Mato Grosso do Sul, 5 de junho de 2025
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Paço Municipal: A Torre de Babel administrativa de Campo Grande; Prefeita revoga nomeação de Tiago Vargas

O episódio reforça a percepção de que a administração municipal enfrenta turbulências e decisões contraditórias, alimentando a ideia de que o Paço Municipal se tornou uma verdadeira Torre de Babel
Adriane Lopes e Tiago Vargas durante a campanha 2024
Adriane Lopes e Tiago Vargas durante a campanha 2024

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), decidiu revogar a nomeação do ex-vereador Tiago Henrique Vargas (PP) para o cargo de Assessor Especial na Secretaria Especial de Articulação Regional. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial do Município, anulando o decreto anterior de 14 de janeiro de 2025.

A nomeação de Tiago Vargas gerou controvérsias e foi alvo de questionamentos por parte de advogados. Especialistas apontaram que a Lei da Ficha Limpa impede que pessoas demitidas do serviço público por processo administrativo ou judicial assumam cargos públicos por um período de oito anos, salvo se a decisão for suspensa ou anulada pelo Judiciário.

O Paço Municipal e a crise de gestão

A decisão da prefeita escancara a instabilidade na administração municipal, que vem acumulando polêmicas e reviravoltas. O Paço Municipal, sede do governo da cidade, se assemelha a uma Torre de Babel administrativa, onde decisões são tomadas e desfeitas em meio a pressões políticas e jurídicas.

A nomeação de Vargas foi vista por muitos como um erro estratégico da prefeita, que tentou prestigiar um aliado político, mas enfrentou resistência legal e social. O caso levanta questionamentos sobre os critérios de escolha para cargos públicos e a coerência da atual gestão.

Quem é Tiago Vargas?

Tiago Vargas foi policial civil entre 2014 e 2020, mas perdeu o cargo após acusar o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) de corrupção sem apresentar provas. Após sua demissão, ingressou na política e foi o vereador mais votado de Campo Grande em 2020.

Em 2022, foi eleito deputado estadual, mas perdeu a cadeira na Assembleia Legislativa devido à inelegibilidade decorrente do processo que resultou em sua demissão da Polícia Civil. Em 2024, tentou a reeleição para a Câmara Municipal, mas novamente foi considerado inelegível pela Justiça Eleitoral.

Inelegibilidade até 2028

A demissão de Tiago Vargas da Polícia Civil ocorreu após acusações sem provas contra o então governador. Essa atitude foi considerada uma infração ético-profissional, resultando em sua demissão em 2020.

De acordo com a legislação eleitoral, essa demissão acarretou sua inelegibilidade por oito anos, ou seja, até 2028, a menos que a decisão fosse anulada ou suspensa judicialmente, o que não ocorreu. Durante esse período, Vargas não pode disputar eleições nem ocupar cargos públicos que exijam ficha limpa.

Agressão ao médico Lívio Leite

Em 2020, durante uma perícia médica realizada pela Agência de Previdência de Mato Grosso do Sul (Ageprev), Tiago Vargas se envolveu em um conflito com o médico Lívio Viana de Oliveira Leite, conhecido como Dr. Lívio. Segundo relatos, houve um desentendimento entre os dois, resultando em ameaças e comportamentos agressivos por parte de Vargas.

Esse incidente contribuiu para a abertura de procedimentos administrativos que culminaram em sua demissão da Polícia Civil. Posteriormente, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul aplicou uma advertência ao Dr. Lívio por conduta considerada incompatível durante a perícia médica de Tiago Vargas.

Declarações de Adriane Lopes

Até o momento, não há registros públicos de declarações específicas da prefeita Adriane Lopes sobre a demissão de Tiago Vargas da Polícia Civil. No entanto, a revogação de sua nomeação para o cargo na prefeitura sugere uma tentativa de evitar desgaste político e jurídico.

O que dizem os moradores de Campo Grande?

A nomeação e posterior revogação de Tiago Vargas geraram reações mistas entre os moradores de Campo Grande. Alguns apoiadores de Vargas veem sua punição como perseguição política. Outros, no entanto, defendem que a prefeita errou ao nomeá-lo, pois um cargo público deve respeitar os princípios da moralidade e legalidade.

O episódio reforça a percepção de que a administração municipal enfrenta turbulências e decisões contraditórias, alimentando a ideia de que o Paço Municipal se tornou uma verdadeira Torre de Babel, onde cada decisão parece ser derrubada pela próxima.

A revogação da nomeação de Tiago Vargas expõe as fragilidades na gestão pública e reacende o debate sobre ética na política, transparência e respeito às leis.

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