Uma residência localizada na Rua Silidônio Verão, no bairro Água Boa, em Dourados, foi alvo de uma grande apreensão de pasta-base de cocaína. Ao todo, foram recolhidos 108 quilos da substância, avaliada em cerca de R$ 3 milhões no mercado ilegal das grandes cidades brasileiras. A ação policial foi o desfecho de uma investigação que durou várias semanas, coordenada pelo delegado do 2º Distrito Policial, Lucas Vepo Albe.
A operação, coordenada pelo delegado Lucas Vepo Albe, do 2º Distrito Policial de Dourados, foi o desfecho de um meticuloso trabalho de vigilância. Durante vários dias, investigadores acompanharam de perto a movimentação na residência, monitorando quem entrava e saía, observando veículos suspeitos e analisando padrões de comportamento que indicavam atividade criminosa.
“Já tínhamos informações concretas de que a casa era usada como entreposto. Observamos movimentações constantes, pessoas carregando mochilas e caixas em horários variados, o que nos levou a intensificar a vigilância”, afirmou o delegado responsável pela ação.
Dois homens foram detidos durante a operação. O primeiro é Diego Souza Perussi, de 38 anos, que, segundo a polícia, é morador da residência e possui vínculos familiares com o proprietário do imóvel. De acordo com a investigação, Perussi já havia utilizado o mesmo local no passado para armazenar drogas, alugando o espaço a traficantes que operam em regiões de fronteira e grandes centros.
O segundo suspeito é Márcio Lopes Alves, de 46 anos. Ele também foi flagrado no imóvel e, segundo a polícia, participava ativamente do processo de manutenção e fracionamento da droga, preparando o entorpecente para a distribuição.
“Esses dois indivíduos atuavam de forma associada. Eles fracionavam a droga aqui mesmo em Dourados, repassando porções menores a traficantes locais, enquanto a maior parte era embalada e preparada para seguir em direção a São Paulo. Há indícios de que parte desse carregamento também abasteceria pontos de distribuição no Rio de Janeiro e em Brasília”, explicou Lucas Vepo.
O entorpecente apreendido é de alto valor comercial. Trata-se de pasta-base de cocaína, um dos produtos mais lucrativos no mercado do tráfico. Quando fracionada e misturada a outros componentes, a substância rende dezenas de quilos de cocaína em pó, elevando ainda mais o valor estimado da carga. Segundo a Polícia Civil, nos mercados clandestinos das capitais mencionadas, o material poderia render cifras superiores a R$ 3 milhões.
O modo de operação também chamou a atenção dos investigadores. A casa não apresentava características que sugerissem atividade ilícita. Discreta, com fachada simples e rotina aparentemente tranquila, o imóvel passava despercebido na vizinhança. Contudo, análises de rotina, informações anônimas e cruzamento de dados sobre movimentação de veículos resultaram na identificação do endereço como um importante ponto logístico do tráfico.
Ambos os detidos foram autuados em flagrante e responderão pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Eles permanecem presos à disposição da Justiça, enquanto a Polícia Civil avança na identificação de outros envolvidos no esquema criminoso. A suspeita é de que haja conexões com facções que atuam em estados da região Sudeste, o que ampliaria o escopo da investigação para além das fronteiras de Mato Grosso do Sul.
Além de desmantelar uma célula importante da rede de tráfico, a operação também lança luz sobre o uso de imóveis urbanos como entrepostos logísticos do crime organizado. Segundo o delegado, esse tipo de estrutura é cada vez mais comum em cidades com boa malha viária e relativa proximidade com a fronteira com o Paraguai e a Bolívia, países considerados corredores do tráfico internacional.
“O crime se adapta. As casas usadas para armazenar drogas são escolhidas a dedo: locais discretos, com moradores que não chamam atenção e sem histórico de movimentação policial. É um desafio constante, mas operações como essa mostram que estamos atentos”, concluiu o delegado Lucas Vepo Albe.
Com a continuidade das investigações, a expectativa é que novas prisões ocorram nos próximos dias. Informações já levantadas indicam a existência de outros imóveis em Dourados que podem estar sendo utilizados com o mesmo propósito. A polícia também trabalha com a hipótese de que o carregamento apreendido fazia parte de uma remessa maior, e que outros volumes já tenham sido enviados a seus destinos antes da intervenção.
A operação reforça o papel estratégico de Dourados no combate ao tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, estado que historicamente tem sido rota do narcotráfico por sua posição geográfica e proximidade com países produtores de entorpecentes. Ações como essa buscam romper essas estruturas, sufocar as redes logísticas e, principalmente, desarticular as engrenagens locais que tornam possível a circulação da droga.
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