Mato Grosso do Sul, 2 de maio de 2025
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Polícia flagra esquema milionário de contrabando com celulares escondidos em caminhão de carne em Dourados

Carga milionária escondida em caminhão frigorífico escancara como o crime usa a fronteira de Mato Grosso do Sul para driblar a polícia e espalhar contrabando pelo Brasil
Carga de celulares foi avaliada em R$ 10 milhões (Fotos: Divulgação/Defron)
Carga de celulares foi avaliada em R$ 10 milhões (Fotos: Divulgação/Defron)

A cena parecia de filme, mas foi real e aconteceu na BR-163, em Dourados, interior de Mato Grosso do Sul. Policiais da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira) descobriram uma carga avaliada em mais de R$ 10 milhões em celulares contrabandeados, todos escondidos no compartimento refrigerado de um caminhão carregado com carne embutida. A apreensão, feita nesta segunda-feira, revelou mais uma face do crime organizado que tem feito da fronteira um território de tráfico e contrabando.

O flagrante aconteceu dentro das dependências de uma empresa de abate e processamento de carne suína, onde o caminhão foi interceptado. A equipe policial, que já monitorava a movimentação suspeita, encontrou 175 caixas recheadas com mais de 6 mil aparelhos de celular, todos de marcas diversas e sem qualquer documentação fiscal. A carga sairia dali com destino ao estado de Goiás, mas não chegou nem a deixar o pátio da empresa.

A tática usada pela quadrilha não é novidade para a Defron, mas chama atenção pelo nível de sofisticação. Os criminosos estão usando caminhões frigoríficos, veículos geralmente associados ao transporte de alimentos, para tentar passar despercebidos pela fiscalização nas estradas. Eles se aproveitam da complexidade da logística e da grande quantidade de carga legal para camuflar os itens ilegais entre os paletes de carne. Segundo a polícia, tudo indica que essa estratégia serve como fachada para o esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

A carne que seguia junto com os eletrônicos não foi apreendida e permaneceu na empresa, enquanto o caminhão e a carga ilegal foram levados para a delegacia, onde seguirão para perícia e posterior destruição. Agora, os investigadores trabalham para identificar os responsáveis e desvendar toda a estrutura por trás da operação criminosa. A suspeita é de que o grupo pertença a uma organização criminosa que atua em larga escala na região de fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia.

Mato Grosso do Sul virou a porta de entrada do crime internacional

Nos últimos anos, Mato Grosso do Sul tem se consolidado como uma das principais rotas do tráfico de drogas e do contrabando no Brasil. Sua extensa faixa de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, somada à falta de estrutura adequada para fiscalização contínua, facilita a entrada de produtos ilegais que cruzam o país de ponta a ponta.

Só em 2025, diversas operações realizadas pela polícia revelaram esquemas que envolvem desde o tráfico de drogas, armas e munições, até o contrabando de cigarros, eletrônicos, bebidas, agrotóxicos e até anabolizantes. As quadrilhas atuam com inteligência, usando empresas de fachada, caminhões adaptados, falsificação de documentos e rotas alternativas para despistar as autoridades.

O tráfico, além de alimentar a violência urbana nas grandes cidades, também serve de base para outras práticas criminosas como a lavagem de dinheiro, o financiamento de facções e o aliciamento de jovens em comunidades vulneráveis. As autoridades estaduais e federais vêm reforçando operações na região, mas a extensão do território e o volume de rotas clandestinas ainda representam um enorme desafio.

A situação exige atenção redobrada. A cada carga interceptada, uma nova estratégia é criada pelos criminosos. O caso do caminhão frigorífico é prova disso. Enquanto a carne saía legalmente para abastecer supermercados, a carga de celulares escondida tentava cruzar o país para abastecer o mercado paralelo, que movimenta bilhões todos os anos sem pagar um centavo em impostos.

É a guerra silenciosa travada todos os dias nas estradas e fronteiras de Mato Grosso do Sul. Uma batalha que exige inteligência, estratégia e, principalmente, investimento constante em fiscalização e tecnologia.

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