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Mato Grosso do Sul, 4 de maio de 2024
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Operação do Gaeco cumpre mais de 50 mandados contra esquema que envolvia desde policiais até advogados

As investigações tiveram início a partir da análise de aparelho celular apreendido em posse de uma advogada presa durante a Operação Courrier, mas beneficiada com prisão domiciliar dias depois
Imagem e Texto - MPMS/Divulgação
Imagem e Texto - MPMS/Divulgação

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou na manhã desta quarta-feira (24/4) a Operação Last Chat, desmembramento da Operação Courrier, para cumprimento de 55 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

A ação tem por finalidade desmantelar uma organização criminosa altamente estruturada que opera no tráfico de drogas em cinco Estados, desde o interior dos presídios, contando com uma rede sofisticada de distribuição e vários integrantes e apoiadores já identificados (aproximadamente 40), entre os quais policial militar, servidor público municipal e três advogados.

Simultaneamente ao tráfico de drogas, a organização criminosa atua fortemente no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito, bem como na lavagem do dinheiro relacionado aos crimes, para a qual se utiliza de diferentes métodos, como a constituição de empresa fictícia, uso de contas bancárias de terceiros, aquisição de veículos de alto valor econômico em nome de terceiros (Porsche, caminhões etc.), entre outros.

As atividades do grupo criminoso são coordenadas por Rafael da Silva Lemos (“Gazela” e/ou “Patrão”), contra quem pesam condenações criminais que somam mais de 49 anos de prisão.

Para liderar organização criminosa complexa do interior do sistema penitenciário, servia-se ora do uso ilícito de aparelhos celulares, ora de entrevistas reservadas com advogados que se prestavam a repassar os comandos criminosos aos diversos integrantes do grupo.

As investigações tiveram início a partir da análise de aparelho celular apreendido em posse de uma advogada presa durante a Operação Courrier, mas beneficiada com prisão domiciliar dias depois, a quem o líder contatava por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupções, e outros crimes.

No transcorrer dos trabalhos, foi possível identificar mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas cal. 9mm, pertencentes à organização criminosa, apreendidos em ações policiais.

De acordo com levantamento realizado pelo GAECO, as apreensões geraram um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões.

Equipes dos GAECOs do Ministério Público dos Estados do Ceará e de São Paulo, da Diretoria de Inteligência e do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Gerência de Inteligência Penitenciária da AGEPEN/MS, além da Assessoria Militar do MPMS, prestaram apoio operacional ao GAECO/MPMS.

A operação também contou com a participação da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil.

No dia 27 de dezembro passado, o líder da organização criminosa, Rafael da Silva Lemos, empreendeu fuga do sistema penitenciário (Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados – EPMRSA-D), durante deslocamento para consulta médica, permanecendo até o momento procurado pela Justiça.

Informações sobre o paradeiro do foragido poderão ser comunicadas à Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (telefones: “127” e “0800-999-2030” – internet: (mpms.mp.br/ouvidoria).

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