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Mato Grosso do Sul, 11 de outubro de 2024
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Operação da Polícia Federal contra quadrilha de vereador acusado de tráfico prendeu 7 em Mato Grosso do Sul

Na casa, os agentes da PF encontraram uma pistola com numeração raspada e tabletes de maconha e cocaína. Outros quatro indivíduos que se encontravam na residência do casal também foram presos

A Polícia Federal capturou nove dos doze alvos de mandados de prisão no âmbito da Operação Olho de Vidro, deflagrada nesta quinta-feira (19) para desmantelar organização criminosa que mandava drogas da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai para outros estados brasileiros.

Três investigados são considerados foragidos, entre eles o líder da organização, o vereador no terceiro mandato José Joacir Cristovão da Silva, o “Oim” (Podemos), de João Alfredo (PE), município localizado a 106 km de Recife, no agreste pernambucano.

Em Ponta Porã, de onde a droga saía com destino a outros estados, a PF prendeu Rafael Leandro de Campos, o “Gordão”, e a mulher dele, Melissa Carly Domingues Rodrigues.

Os dois eram alvos de mandados de busca e de prisão e também foram autuados em flagrante tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Na casa, os agentes da PF encontraram uma pistola com numeração raspada e tabletes de maconha e cocaína. Outros quatro indivíduos que se encontravam na residência do casal também foram presos. Eles não são investigados na operação, mas foram autuados por tráfico. Segundo a polícia, a casa funcionava como entreposto de drogas.

Ainda em Ponta Porã, foi presa Elena Leandro de Campos (irmã de Rafael Campos), alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão. Outro alvo de mandado judicial preso na cidade foi Jean Carlos Martins, também autuado em flagrante por posse ilegal de três pistolas, uma escopeta e por tráfico de drogas.

Outros três integrantes da organização criminosa presos na cidade sul-mato-grossense foram Renato Trindade, Sidinei Luiz Samambaia e Rafael Andrade Soares Schons. Paulo Roberto Lara Correa, também morador em Ponta Porã, foi alvo de mandado de busca e apreensão.

Lindomar Ferreira Mendonça foi preso em Gravatal (SC). Ainda naquele estado, Leandro Darci Port foi alvo de mandado de busca e apreensão em Xanxerê.

Em São Carlos (SP), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão contra João Paulo da Silva de Oliveira. Adelson Marques da Silva foi alvo de mandados de busca e de prisão em Sinop (MT). Segundo a PF, todos são ligados diretamente à organização, com participação direta na rede de distribuição de drogas.

Foragidos

José Joacir Cristovão da Silva, o “Oim” (Olhinho), é apontado como o chefe da organização, especializada no tráfico internacional de entorpecentes. No TSE (Tribunal Superior Eleitoral) consta que José Joacir, 46 anos, desistiu de tentar novo mandato após registrar a candidatura nas eleições deste ano. Ele lançou como sucessor o filho, de 22 anos.

Suposto integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), José Joacir é marido de Edivania Laura da Silva, a “Vânia de Oim”, candidata à prefeita de João Alfredo nas eleições 2024.

Edivania também é investigada na mesma operação, mas não houve pedido de sua prisão. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na residência do casal e no gabinete de “Oim” na Câmara de João Alfredo.

Célio Pereira de Arruda, auxiliar financeiro de José Joacir, também está foragido. Em 2020, ele foi candidato a vereador não eleito em Bom Jardim, cidade a 12 km de João Alfredo. Outro que escapou do cerco policial e está foragido é Helgivaldo Alves Vieira, de Águas Lindas de Goiás (GO).

Olho de vidro

As investigações são conduzidas pela Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã e começaram em maio de 2022, após apreensão de 400 quilos de drogas em caminhão apreendido na linha internacional.

Ao apurar a origem do carregamento, a PF identificou atuação da organização criminosa supostamente chefiada pelo vereador pernambucano. A droga era enviada de Ponta Porã para vários estados brasileiros e para a cidade de João Alfredo, onde “Oim” é apontado como um dos líderes do PCC.

O nome da operação faz referência ao fato de José Joacir ter um olho de vidro. Em 2010, ele já havia sido investigado pela polícia pernambucana por envolvimento com receptação de veículos roubados.

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