Mato Grosso do Sul, 14 de maio de 2025
Campo Grande/MS
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Pantanal em Perigo: 60% das áreas alagadas desapareceram em 35 anos e bioma enfrenta ameaça sem precedentes

Crise hídrica, incêndios criminosos e desmatamento colocam em risco o futuro da maior planície alagável do planeta

O Pantanal, um dos biomas mais ricos e importantes do Brasil e do mundo, está enfrentando uma crise sem precedentes. Em apenas 35 anos, mais de 60% de suas áreas alagadas desapareceram, segundo levantamento do MapBiomas. O estudo revela que o ciclo natural das águas está cada vez mais comprometido, tornando o bioma mais seco e vulnerável a incêndios devastadores.

Nos últimos anos, o Pantanal tem passado por queimadas intensas que destroem a flora e a fauna, colocando em risco a sobrevivência de espécies ameaçadas e impactando a vida dos ribeirinhos, pescadores, catadores de iscas, fazendeiros e donos de pousadas e barcos-hotéis, que dependem do ecossistema para sobreviver.

Seca extrema e incêndios criminosos devastam o bioma

De 1985 a 2023, a área alagada do Pantanal encolheu 61%, e os períodos de seca têm sido mais longos e intensos. Em 2023, apenas 3,3 milhões de hectares estavam cobertos por água, uma queda de 38% em relação à última grande cheia, ocorrida em 2018, quando havia 5,4 milhões de hectares alagados. Este processo não apenas transforma a paisagem, mas também cria condições ideais para o avanço do fogo.

Nos últimos anos, o bioma sofreu com incêndios de proporções históricas. Em 2020, por exemplo, 30% de toda a vegetação do Pantanal foi consumida pelo fogo, resultado de um dos maiores desastres ambientais já registrados. Os incêndios foram intensificados pelo clima seco, mas muitas dessas ocorrências tiveram origem criminosa, seja para renovação de pastagens, seja para expansão da agropecuária.

Em 2023, outra grande onda de fogo atingiu o Pantanal, destruindo áreas que antes eram permanentemente alagadas. Segundo o MapBiomas, entre 2019 e 2023, cerca de 5,8 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas.

População pantaneira sofre com as mudanças

A população do Pantanal tem sentido na pele os efeitos da crise ambiental. Ribeirinhos relatam que os peixes estão desaparecendo, impactando diretamente a pesca artesanal, fonte de sustento para milhares de famílias. Catadores de iscas também reclamam da escassez de organismos aquáticos, que antes eram abundantes na região.

Fazendeiros que dependem do ciclo natural das cheias para manter pastagens naturais para o gado também estão enfrentando dificuldades. Com a seca prolongada, a água escasseia e a produção pecuária é diretamente afetada.

Os donos de pousadas, barcos-hotéis e operadores de turismo sustentável relatam uma queda significativa no movimento de turistas devido aos incêndios e à degradação ambiental. “As pessoas vêm para ver a natureza exuberante do Pantanal, mas quando chegam aqui e encontram um cenário de destruição, perdem o encanto”, lamenta um hoteleiro da região de Corumbá.

O que dizem os especialistas e as autoridades

Pesquisadores apontam que as mudanças climáticas, aliadas ao desmatamento e à intervenção humana na bacia do Rio Paraguai, estão alterando a dinâmica da água no Pantanal. “Estamos vendo um ciclo de degradação acelerado. O bioma sempre passou por períodos secos e chuvosos, mas o que estamos vivenciando agora é inédito e preocupante”, alerta Eduardo Rosa, coordenador de mapeamento do bioma Pantanal no MapBiomas.

As autoridades ambientais têm intensificado a fiscalização e a aplicação de multas para combater incêndios criminosos, mas a impunidade ainda prevalece. O governo federal anunciou investimentos para monitoramento via satélite e reforço na estrutura de brigadas de incêndio. No entanto, ambientalistas criticam a lentidão e a falta de políticas eficazes para conter o avanço da degradação.

Um chamado à ação

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que governos, instituições e a sociedade se mobilizem para proteger o Pantanal. A implementação de políticas públicas mais efetivas, a preservação das áreas naturais e o incentivo ao turismo sustentável são essenciais para garantir a sobrevivência do bioma.

“O Pantanal é um patrimônio natural inestimável. Se não tomarmos medidas urgentes, corremos o risco de perder um dos ecossistemas mais ricos e belos do mundo”, alerta um representante de uma ONG ambiental.

O futuro do Pantanal está em jogo, e ação imediata é necessária para impedir que a destruição continue. A preservação do bioma não é apenas uma responsabilidade das autoridades, mas de toda a sociedade.

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