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Mato Grosso do Sul, 4 de maio de 2024
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O que acontece no seu corpo quando você tira a tireoide

A tireoide é uma glândula fundamental para o funcionamento adequado do organismo, sendo responsável pela síntese de T3, T4 e calcitonina.
"A tireoide é uma importante glândula do sistema endócrino. Apresenta o formato de uma borboleta"
"A tireoide é uma importante glândula do sistema endócrino. Apresenta o formato de uma borboleta"

Tireoidectomia é o nome de uma cirurgia indicada para o tratamento de algumas enfermidades que aparecem na tireoide, uma glândula cujas funções acompanham a nossa vida desde o ventre materno até a idade madura.

Com o formato de borboleta, ela está posicionada na parte da frente do pescoço, em uma região muito vascularizada e rodeada por estruturas importantes como a artéria carótida e as cordas vocais. Por isso, operar essa glândula já foi prática arriscada e banida dos manuais médicos do passado.

Pouco tempo depois, o procedimento renderia um Nobel ao cirurgião suíço Theodor Kocher, idealizador da técnica usada até hoje: a depender do tipo da doença identificada, pode-se retirar apenas uma parte (lobo) da tireoide (tireoidectomia parcial) ou toda a glândula (tireoidectomia total).

Exames de ultrassom realizados com finalidade preventiva podem detectar nódulos na tireoide de 19% a 68% das pessoas, com alta frequência entre mulheres e idosos.

A maioria é benigno; cânceres representam 5% dos casos.

Geralmente assintomáticos, os problemas são descobertos em exames de rotina.

Possíveis efeitos no seu corpo

A prática da tireoidectomia se baseia em evidências científicas de alta qualidade, é considerada segura e eficaz e suas complicações são raras, especialmente quando a retirada é parcial.

Veja, a seguir, algumas das suas possíveis consequências:

Dor
Hipotireoidismo
Hipoparatireoidismo
Mudanças na voz

Uma sensação dolorosa pode incomodar

Imediatamente após a cirurgia, pode ocorrer algum desconforto local, já que se fez um corte nos tecidos que os médicos chamam de ferida cirúrgica. Para que aconteça a restauração local com a cicatrização, ocorre um processo inflamatório natural que causa dor.

Como tal situação é previsível, é possível que você já saia da sala de cirurgia medicado com analgésico para que a dor não incomode tanto. Em alguns dias o incômodo deve ficar sob controle. Caso persista, converse com seu médico.

A tireoide deixa de funcionar de vez

Quando a tireoidectomia é total, a glândula não existirá mais e, portanto, não haverá produção do hormônio tireoidiano, o que caracteriza o hipotireoidismo.

Em uma cirurgia parcial, a parte remanescente da tireoide pode dar conta das suas necessidades hormonais mas pode ser que essa mudança evolua para o hipotireoidismo.

Em ambos os quadros, haverá necessidade de reposição hormonal. No caso da tireoidectomia total, a medida é para sempre.

Já na parcial, a reposição pode ser temporária ou contínua, a depender da resposta orgânica à intervenção.

A reposição é feita por meio de uma versão sintética [feita em laboratório] do hormônio levotiroxina, naturalmente produzido pelo corpo. Isento de efeitos colaterais, ele é usado para repor o que era antes produzido.

Durante o início da reposição pode haver pequeno aumento de peso e inchaço, consequências que são revertidas com a adequação da dosagem hormonal.

Os níveis de cálcio caem

Durante a cirurgia, a região pode ficar “abalada”, o que pode alterar temporariamente o funcionamento das paratireoides, levando ao hipoparatireoidismo.

A consequência dessa disfunção é a hipocalcemia, ou seja, a concentração insuficiente de cálcio no sangue, que pode se manifestar por meio de sintomas como dor muscular, cãibra, formigamento nos lábios, dedos , pés, etc.

Mais de 30% dos pacientes que fizerem a retirada total da tireoide vão apresentar o quadro, ao menos transitoriamente.

Para evitar tais desconfortos, faz parte do protocolo da cirurgia a indicação de suplementação de cálcio.

Ninguém reconhece a sua voz, nem você!

Dada o posicionamento da tireoide, durante o processo cirúrgico os nervos laríngeos os das cordas vocais podem ser lesionados.

Quando a lesão é no nervo laríngeo recorrente, o resultado é rouquidão ou voz soprosa, isto é, a voz é acompanhada pelo ar não vocalizado porque as cordas vocais paralisaram.

Em geral, a situação é temporária, mas pode ser permanente em 1% dos casos.

Caso a lesão acometa o nervo laríngeo superior, o tom da voz muda de 0% a 58% das situações, mas tende a voltar ao normal.

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