Nos corredores luxuosos da Hípica, nas cozinhas improvisadas de quem sonha com a independência e nos bastidores escusos do poder e da corrupção, a nova versão de Vale tudo segue desdobrando suas tramas com intensidade, atualizando um dos maiores clássicos da dramaturgia brasileira para um público do século XXI. Com uma narrativa que mantém os pilares da obra original a crítica social, os dilemas éticos e os confrontos entre classes o remake aposta em atuações densas e em roteiros afiados para reacender a discussão: vale tudo para vencer na vida?
Nos próximos capítulos da novela, grandes reviravoltas prometem mudar radicalmente o destino de personagens centrais. Raquel (Taís Araujo), que luta incansavelmente para sustentar sua família com dignidade, verá sua vida dar uma guinada inesperada graças à intervenção de Laudelino (Herson Capri), um empresário carismático e bem-sucedido que se encantará tanto pelo talento culinário da protagonista quanto pela força de sua trajetória.
De cozinheira à empresária de sucesso: a ascensão de Raquel
A transformação de Raquel será conduzida por um gesto decisivo de Laudelino. Frequentador habitual do novo restaurante da chef na Hípica, ele ficará impressionado com a qualidade dos serviços e enxergará ali uma oportunidade de negócio. Ao propor que Raquel e Poliana (Matheus Nachtergaele) assumam um serviço de catering para sua empresa, Laudelino abre as portas para que a dupla ingresse definitivamente no mercado da alta gastronomia.
O contrato trará prestígio, visibilidade e estabilidade financeira. Em pouco tempo, Raquel deixará para trás as dificuldades que marcaram sua vida no início da novela e se tornará uma empresária bem-sucedida, reconhecida por sua competência e pela forma ética com que conduz seu trabalho. Sua trajetória simboliza o valor da honestidade em um mundo onde nem sempre os fins justificam os meios.
Do romance inesperado à nova vida em Portugal: Aldeíde encontra o amor
Mas os efeitos da generosidade de Laudelino não se limitam ao plano profissional. A aproximação com Raquel o levará a conhecer Aldeíde (Karine Teles), a divertida e dedicada secretária de Marco Aurélio. O encontro entre os dois resultará em uma relação que, com o tempo, se transformará em um romance maduro e promissor.
Em cenas previstas para o capítulo 66, Aldeíde revelará à colega Poliana que foi convidada por Laudelino para morar com ele em Portugal. Animada com a proposta, ela verá ali uma nova chance de recomeçar a vida ao lado de um homem que valoriza sua companhia e a trata com respeito e carinho. A relação dos dois recupera uma importante camada da versão original da novela, na qual o personagem de Laudelino também se casa com a secretária e a transforma em sua herdeira.
Manipulação e chantagem: Maria de Fátima mostra até onde está disposta a ir
Enquanto o amor floresce para uns, os jogos de manipulação atingem novos patamares para outros. Maria de Fátima (Bella Campos), figura central de ambição e oportunismo, será responsável por um dos momentos mais tensos da trama ao confrontar Marco Aurélio (Alexandre Nero) com um segredo que pode custar caro: a mala com os dólares que ele escondeu.
Sem escrúpulos, Fátima faz chantagem com o empresário e propõe a devolução do dinheiro em troca de um emprego para seu namorado, César (Cauã Reymond), na poderosa TCA. Inicialmente relutante, Marco Aurélio cederá à pressão, permitindo que Fátima manipule os fios do poder com a frieza de uma veterana do jogo político.
Paralelamente, César aguarda em um jato com a mala de dinheiro nas mãos, acreditando que Fátima chegará a qualquer momento para que fujam juntos do país. No entanto, a jovem já se encontra a caminho, acompanhada pelo empresário e por uma escolta policial, revelando que seus planos vão além de uma simples fuga: ela quer controle, influência e, sobretudo, protagonismo.
Atualização de um clássico: dilemas éticos permanecem no centro da narrativa
Com direção primorosa e texto adaptado com sensibilidade à realidade contemporânea, o remake de Vale tudo preserva a essência crítica e provocadora da obra de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, e a atualiza com discussões sobre empoderamento feminino, desigualdade social, corrupção estrutural e a valorização da ética no cotidiano.
O embate entre Raquel e Maria de Fátima entre honestidade e oportunismo, esforço e atalho, valores e ambição segue como o eixo condutor da história. Enquanto uma conquista tudo com dignidade, a outra tenta escalar os degraus do poder usando todas as armas disponíveis.
A escolha do elenco, liderado por Taís Araujo, reforça o compromisso da produção em recontar a história com representatividade e novas leituras sociais. A atriz imprime em Raquel uma profundidade que ecoa nas telas e provoca reflexões. Ao seu redor, cada personagem reforça o tecido social que a novela retrata com maestria.
Em tempos de transformações e revisões culturais, Vale tudo se reafirma como uma obra atemporal, capaz de provocar, emocionar e fazer o público pensar. Afinal, a pergunta permanece viva: vale tudo para vencer?
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