A ministra Simone Tebet participou nesta segunda-feira, em São Paulo, de mais uma edição dos Diálogos para a Construção da Estratégia Brasil 2025-2050, promovido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). No encontro, realizado no auditório da Fiesp, ela defendeu o planejamento como eixo estruturante para o desenvolvimento do país nas próximas décadas. “O que faltou há quatro anos, não vai faltar neste governo, não vai faltar no futuro”, afirmou a ministra, ao destacar a necessidade de transformar planos de longo prazo em política de Estado.
A Estratégia Brasil 2025-2050 busca definir metas e indicadores para orientar o crescimento do país até meados do século. A proposta, coordenada pela Secretaria Nacional de Planejamento (Seplan), já passou por Belo Horizonte e Vitória e tem como base a escuta de diferentes setores da sociedade. No encontro desta segunda-feira, Tebet explicou que a iniciativa pretende consolidar um projeto de desenvolvimento que ultrapasse mandatos e seja capaz de enfrentar desigualdades, mudanças climáticas, envelhecimento populacional e desafios econômicos com uma visão de futuro construída de forma coletiva.
Segundo a ministra, o brasileiro tem pressa, e a transformação não pode ser projetada apenas para daqui a 25 anos. A meta de 2050 é o destino, afirmou Tebet, mas o caminho será construído em etapas, com entregas já a partir de 2026. “Para ninguém achar que essa é uma peça de ficção. Ao contrário, esta é a verdadeira bússola, a carta náutica a nos comandar”, declarou.
A falta de planejamento é um problema que persegue o Brasil. A ministra citou a pandemia de Covid-19 como exemplo dos efeitos da desarticulação institucional. A falta de coordenação entre áreas do governo e a inexistência de um plano integrado de ação resultaram, segundo ela, em consequências graves para a população. “Faltou vacina no braço do povo brasileiro porque nós não tínhamos um Ministério do Planejamento, não tínhamos uma política que acreditava em vacina, mas que planejava também. É disso que se trata”, disse.
Durante sua apresentação, a ministra apresentou uma visão detalhada sobre o estado atual do país e os caminhos possíveis para o futuro. Segundo ela, para construir um Brasil mais próspero, será necessário dobrar o PIB per capita. As diretrizes do plano de desenvolvimento devem reduzir a desigualdade e erradicar a pobreza. Para garantir um Brasil com mais oportunidades, é necessário equiparar a renda entre homens e mulheres. Tudo isso aliado a um compromisso com a sustentabilidade, com o objetivo de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.
Entre os desafios apontados, Tebet destacou a necessidade de planejamento para enfrentar o envelhecimento acelerado da população brasileira. “Estamos envelhecendo sem termos enriquecido como país”, afirmou. Diferente dos países europeus, que estruturaram suas políticas sociais após atingir altos níveis de renda, o Brasil encara o envelhecimento em meio a desigualdades persistentes, impactando diretamente a previdência, o sistema de saúde e a economia do cuidado.
Segurança jurídica e oportunidades para empreendedores
O evento também contou com a participação do presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, que classificou a iniciativa como essencial para oferecer ao país uma direção clara àqueles que querem investir no Brasil. “Este projeto do Brasil 2050 dará um norte, dará uma segurança jurídica a todos nós empreendedores e cidadãos brasileiros que poderemos não só entender como participar, porque é um planejamento participativo”, disse.
Com o plano, afirmou o presidente da Fiesp, o Brasil tem potencial para figurar entre as cinco maiores economias do mundo nos próximos 25 anos. “Não tenho dúvida que em 2050 o Brasil poderá estar entre as cinco maiores economias do mundo. Mas mais importante do que um PIB que nos coloque nessa posição, será um país muito mais próspero, um país com menor desigualdade, um país em que nossas crianças estejam totalmente inseridas na vida nacional por terem recebido o melhor ensino possível.”
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, também esteve presente e destacou o desafio de projetar o futuro em um país onde muitas vezes é difícil entender até mesmo o passado. Para França, planejar é essencial, ainda que envolva incertezas. “Vamos aproveitar aquilo que a gente já tem mais vocação, aquilo que a gente já acumulou mais informação, aquilo que a gente tem mais chance de dar certo”, disse.
Até junho, os diálogos continuarão a ser realizados em diferentes capitais, reunindo representantes de todas as regiões do Brasil. A proposta é garantir que a construção da Estratégia reflita a diversidade do território nacional, incorporando as particularidades regionais, seus desafios e vocações. Os próximos eventos acontecerão em João Pessoa e Olinda.
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