Entre investigações por fraudes em fraldas, denúncias de corrupção, abandono da cultura, desvalorização de servidores e reajustes milionários a si mesma e aliados, prefeita Adriane Lopes enfrenta desgaste político e revolta popular na capital de Mato Grosso do Sul
Desde que assumiu a Prefeitura de Campo Grande, em abril de 2022, Adriane Lopes (PP) tem conduzido uma gestão marcada por escândalos, favorecimento político, desrespeito às decisões judiciais e uma sucessão de medidas que aprofundam o sofrimento das famílias vulneráveis e abalam a confiança da população nos gestores públicos.
O escândalo mais recente que mancha ainda mais sua gestão veio à tona com a investigação do Ministério Público Estadual (MPE), que apura possíveis fraudes na compra de fraldas e dietas especiais destinadas a crianças e adolescentes com deficiência. A apuração revelou indícios de má gestão, empresas fantasmas, produtos em desacordo com os editais e descumprimento de ordens judiciais.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) acolheu o pedido de auditoria encaminhado pelo MPE, destacando que há omissão recorrente da gestão Adriane Lopes no fornecimento dos insumos, mesmo quando há determinação judicial. O conselheiro Jerson Domingos determinou uma devassa nas licitações, compras emergenciais e contratos firmados pela Prefeitura, que pode resultar em responsabilizações cíveis e criminais.
O clamor ignorado das mães atípicas
Enquanto a Prefeitura tenta justificar o caos com argumentos frágeis sobre atrasos de fornecedores, mães atípicas mulheres com filhos que possuem deficiências severas ou doenças crônicas denunciam há anos a falta de medicamentos, leites especiais, fraldas e itens básicos para garantir dignidade às crianças.
Mesmo judicializados, os insumos não chegam, ou quando chegam, vêm incompletos e de péssima qualidade. Muitas dessas mães relatam lesões nas crianças por conta das fraldas fornecidas. Joelam Belo, vice-presidente do grupo, afirma que “há dois anos e meio estamos na luta por ajuda do município, e sempre somos ignoradas.”

Há dois anos e meio mães atípicas lutam para ter fraldas e dietas especiais na prefeitura, mas gestão Adriane ignora clamor. Agora, TCE mira gestão da atual prefeita (Foto: Arquivo)
Aumentos milionários para si, cortes para a população
Enquanto mães peregrinam por dignidade e os serviços públicos agonizam, Adriane Lopes assinou um aumento salarial astronômico para si mesma, sua vice-prefeita, secretários e apadrinhados políticos. A própria chefe do Executivo elevou o próprio salário de R$ 21 mil para R$ 41 mil, um reajuste de 96%.
O salário da vice-prefeita saltou para R$ 38 mil, enquanto os secretários municipais passaram a ganhar R$ 35 mil mensais. Além disso, a gestão criou e preencheu dezenas de cargos comissionados, beneficiando aliados políticos.
O impacto financeiro é gigantesco: em meio a um cenário de cortes, precarização dos serviços e atraso no fornecimento de insumos de saúde e educação, o gasto com folha de pagamento para cargos de confiança disparou, comprometendo ainda mais os cofres públicos.
Outros escândalos e a erosão da confiança
Os escândalos não param por aí. A gestão de Adriane Lopes também enfrenta:
- Folha secreta: Denúncia de pagamentos clandestinos a comissionados junto ao ex-prefeito Marcos Trad, com prejuízo superior a meio bilhão de reais.
- Desvalorização de servidores públicos: A Prefeitura suspendeu progressões, congelou reajustes e não pagou insalubridade nem periculosidade a trabalhadores da saúde.
- Cultura abandonada: Sem editais culturais com verba municipal, projetos do FMIC e Fomteatro foram aprovados mas não pagos, gerando calote em artistas locais.
- Licitações sob suspeita: A contratação emergencial de R$ 24 milhões para manutenção de semáforos foi denunciada por restrições direcionadas e favorecimento de um consórcio específico.
- Descontrole orçamentário: A Prefeitura suplementou em R$ 158 milhões o orçamento da Câmara Municipal, sem transparência.
- Pedidos de impeachment: Adriane Lopes é alvo de pedidos de cassação por omissão no repasse do Imposto de Renda e das contribuições previdenciárias ao IMPCG, somando mais de R$ 386 milhões em prejuízos.
Um governo à deriva
A cada denúncia, a administração Adriane Lopes revela-se mais frágil, desorganizada e distante da realidade do povo campo-grandense. Em vez de resolver os problemas estruturais da cidade, a prefeita priorizou aumentar seu próprio salário e proteger aliados políticos, mesmo diante da dor de mães que suplicam por fraldas e fórmulas para manter seus filhos vivos.
Com investigações em curso, revolta popular crescente e o descrédito entre servidores, artistas, mães atípicas e lideranças comunitárias, a permanência da prefeita no cargo torna-se cada vez mais questionada. Campo Grande assiste a um governo que, ao invés de proteger os mais vulneráveis, parece governar para poucos — enquanto muitos choram calados.
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