brasileiros, especialmente do agronegócio, vão ter acesso mais rápido e barato ao mercado asiático, uma das regiões mais importantes para a exportação de grãos, carnes, celulose e outros insumos.
O que é o Corredor Bioceânico?
O Corredor Bioceânico é um projeto de integração rodoviária entre o Atlântico e o Pacífico, que vai oferecer uma nova alternativa de escoamento de mercadorias e também facilitar o trânsito de turistas e pessoas entre os países envolvidos. É uma rota que encurta o caminho dos produtos brasileiros rumo ao Pacífico, especialmente para países como China, Japão, Coreia do Sul e Vietnã, com quem o Brasil tem uma relação comercial intensa.
No lado brasileiro, a estrada passa por Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, que se tornará o ponto central da conexão internacional. Cidades como Porto Murtinho serão diretamente beneficiadas com obras como a ponte internacional sobre o Rio Paraguai, que fará ligação com o Paraguai. Essa ponte é considerada uma das mais importantes da estrutura e será essencial para a fluidez do tráfego de cargas.

Como o Mato Grosso do Sul será impactado
O Mato Grosso do Sul, por sua localização estratégica, será um dos maiores beneficiados com o Corredor Bioceânico. O estado, que já é forte no agronegócio e na produção de commodities, vai ganhar um novo fôlego com a redução dos custos de transporte e a possibilidade de escoar seus produtos por portos mais próximos do destino final.
A economia sul-mato-grossense deve experimentar uma valorização expressiva, com atração de indústrias, centros de distribuição, armazéns logísticos e outros serviços que acompanham o fluxo rodoviário. Além disso, há expectativa de geração de empregos, aumento da receita municipal e estadual e abertura de novas frentes de negócios.
O turismo também entra nessa rota
O impacto não será só econômico. O turismo também deve crescer com a passagem da rota pelo Mato Grosso do Sul. Com o novo fluxo de pessoas entre os países, cidades turísticas como Bonito e Corumbá, além do Pantanal, devem ganhar maior visibilidade internacional, recebendo visitantes que antes não incluíam o estado em seus roteiros. Agências, hotéis, restaurantes e atrativos turísticos devem se preparar para um novo perfil de público.
Infraestrutura e segurança no projeto
Para garantir o sucesso da operação, o plano do presidente Gabriel Boric no Chile prevê a execução de 22 projetos de infraestrutura com foco na melhoria de rodovias, criação de pontos de fiscalização aduaneira, postos de segurança e modernização do transporte de cargas. A meta é garantir uma estrada segura, ágil e eficiente para o comércio e para o turismo.
A ideia é que os países envolvidos trabalhem juntos para acelerar as obras, garantir a padronização das vias e resolver entraves burocráticos que possam dificultar o trânsito internacional de mercadorias.
Uma mudança histórica para a América do Sul
O Corredor Bioceânico representa uma nova era de integração regional. Ao conectar o Brasil ao Chile por terra, passando por Paraguai e Argentina, o projeto cria um novo eixo de desenvolvimento e fortalece a cooperação entre as nações. É uma via que não leva só cargas, mas também oportunidades, cultura, gente e histórias.
A estrada será muito mais do que concreto e asfalto. Ela é a ponte para um futuro onde os países vizinhos andam juntos, lado a lado, em busca de crescimento e prosperidade.
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