Quem diria que a gigante do petróleo, Petrobras, estaria mirando no mercado de criptomoedas? Pois é, a novidade que surpreendeu a todos foi revelada de forma inusitada por um funcionário da companhia, Marcelo Abdo Fuad Curi, especialista em inovação e blockchain. Ele postou sobre o projeto nas redes sociais, e desde então, a curiosidade sobre o tema só aumenta. Mas o que está por trás dessa história? A Petrobras realmente vai minerar Bitcoin? Acompanhe a nossa investigação sobre o assunto e veja o que já sabemos.
O que é a mineração de Bitcoin?
Antes de mergulharmos no projeto, vale explicar o que significa minerar Bitcoin. Esse processo envolve a verificação e o registro das transações da moeda digital, além da criação de novos bitcoins. Para isso, são utilizados computadores superpotentes, conhecidos como ASICs, que resolvem complexos problemas matemáticos. Esse trabalho exige uma quantidade absurda de energia elétrica, e é aqui que entra o papel da Petrobras.
O que a Petrobras tem a ver com isso?
Segundo Marcelo Curi, a Petrobras está explorando uma forma de usar o gás natural associado à produção de petróleo para gerar a energia necessária para minerar Bitcoin. Esse gás natural, que muitas vezes é desperdiçado durante a extração do petróleo (geralmente queimado ou injetado de volta nos reservatórios), poderia ser utilizado para alimentar os computadores de mineração. Ao invés de ser uma fonte de poluição e desperdício, o gás seria convertido em um recurso valioso.
Alexandre Ludolf, general partner da Transfero Ventures, explicou que transformar esse gás excedente em energia elétrica para minerar Bitcoin seria uma “solução inovadora de eficiência energética”. A ideia é aproveitar o gás que seria queimado (conhecido como flaring) para gerar eletricidade, alimentando as máquinas de mineração e criando um valor econômico a partir do que antes seria considerado um desperdício.
Um modelo que já tem dado certo em outros lugares
Não é a primeira vez que essa ideia sai do papel. Empresas de petróleo nos Estados Unidos já estão adotando o modelo de utilizar gás excedente para alimentar operações de mineração de criptomoedas. Um exemplo disso é a Crusoe Energy, que captura metano residual para alimentar seus data centers. Outro caso é da Tecpetrol, da Argentina, que também iniciou um projeto semelhante, utilizando gás não queimado para gerar energia para minerar criptomoedas.
Em 2024, a Genesis Digital Assets Limited, uma das maiores empresas de mineração de Bitcoin, abriu um data center na Argentina, alimentado pela estatal de petróleo YPF. Eles usam o gás excedente da YPF para gerar energia e alimentar 1.200 máquinas de mineração de BTC. A prática tem se mostrado eficiente tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.
Por que isso é importante para o meio ambiente?
A queima de gás excedente, ou flaring, não é apenas um desperdício de energia, mas também uma prática prejudicial ao meio ambiente. Esse processo emite grandes quantidades de CO2, contribuindo para o aquecimento global e acelerando as mudanças climáticas. De acordo com o Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural da Petrobras, em dezembro passado, a companhia queimou nada menos que 5,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
O Banco Mundial destaca que essa queima de gás representa um desperdício imenso, pois o gás poderia ser utilizado para gerar energia. A quantidade de gás que é queimada a cada ano cerca de 148 bilhões de metros cúbicos seria suficiente para abastecer toda a África Subsaariana.
E agora?
Apesar do burburinho nas redes sociais e da curiosidade gerada pela postagem de Curi, a Petrobras ainda não se pronunciou oficialmente sobre o projeto de mineração de Bitcoin. A reportagem do InfoMoney entrou em contato com a companhia e com o próprio funcionário, mas até o momento não obteve respostas sobre os detalhes dessa iniciativa.
No entanto, o que sabemos até agora é que, caso o projeto realmente avance, a Petrobras pode estar à frente de uma solução inovadora para reduzir os impactos ambientais da indústria petrolífera, ao mesmo tempo em que aproveita a infraestrutura existente para entrar no lucrativo mercado das criptomoedas. A mineração de Bitcoin usando gás natural excedente não é apenas uma boa prática ambiental, mas também uma forma de gerar receita a partir de um recurso que antes era desperdiçado.
Enquanto a Petrobras não se pronuncia oficialmente, o projeto continua a gerar especulações e abrir discussões sobre como o setor de petróleo e gás pode, de fato, se reinventar e se alinhar com práticas mais sustentáveis. Resta esperar para ver o que vem por aí!
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