Mato Grosso do Sul, 4 de julho de 2025
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Polícia apreende 2,7 toneladas de drogas em caminhão roubado na MS‑156 com apoio aéreo

Carga foi interceptada em Dourados e revela o papel de Mato Grosso do Sul como rota vital do tráfico e contrabando
Policiais no local onde droga foi apreendida com apoio de helicóptero - Imagem - DOF/Divulgação
Policiais no local onde droga foi apreendida com apoio de helicóptero - Imagem - DOF/Divulgação

Na última quinta-feira, 3 de julho, revelou mais um capítulo do enfrentamento ao tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul. Policiais do Departamento de Operações de Fronteira, com apoio aéreo da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo, apreenderam um caminhão baú com 2.750 quilos de entorpecentes, entre maconha, skunk e haxixe. A abordagem ocorreu na rodovia MS-156, em zona rural de Dourados, um dos principais corredores da chamada “rota caipira” do narcotráfico no país.

Durante a fiscalização, os agentes abordaram o veículo suspeito, que transportava três ocupantes: um homem de 36 anos, uma jovem de 18 e um adolescente de 16. Nervosos e apresentando versões contraditórias, os ocupantes foram submetidos a interrogatório e inspeção veicular. No compartimento de carga, foram localizados os fardos de droga: 2.321 quilos de maconha, 387 quilos de skunk e 50 quilos de haxixe marroquino. O caminhão, que circulava com placas falsas, havia sido roubado na cidade de Várzea Grande, em Mato Grosso, no mês anterior.

O grupo relatou ter carregado os entorpecentes no município de Coronel Sapucaia, fronteira com o Paraguai, e tinha como destino a capital mato-grossense, Cuiabá. Cada integrante receberia R$ 7 mil pelo transporte. A carga, avaliada em R$ 12,2 milhões, foi encaminhada à Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira, com sede em Dourados.

Mais do que uma grande apreensão, a operação reforça o papel estratégico de Mato Grosso do Sul nas rotas do tráfico internacional. Com uma extensa fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o estado é um dos principais pontos de entrada de drogas e armas no território brasileiro. A logística criminosa aproveita a capilaridade das estradas estaduais e federais, utilizando caminhões, veículos de passeio, ônibus e até aeronaves de pequeno porte.

A chamada “rota caipira”, que atravessa Mato Grosso do Sul até o interior de São Paulo e sul de Minas Gerais, é hoje a via mais utilizada para escoamento de entorpecentes da América do Sul rumo aos grandes centros consumidores e, posteriormente, ao exterior. O estado também está inserido no corredor da Rota Bioceânica, obra de integração logística entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, que, apesar de ser um projeto voltado ao comércio internacional, exige atenção redobrada das forças de segurança devido ao seu potencial de exploração pelo crime organizado.

Além das drogas, Mato Grosso do Sul também registra alto volume de contrabando de cigarros, armas e produtos eletrônicos. O mesmo caminho trilhado pelos fardos de maconha é usado por redes de contrabandistas, que se aproveitam de pontos remotos, ausência de barreiras fixas e fragilidade em trechos rurais para driblar o cerco policial. Mesmo assim, o trabalho integrado entre polícias militar, civil, federal, rodoviária federal e forças especializadas, como o Departamento de Operações de Fronteira, tem ampliado a capacidade de resposta do estado.

Somente no primeiro semestre deste ano, as apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul ultrapassaram 220 toneladas, consolidando a região como líder nacional em interceptações. Boa parte dessas ocorrências se concentra na faixa entre Ponta Porã, Dourados, Amambai e Coronel Sapucaia, considerada o epicentro da logística criminosa no Centro-Oeste.

As ações ostensivas do DOF, da Defron e das unidades aéreas têm evoluído com o apoio de tecnologia embarcada, drones e mapeamento por inteligência artificial, permitindo rastrear rotas, prever deslocamentos e interceptar transportes com maior precisão. Além disso, programas de cooperação interestadual e integração com órgãos federais têm permitido a ampliação do cerco às quadrilhas transnacionais.

A operação desta quinta-feira, embora rotineira para os padrões da fronteira sul-mato-grossense, reacende o debate sobre a estrutura do narcotráfico no Brasil. O uso de adolescentes, veículos roubados, estradas vicinais e o deslocamento em comboios reforçam a complexidade das organizações criminosas e a necessidade de investimento contínuo em inteligência, tecnologia, treinamento e cooperação internacional.

A luta contra o tráfico é diária e exige vigilância constante. Mato Grosso do Sul, embora vítima da sua geografia, responde com firmeza, mostrando que, apesar das dificuldades, a fronteira não está desguarnecida.

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