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Mato Grosso do Sul, 7 de maio de 2024
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Polícia Federal abre investigação contra empresários que tomaram vacina escondidos em MG

A Polícia Federal abriu um inquérito contra um grupo de empresários que tomou vacina contra a Covid-19 escondido em Minas Gerais para apurar irregularidades na compra dos imunizantes. O caso foi revelado pela revista Piauí, nesta quarta-feira (24). As duas doses custaram R$ 600 a cada pessoa.

Segundo informações, o grupo composto por políticos e empresários em sua maioria ligados ao setor de transporte de Minas Gerais, além de seus familiares, tomou na terça-feira (23) a primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19.

Eles teriam comprado as doses sem repassar ao SUS (Sistema Único de Saúde), como determina a lei. A segunda dose estaria marcada para daqui 30 dias. Uma fonte disse à revista que a vacina era da Pfizer, mas o laboratório nega que tenha vendido seu imunizante no Brasil “fora do âmbito do programa nacional de imunização”.

No começo de março, o Congresso aprovou uma lei que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada. No entanto, elas precisam ser repassadas ao SUS até que os grupos de risco compostos de idosos e pessoas com comorbidades, o que reúne 77,2 milhões de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde tenham sido plenamente imunizados no país.

Esse patamar ainda não foi atingido, pois a vacinação no país ainda segue em passos lentos no Brasil. Além disso, mesmo depois da imunização dos grupos prioritários, as vacinas compradas pela iniciativa privada devem ser divididas meio a meio com o SUS, numa operação fiscalizada pelo ministério.

O projeto é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Segundo a reportagem da Piauí, a família do político é do ramo dos transportes em Minas Gerais. Procurado pela revista, ele respondeu que desconhece a imunização do grupo mineiro.

Empresários são vacinados na garagem de empresa

Segundo pessoas que se vacinaram na ocasião, os organizadores foram os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur. Uma garagem de uma empresa do grupo foi improvisada como posto de vacinação. Segundo a Piauí telefonou e mandou mensagem para Rômulo Lessa, que não respondeu.

O ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi um dos vacinados. “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse ele à Piauí.

Um vídeo gravado por uma servidora de saúde de Belo Horizonte mostra o momento em que empresários são vacinados por uma agente de saúde na garagem de uma empresa de ônibus da capital mineira. Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar.

De acordo com o portal R7, a autora do vídeo confirmou que gravou as imagens por volta das 21h da última terça-feira (23). “Dá para ver direitinho ela indo no braço deles. É revoltante”, afirmou a mulher no vídeo.

Neste momento, a mulher chamou a Polícia Militar para denunciar o fato. Segundo ela, os seguranças do local teriam informado que estaria acontecendo uma “reunião de diretoria” no local. Em seguida, outros moradores também denunciaram o fato ao 190.

25 carros dentro da garagem

Segundo reportagem da Piauí, cerca de 50 pessoas foram vacinadas. No boletim de ocorrência, obtido pelo R7, a mulher que gravou as imagens afirmou que havia cerca de 25 carros dentro da garagem e que uma mulher de jaleco branco aplicava as doses da vacina, inclusive em crianças.

“Ela nos informou que, de um local privilegiado, juntamente com outras pessoas, filmou e visualizou que, no pátio desta empresa, havia aproximadamente vinte e cinco veículos com seus respectivos passageiros sendo vacinados por uma mulher trajando jaleco de cor branca e que também haviam crianças sendo vacinadas”, diz trecho do boletim de ocorrência.

Ainda de acordo com o registro, os seguranças da empresas deixaram os policiais entrarem no local, mas que nada foi constatado pelas equipes naquele momento.

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