Mato Grosso do Sul, 10 de julho de 2025
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Parque do Pantanal do Rio Negro desponta como modelo nacional na geração de créditos ambientais

Estudo técnico revela potencial da unidade de conservação em Mato Grosso do Sul para financiar preservação ecológica por meio de soluções baseadas na natureza e geração de créditos de carbono e biodiversidade
Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, Mato Grosso do Sul - Brasil
Foto: Julio Blay Kocinas
Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, Mato Grosso do Sul - Brasil Foto: Julio Blay Kocinas

O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, situado entre os municípios de Aquidauana e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, vem se consolidando como referência nacional em inovação ambiental, ao reunir as condições ideais para geração de créditos ambientais que poderão ser convertidos em financiamento direto à conservação ecológica. O estudo de viabilidade, realizado ao longo dos anos de 2024 e 2025, demonstrou que a unidade possui alto potencial para gerar créditos de carbono, por meio da metodologia de desmatamento evitado (REDD), e créditos de biodiversidade, com foco na proteção de habitats e espécies-chave do bioma pantaneiro.

O trabalho técnico foi coordenado por especialistas da área ambiental e resultou de um esforço conjunto entre entidades governamentais e organizações ligadas à preservação. A análise partiu de uma premissa clara: tornar o parque exemplo de sustentabilidade financeira baseada na conservação dos serviços ecossistêmicos naturais, utilizando metodologias reconhecidas internacionalmente, como o manejo integrado do fogo (MIF), que se mostrou viável e promissor quando adaptado à realidade do Pantanal sul-mato-grossense. Ainda recente no Brasil, essa prática já apresenta resultados expressivos em países como a Austrália e em diversas regiões do continente africano.

O estudo detalhou aspectos técnicos, jurídicos e administrativos para viabilizar a transformação das riquezas ambientais do parque em ativos financeiros. Levantamentos de flora, fauna, biomassa e estoques de carbono, associados à cartografia das ocorrências de incêndios florestais entre os anos de 2013 a 2024, foram cruciais para estruturar a proposta. Com base nessas informações, os técnicos delinearam estratégias capazes de evitar desmatamentos e recuperar áreas degradadas, permitindo, assim, a geração contínua de créditos ambientais.

O projeto também trouxe inovações ao introduzir o conceito de créditos de biodiversidade, baseado em critérios como qualidade do habitat, presença e saúde de espécies guardiãs, e monitoramento constante das áreas de proteção. Essa abordagem valoriza a diversidade biológica local e reforça a importância da conservação não apenas como proteção da flora e fauna, mas como mecanismo direto de compensação ambiental e retorno financeiro para o Estado e comunidades locais.

Entre os resultados mais relevantes do estudo, destaca-se a constatação de que o parque poderá se autossustentar com os recursos obtidos por meio da comercialização de créditos ambientais. Para isso, o documento apresenta um plano de ação com recomendações estratégicas, entre elas a definição de governança participativa, o fortalecimento da legislação e a adoção de critérios técnicos rigorosos para validação dos créditos, além do envolvimento direto das comunidades tradicionais e povos originários na gestão e proteção da unidade.

Na esfera administrativa, o projeto exigiu a articulação entre órgãos estaduais e consultorias jurídicas para avaliar o melhor modelo de gestão pública capaz de suportar a implementação dos créditos ambientais. A criação de estruturas institucionais dedicadas à análise, decisão e operação dessas políticas foi destacada como medida prioritária para garantir a eficácia da proposta. A governança deverá garantir transparência, agilidade e equidade na distribuição dos benefícios gerados.

A proposta integra ainda as metas ambientais do Estado de Mato Grosso do Sul, que busca alcançar a neutralidade de carbono até 2030. Nesse sentido, o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro se apresenta como pilar central da estratégia estadual, reunindo elementos técnicos, científicos e sociais para impulsionar uma nova economia de baixo carbono, pautada pela valorização dos ativos naturais.

Outro aspecto de grande relevância do projeto é sua capacidade de replicação. A experiência exitosa do parque poderá servir de modelo para outras unidades de conservação do Estado, como o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, além de inspirar ações semelhantes em outras regiões do país. A ideia é transformar a lógica tradicional de financiamento da conservação ambiental, substituindo dependência orçamentária por fluxos financeiros sustentáveis e baseados em resultados mensuráveis.

A consolidação do parque como modelo nacional se fortalece com a valorização de ativos intangíveis, como o patrimônio natural, e sua conversão em instrumentos de desenvolvimento socioambiental. A expectativa é que, com a geração dos primeiros créditos ambientais, novas frentes de financiamento se abram, atraindo investimentos nacionais e internacionais para a proteção da biodiversidade pantaneira.

Com base sólida, estrutura legal ajustada, articulação institucional eficiente e metodologias adaptadas à realidade local, o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro desponta como símbolo de uma nova era na gestão de áreas protegidas no Brasil. Um caminho que une conservação ambiental, valorização dos serviços ecossistêmicos e sustentabilidade econômica, promovendo equilíbrio entre proteção da natureza e desenvolvimento das comunidades.

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