Uma obra que abrangerá cerca de 680 quilômetros de estradas e rodovias irá transformar o cenário e, mais do que isso, vai proporcionar crescimento para os produtores rurais pantaneiros, assim como para o trade turístico.
De acordo com os dados do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Corumbá possui um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil, com mais de 1,8 milhão de animais. Ao se estruturar mais vias de transporte no bioma, esse rebanho poderá ter melhores desempenhos e, assim, obter excelentes condições de venda no mercado.
Uma iniciativa do Governo Presente que atende a demanda dos produtores locais por uma estrutura que facilite o escoamento e assim reduz o custo de produção. É o que conta o produtor rural da região da Nhecolândia, em Corumbá, Rafael Nunes Gratão: “Esse grande projeto traz para nós pantaneiros uma esperança. Porque hoje no Pantanal a nossa dor, a nossa grande dificuldade, é o escoamento da nossa produção, e o transporte dos insumos comprados nos grandes centros para as fazendas. Com isso nosso custo de produção vai diminuir muito, tanto para o produtor como para o Estado e para a região”.
Na avaliação de Gratão, a assertividade da obra está na participação dos produtores rurais. “Esse projeto foi muito importante porque desenvolveu uma parceria entre os produtores da região, com o Governo do Estado. Andamos com o pessoal da Agesul, ajudamos na escolha do melhor lugar para as estradas, onde não havia muita água, em lugares, mas andamos com pessoal da Agesul e escolhemos o melhor lugar para essas estradas que não tem muita água, lugares que são mais firmes e que assim evitam manutenção das estradas no futuro”.
Ligando os dois pantanais Paiaguás e Nhecolândia a logística irá levar agilidade e, consequentemente, redução de custos para o setor pecuário, como afirma o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite. “Essa obra é o que precisamos para escoar a produção. Somos o celeiro de bezerros. O que a comitiva levaria trinta dias, levará um dia apenas. Estamos otimistas, porque o secretário Eduardo Riedel conhece o que o produtor precisa”.
Se por um lado as obras trazem esperança e otimismo para o agro, para o turismo representa oportunidades. “Todo acesso para regiões turísticas é muito bem-vinda, afinal nós precisamos de pontes e de acessos. Quanto melhor tiverem as vias maiores as chances de fluxos e de novos investidores. Para aquela região que já tem algumas estradas, o asfaltamento de ambas rodovias vai atrair novos empreendimentos turísticos”.
“Quando o projeto é elaborado após o diálogo com os interessados, maior é a chance de dar certo e foi exatamente isso que fizemos com o Governo Presente, sentamos e dialogamos, verificamos viabilidade e colocamos em prática. O resultado é este, uma iniciativa que vai gerar renda, emprego, modernidade e vai potencializar o agro e o turismo local”, salientou o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
Relevância econômica, social e ambiental
O Pantanal representa quase um terço da área de Mato Grosso do Sul, tendo uma grande relevância ambiental, social e econômica para o Estado. A pecuária pantaneira vem se perpetuando há quase 300 anos, de forma sustentável, aliando preservação com produção e geração de renda.
Segundo a Famasul, a pecuária de corte é uma das principais atividades econômicas do Pantanal, com 3,6 milhões de cabeças de gado (20% do rebanho do MS). Com isso, melhorias na infraestrutura da região, com a construção e revitalização de estradas, são fundamentais para a logística e escoamento da produção pantaneira, possibilitando a atração de novos investimentos e, consequentemente, aumentando a qualidade de vida da população.
Sobre o projeto
Abrangendo cerca de 680 quilômetros, a iniciativa irá ligar os dois pantanais e vai promover mudanças estruturais no município e na região pantaneira.
Se forem somados os investimentos em projetos e obras a serem feitas e obras executadas, os recursos disponibilizados somam R$ 245 milhões, referente ao Governo Presente, pacote de obras lançado pelo governador Reinaldo Azambuja, com investimentos em recursos próprios de cerca de R$ 4 bilhões. O projeto inicia no Porto Jofre, passando pela MS-214, fazendo a ligação Paiaguás-Nhecolândia, dando continuação à rota pela MS-228 até a Curva do Leque.
Todos os projetos estão em andamento e são realizados em uma parceria entre a Agesul e os produtores rurais, garantindo o melhor traçado e a viabilidade da iniciativa.