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Mato Grosso do Sul, 17 de maio de 2024
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OCDE melhora projeção do PIB do Brasil em 2024 e 2025 e cita consumo das famílias

Projeção para esse ano passou de 1,8% para 1,9%, enquanto expectativa para o ano que vem foi de uma alta de 2,0% para 2,1%; estimativa global também foi revisada para cima
A OCDE estima que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2025, ante a projeção anterior de 2,0%
A OCDE estima que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2025, ante a projeção anterior de 2,0%

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou a sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano, embora ainda veja uma desaceleração em relação a 2023.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ter alta de 1,9% em 2024, acima da estimativa anterior de aumento de 1,8%, conforme relatório do organismo internacional divulgado nesta quinta-feira (2). No ano passado, o País cresceu 2,9%.

“Impulsionados pelo crescimento robusto do emprego, os aumentos do salário mínimo e a diminuição da inflação, espera-se que os gastos das famílias sejam o principal motor do crescimento, especialmente em 2024”, diz a OCDE, em relatório publicado hoje.

A organização também melhorou sua expectativa à frente, quando vê a economia brasileira acelerando o passo. A OCDE estima que o PIB do Brasil cresça 2,1% em 2025, ante a projeção anterior de 2,0%.

Mas há riscos de baixa para as projeções econômicas do Brasil, alerta. Segundo a OCDE, maiores tensões geopolíticas e o crescimento mais lento na China, um importante parceiro comercial do País, poderiam atenuar a demanda externa, enquanto desequilíbrios fiscais representam ameaças de pressões inflacionárias.

Nesse sentido, o organismo internacional com sede em Paris reforça o coro quanto à importância de uma consolidação fiscal no Brasil. “A chave para restaurar a confiança nas finanças públicas está no cumprimento da meta do resultado primário e na implementação do novo arcabouço fiscal”, afirma a organização, no documento.

“Uma reforma mais ampla da política fiscal ajudaria a criar espaço fiscal e a melhorar a sustentabilidade da dívida”, acrescenta, mencionando benefícios com ajustes do lado das despesas e não apenas na maior captação.

De acordo com a OCDE, as incertezas quanto a recentes medidas fiscais e ainda pressões nas despesas de saúde e educação podem lançar dúvidas quanto à capacidade de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregar a meta de déficit primário zero prometida para este ano. Ela prevê ainda que o endividamento do Brasil deverá aumentar ligeiramente, porque, no ritmo atual, o orçamento primário não é capaz de estabilizar o nível da dívida nos atuais 75% do PIB.

Inflação e juros

A OCDE espera que a inflação no Brasil continue convergindo para a meta neste e no próximo ano. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve recuar para 4,0% e 3,3%, respectivamente. Em 2023, a taxa oficial de inflação foi de 4,6%. “A tendência geral indica uma provável descida adicional da inflação ao longo do ano”, diz a OCDE.

Neste cenário de queda da inflação, a organização espera que a flexibilização da política monetária no Brasil continue ao longo de 2024. Por sua vez, as incertezas no cenário internacional manterão o investimento privado moderado ao longo do ano atual.

“À medida que a inflação diminui ainda mais, são esperados cortes adicionais nas taxas de juros, reduzindo a Selic para 8,75% até ao fim de 2024 e 8,25% até o segundo semestre de 2025”, projeta a OCDE.

O organismo internacional pondera, contudo, que o ritmo dos cortes na taxa de juros brasileira pode ser afetado por maiores incertezas internas como questões fiscais, que poderiam afetar a dinâmica do câmbio e da inflação.

Projeção global

A OCDE também elevou sua projeção para o crescimento do POB global em 2024, de 2,9% para 3,1%, segundo o relatório de perspectiva econômica trimestral divulgado hoje. Para 2025, a OCDE também ajustou para cima sua expectativa para a expansão da economia mundial, de 3% para 3,2%.

No documento, a organização avalia que há alguns sinais de que as perspectivas globais começaram a melhorar, embora o ritmo de crescimento siga modesto. “O impacto do aperto monetário continua, principalmente nos mercados imobiliário e de crédito, mas a atividade econômica está mostrando relativa resiliência, a inflação está caindo de forma mais rápida do que inicialmente projetado e a confiança do setor privado está melhorando”, afirma a entidade, que tem sede em Paris.

Para os EUA, a OCDE prevê que a maior economia do mundo crescerá 2,6% este ano e 1,8% no próximo. No relatório anterior, publicado no início de fevereiro, as projeções eram mais modestas, de 2,1% e 1,7%, respectivamente.

A OCDE também está mais otimista em relação à zona do euro, que deverá crescer 0,7% em 2024 e 1,5% em 2025, de acordo com as novas projeções. Antes, as estimativas eram de acréscimos de 0,6% este ano e de 1,3% no próximo.

Na Alemanha, a maior economia do bloco, a expectativa é de avanço de 0,2% do PIB em 2024, um pouco menor que a projeção anterior de 0,3%. Para 2025, a entidade continua prevendo que o PIB alemão terá aumento de 1,1%.

Quanto à China, segunda maior economia do mundo, a projeção de crescimento da OCDE para este ano foi elevada de 4,7% a 4,9% e para 2025, de 4,2% a 4,5%.

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