Na onda da inovação e da praticidade, o Pix já conquistou o Brasil e agora começa a chamar a atenção de gigantes como a China. O país asiático, conhecido por sua tecnologia de ponta e tradição em métodos digitais de pagamento, está de olho em um modelo que nasceu por aqui, nas terras tropicais, e já virou parte do dia a dia de milhões de brasileiros.
Quando o Banco Central lançou o Pix em 2020, talvez nem mesmo os mais otimistas imaginassem que ele ganharia tanta força tão rápido. Hoje, quatro anos depois, o sistema se tornou uma unanimidade nacional. Pagar, receber, transferir dinheiro em segundos, sem taxas ou burocracia, virou um hábito comum da população. Mas agora, o Pix pode dar um salto ainda maior: atravessar fronteiras e ganhar o mundo. E o primeiro interessado nesse “produto de exportação” é ninguém menos que a China.
Durante um evento realizado em Xangai, o diretor global de pesquisa da China International Capital Corporation (CICC), Chen Jianheng, fez uma declaração que deixou muita gente surpresa. Ele afirmou que a China já tem mais de 20 mil empresas investindo na América Latina e que o Brasil tem papel central nesse movimento. Segundo ele, só nos últimos dez anos, os investimentos chineses por aqui já ultrapassaram os 70 bilhões de dólares. E dentro desse contexto de aproximação econômica, o Pix entrou no radar dos investidores e especialistas financeiros do país asiático.
Ben Shenglin, outro nome de peso e membro do Conselho de Administração de Bancos e Fintechs da província de Zhejiang, foi ainda mais direto. Ele disse que os chineses “podem aprender com o Pix”, elogiando a forma como o sistema foi integrado no Brasil. A fala veio com um reconhecimento claro: o Brasil conseguiu criar um dos sistemas de pagamento mais eficientes do mundo, algo que nem mesmo países com economias mais desenvolvidas e com histórico tecnológico de longa data tinham conseguido fazer com tanto sucesso.
E o mais curioso é que, em um país como a China, onde ferramentas como WeChat Pay e Alipay já são amplamente utilizadas para transações digitais, o Pix conseguiu despertar interesse por trazer uma nova forma de pensar pagamentos instantâneos, com uma proposta mais simples, segura, barata e universal.
Enquanto isso, em outras partes do mundo, soluções semelhantes ao Pix já surgiram, mas com resultados ainda limitados. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi lançado em 2023 o FedNow, um sistema de pagamento instantâneo com funcionamento semelhante ao Pix. Porém, ele ainda não ganhou a mesma aderência e penetração que o modelo brasileiro. Na Europa, o SCT Inst (Transferência Instantânea de Crédito), implantado em 2017, permite pagamentos instantâneos em euro, mas com limitações entre países. Portugal tem o MBWay, o Japão usa o Zengin, e por aí vai.
Mas o que o Pix tem que os outros não têm?
O segredo do sucesso do Pix está na combinação de fatores. Primeiro, ele é gratuito para pessoas físicas, o que já derrubou várias barreiras. Depois, ele funciona 24 horas por dia, todos os dias, sem interrupções. Além disso, sua integração com o sistema bancário nacional foi feita de forma ampla, envolvendo desde grandes bancos até fintechs e carteiras digitais. A simplicidade do uso também conta muito: é só usar uma chave (que pode ser o CPF, e-mail, telefone ou uma chave aleatória) para enviar e receber dinheiro.
Hoje, até quem nunca teve conta em banco tradicional usa Pix. Camelôs, feirantes, prestadores de serviço, todo mundo aderiu. Em menos de cinco anos, o Pix virou uma instituição brasileira, mais popular até que o cartão de crédito em várias regiões.
Se a China realmente decidir importar o modelo brasileiro e adaptá-lo ao seu próprio sistema financeiro, o Pix pode se tornar a maior exportação tecnológica do Brasil nos últimos tempos. Um feito e tanto para um país que, muitas vezes, é visto apenas como fornecedor de commodities.
Por trás dessa inovação, há também uma lição: quando há vontade política, investimento público e foco no bem-estar da população, é possível construir soluções de impacto global. O Pix é uma prova viva de que o Brasil também pode ser referência mundial em tecnologia e eficiência financeira.
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