As mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes e já impactam diretamente a vida das pessoas. Ondas de calor intensas, chuvas irregulares, enchentes e queimadas não afetam apenas o meio ambiente, mas também a saúde da população. No Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, 16 de março, especialistas fazem um alerta sobre os riscos e as medidas que podem ser adotadas para reduzir esses impactos.
Aumento de doenças infecciosas e respiratórias preocupa autoridades
O aumento da temperatura e os eventos climáticos extremos têm favorecido a proliferação de doenças infecciosas, como dengue, zika e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo a infectologista Moara Santa Bárbara, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), o acúmulo de água parada após chuvas intensas cria um ambiente propício para a multiplicação do vetor. “A expansão dessas doenças para regiões onde antes não eram comuns é uma realidade preocupante”, alerta a especialista.
Além das doenças transmitidas por mosquitos, a contaminação da água por enchentes também aumenta os casos de leptospirose, hepatite A e gastroenterites. O infectologista Hilton Alves Filho, do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), recomenda medidas preventivas simples, como o consumo de água filtrada, fervida ou tratada com hipoclorito de sódio. “A educação da população é essencial para reduzir os riscos de contágio”, afirma.
Os problemas respiratórios também estão em alta devido à poluição do ar. O pneumologista Emanuell Felipe Silva Lima, do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), explica que a queima de combustíveis fósseis libera gases que agravam doenças como asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). “A exposição prolongada a esses poluentes pode levar a inflamações pulmonares graves”, destaca.
Ondas de calor colocam corações em risco
A elevação da temperatura global também impacta a saúde cardiovascular. Segundo a cardiologista Alinne Katienny, também do HDT-UFT, o calor extremo pode levar à desidratação, aumentando a viscosidade do sangue e elevando os riscos de infartos e derrames. “Os pacientes cardiopatas precisam de cuidados redobrados em dias muito quentes”, alerta.
Entre as medidas para se proteger estão manter-se hidratado, evitar a exposição solar nos horários mais quentes do dia e vestir roupas leves. Pessoas com doenças cardiovasculares devem monitorar regularmente a pressão arterial e seguir as orientações médicas para evitar complicações.
Evento sobre mudanças climáticas e saúde será realizado no Brasil
Para discutir os impactos das mudanças climáticas na saúde, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sediará o Congresso Brasileiro sobre Catástrofes Climáticas (ConBrasCC), entre os dias 29 e 31 de maio. O evento contará com a participação de especialistas da Rede Ebserh, abordando temas como desastres naturais, doenças emergentes e estratégias de prevenção.
Diante desse cenário, os especialistas reforçam a importância de políticas públicas que promovam a sustentabilidade e a adaptação da saúde pública às novas realidades climáticas. Pequenas ações, como reduzir o desperdício de água e energia e evitar a poluição do ar, também contribuem para minimizar os impactos do aquecimento global na saúde da população.
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