O Brasil tem um desafio grande pela frente: acabar com o desmatamento até 2030. Para isso, foi lançado nesta terça-feira (11) o documento “Brasil sem desmatamento: 12 propostas integradas para a conservação e o desenvolvimento sustentável”, elaborado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura. A ideia é colocar em prática medidas que fortaleçam a proteção ambiental sem deixar de lado o crescimento econômico e a geração de empregos no setor produtivo.
Entre as propostas, estão a aplicação rigorosa do código florestal, o rastreamento da produção agropecuária, o controle das queimadas, o combate ao crime ambiental na Amazônia e a ampliação de incentivos para práticas sustentáveis no campo. O documento será entregue a órgãos federais como os ministérios do meio ambiente e da gestão e inovação, além do ibama e do serviço florestal brasileiro.
O Brasil já assumiu compromissos internacionais para zerar o desmatamento até o final da década. E, com a aproximação da conferência do clima (COP 30), que acontecerá em novembro em Belém (PA), o país precisa mostrar ao mundo que está preparado para liderar a conservação dos ecossistemas e a transição para uma economia mais sustentável.
A publicação reúne seis ações para acabar com o desmatamento ilegal e outras seis para reduzir o desmatamento permitido por lei. Para Ane Alencar, colíder da força-tarefa combate ao desmatamento da coalizão e diretora de ciência do instituto de pesquisa ambiental da Amazônia (Ipam), essas propostas são urgentes e exigem união entre governo, empresas e sociedade.
“Diante do cenário crítico da crise climática, precisamos de soluções eficientes e imediatas para deter o desmatamento. Além de combater o desmatamento ilegal, temos que criar alternativas econômicas para que seja mais vantajoso manter a floresta em pé”, afirma Ane.
O documento busca um consenso entre representantes do agronegócio e ambientalistas para o uso responsável da terra, garantindo equilíbrio entre biodiversidade e produção de alimentos. Segundo especialistas, uma das chaves para o sucesso do plano é a implementação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis, como sistemas agroflorestais e manejo responsável das terras.
Soluções para cada realidade
As propostas também envolvem estados e municípios, respeitando as particularidades de cada bioma. Na Amazônia, por exemplo, grande parte do desmatamento é ilegal, causado pela grilagem de terras, queimadas criminosas e atividades ilegais. Já no cerrado, boa parte do desmatamento acontece dentro da lei, pois o código florestal permite a retirada de até 80% da vegetação nativa em propriedades rurais.
Outro ponto importante do documento é a destinação de mais áreas públicas para proteção e uso sustentável. Especialistas alertam que a ausência de fiscalização e a ocupação irregular dessas terras têm facilitado o avanço do desmatamento e do crime ambiental. A regulamentação do pagamento por serviços ambientais e o fortalecimento do mercado de carbono também são soluções apontadas para incentivar a preservação das florestas.
Além disso, o documento reforça a necessidade de um investimento maior em tecnologia e inovação para monitoramento ambiental, permitindo o uso de imagens de satélite e inteligência artificial para identificar desmatamentos ilegais em tempo real. Essas ferramentas podem ajudar órgãos de fiscalização a agir com mais rapidez e eficiência no combate a crimes ambientais.
A coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne mais de 400 organizações, incluindo entidades do agronegócio, empresas, sociedade civil, setor financeiro e universidades. O objetivo é encontrar soluções que garantam a preservação ambiental sem prejudicar o desenvolvimento econômico do país, demonstrando que é possível conciliar produção e sustentabilidade.
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