A Polícia Civil de Campo Grande está aguardando os resultados dos laudos periciais para confirmar se Gisele Cristina Olikowiski, de 40 anos, foi queimada viva depois de ser brutalmente assassinada por seu ex-companheiro, Jeferson Nunes. O crime, que aconteceu na noite de sábado (1º), chocou a comunidade local e deixou familiares e vizinhos em estado de choque.
Gisele, que foi encontrada morta dentro de um poço em uma casa no bairro Aero Rancho, foi inicialmente agredida com pedradas na cabeça. Após essa violência, seu corpo foi jogado dentro do poço e, conforme relatos de familiares, Jeferson confessou que a queimou enquanto ela ainda estava no fundo do buraco. A vítima teria recebido os golpes fatais após uma discussão com Jeferson, onde, segundo ele, Gisele teria dado três tapas em seu rosto.
O Feminicídio e o Silêncio de Jeferson
Durante o depoimento, Jeferson manteve-se em silêncio, não fornecendo informações adicionais que poderiam esclarecer mais detalhes sobre o crime. A delegada Elaine Benicasa, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), está conduzindo a investigação e espera que os laudos de necropsia ajudem a esclarecer a causa exata da morte. Jeferson foi preso em flagrante por feminicídio.
A família de Gisele relatou que ela e Jeferson mantinham um relacionamento conturbado e não monogâmico, o que frequentemente gerava discussões e até confrontos físicos. Inclusive, os dois homens envolvidos na vida de Gisele já haviam se desentendido no passado, o que levou Jeferson a ser internado devido aos ferimentos graves durante uma briga entre eles.
Gritos e Clamor por Socorro
O sobrinho de Gisele, que reside no bairro, foi um dos primeiros a ouvir os gritos de socorro vindos da casa de Jeferson. Quando chegou ao local, encontrou a situação já consumada e, junto com outros familiares, conseguiu imobilizar Jeferson até a chegada da polícia. O rapaz contou que Gisele e seu atual companheiro também eram usuários de drogas, e o ambiente em que viviam era marcado por constantes brigas e conflitos. A casa onde o crime aconteceu, segundo o sobrinho, estava em péssimas condições devido ao vício de Jeferson, que chegou a vender objetos da residência, incluindo fios, para sustentar o seu hábito.
A família revelou ainda que Gisele havia procurado ajuda em algumas ocasiões, registrando boletins de ocorrência contra o acusado devido às brigas frequentes. O relacionamento tóxico entre eles parecia estar se intensificando, com os envolvidos em uma espiral de violência e dependência química.
A Tragédia de uma Vida Marcada pela Violência
Após o assassinato, a família de Jeferson informou que pretende vender a casa, que está abandonada e em total estado de degradação. O imóvel, antes um lar, agora serve como um triste lembrete da tragédia que se abateu sobre a vida de Gisele.
No entanto, apesar da dor e do luto, a história de Gisele é mais uma das milhares de vidas de mulheres vítimas de violência no Brasil. Para aquelas que se encontram em situações semelhantes, a Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, oferece apoio integral, com serviços de defesa jurídica, psicológicos, sociais, e também abrigo e cuidados para filhos.
Onde Buscar Ajuda em Campo Grande
A Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, e funciona 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana. A unidade oferece atendimento especializado, além da DEAM, com a presença da Defensoria Pública, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha, e mais.
Em caso de emergência, é possível entrar em contato com os números 190 ou 180, sendo o segundo um serviço confidencial e de acolhimento a mulheres em situação de violência. Para denúncias via WhatsApp, o número do Promuse é (67) 99180-0542.
A violência contra a mulher é uma realidade que precisa ser combatida com mais união e ação de toda a sociedade. Não se cale diante do abuso. Procure ajuda e denuncie!
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